Construa a sua casa na rocha que é Jesus

Padre Anderson Marçal
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Desde que conheci Deus, a partir do meu encontro pessoal com Jesus, uma frase da Bíblia me faz tremer: “Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal”. Isso é o inferno! Inferno não é um lugar que pensamos, mas é a ausência de Deus.

Irmãos, chegará um momento em que o Senhor poderá nos dizer isso se optarmos por uma vida longe d'Ele. Amados, estamos vivendo o tempo da misericórdia, para que possamos entrar, cada vez mais, no mistério de Cristo.

Vivendo a experiência de confessor, aqui na Canção Nova, sinto-me como em um tribunal, onde Deus é o Juiz. Mas o mais belo é que todos entram no confessionário culpados e saem absolvidos. O tribunal de Deus é assim! Devemos, portanto, aproveitar esse momento para a nossa conversão, para que não ouçamos de Deus: “Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal”.

Quando chegar o momento, no fim da vida, de sermos julgados, ou seja, o momento decisivo, aqueles que viveram na graça estarão perto de Deus; mas aqueles que escolheram viver o mal ficarão longe d'Ele. Lembre-se: o Pai não quer perder Seus filhos, mas a sentença acontecerá e será para sempre.

Você, como pai e mãe, pode imaginar a dor do coração de Deus ao ver Seus filhos longe d'Ele. Ele insiste nisso não para nos causar medo, mas para nos alertar. Dentro da liberdade que Ele nos dá, precisamos optar pelo amor.

Na liturgia de hoje, temos três passos para não ouvirmos isso no fim da nossa vida. O primeiro vem da primeira leitura, quando Joaquim se tornou rei e fez o mal diante do Senhor, fez tudo errado; por causa disso, Nabucodonosor foi até Israel com seus cavaleiros. Joaquim, mesmo já tendo feito tudo errado, em vez de lutar por sua terra, entregou-se facilmente nas mãos de Nabucodonosor. Ele não lutou; apenas se entregou. Mas cristão que é cristão luta até o fim. Nós não devemos nos entregar facilmente ao demônio.

O diabo quer nos derrotar, mas ele não se apresenta como um leão; o inimigo vem na pele de um gatinho. Aqueles que não estão atentos, caem na “armadilha” dele. Estejamos atentos às nossas fraquezas. Lutemos!

Irmãos, a pior frase que podemos ouvir de Deus é essa: “Afastai-vos de mim”; por isso não aja como esse rei, não se venda ao demônio. Aquele que não luta se vende fácil, por isso não podemos parar de lutar.

Não somente o rei se entregou, mas, por causa dele, toda sua família e seu reino foram vendidos ao rei Nabucodonosor. Assim acontece conosco. É duro ouvir, mas quando nós desistirmos, levamos nossa família à perdição.

"Onde você está hoje: na areia ou na pedra?", questiona padre Anderson
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

O segundo aspecto dessa liturgia é construir a casa na rocha, e não na areia. Não brinque com a construção que é você, não brinque de estar com Deus. Estar com Ele é construir a casa na rocha. Se dissermos que somos cristãos, precisaremos ter uma vida de fé. Devemos ter a adesão verdadeira de criarmos nossa casa na rocha e ainda lutarmos para, primeiro, criar o alicerce.

Não se engane nem queria enganar Deus. Lute e coloque a sua esperança no Senhor, não nas coisas passageiras. A construção da casa depende do alicerce, pois se este não estiver pronto, a casa por si só não aguentará.

Onde você está hoje: na areia ou na pedra? Se você vai construir a casa na rocha, saiba que Deus vai lhe dar a condição para fazer isso.

Quais são os seus sonhos e projetos? Faça da construção da casa do seu coração o seu projeto de vida! Mas onde essa construção está sendo feita? Todo relacionamento, até mesmo com Deus, exige responsabilidades!

O terceiro e último passo é a autoridade de Jesus. Para que não ouçamos a frase: “Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal”, devemos nos submeter à vontade d'Ele e ter coerência na vida.

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