O Cordeiro e o Altar

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo…

Uma das grandes realidades da fé católica e do mistério do seguimento de Jesus, Ele assim é denominado, Jesus é chamado de \”Altar\” ao lado da realidade de Cordeiro. Jesus referindo-se ao Templo certa vez, quando ali entrou: \”destrui Este Templo e Eu o reerguerei em três dias\”. Ele falava do Templo do Seu corpo.

Quando escutamos esse Evangelho que diz que o próprio autor da vida entra no Seu Templo, percebemos que o Templo é Dele. O Senhor sente dor em Seu coração, e tem essa atitude muitas vezes mau compreendida por tantas pessoas, principalmente quando Mateus diz que o Senhor fez um chicote e expulsou as pessoas do Templo. Eu quis começar dizendo que Jesus é o Cordeiro e o Altar. São duas realidades que estavam no Templo.

Vocês viram a alegria do povo no livro de Macabeus. O cordeiro e o altar são duas realidades do Templo de Jerusalém. Mas existe outra realidade, que é a do sacrifício. Não há altar sem sacrifício. Jesus entra no templo, onde existiam milhares de pessoas oferencendo animais em sacrifício e diz que não é mais preciso oferecer sacrifícios de cordeiros. Atrás dessa questão da venda de animais no Templo existia a questão do ter e do poder.

Estando dentro da missa, proclamando esse Evangelho, com a experiência do Senhor Jesus que nos alimenta, sabemos que o Senhor está profundamente triste com o que acontece hoje no Templo.

Jesus Cristo é o Templo, Seu Corpo é o Templo e a Igreja é o Seu Corpo. Eu pergunto para vocês: na época de Jesus, o que era o Templo sem o poder do dinheiro? Naquela época existia a busca terrível do poder, tanto que Jesus foi morto.

 

Jesus disse: \”não faça da minha casa um antro de ladrões\”. Jesus entrou no templo e se pôs a expulsar os que vendiam. O que é o Templo da Sua época sem dinheiro Senhor? A Sua casa virou comércio. Jesus entra em Sua casa e vê tudo isso. Por que vocês estão fazendo isso? Aqui é uma casa de oração para todos os povos, não só para os privilegiados.

Sei que você entende que essa realidade pode acontecer hoje na Igreja Católica. Na época de Jesus tudo era manipulado pelo poder. A razão do Senhor fazer isso é que não era mais necessário comprar ovelhas e touros, pois o Templo era Ele. O Templo é o Seu corpo, a Sua carne.

Bendito corpo de Deus que adoramos na Missa. Nós católicos temos a grande graça de chamar a Igreja de Templo de Deus por causa do Corpo de Deus na Eucaristia. Ele está presente no Seu corpo, sangue, alma e divindade.

Existem igrejas que se dizem evangélicas, onde o pobre não entra, pois nelas só existe ritualismo e busca de dinheiro. O pobre é batido, é banido, é surrado, é manipulado. Acharam um tesouro escondido no campo. Vamos levantar uma igreja, vamos arrecadar dinheiro. Um verdadeiro covil de ladrões pois se pensa como os sacerdotes daquela época.

Jesus, bendito Deus, bendito profeta. Eles ficam cheios de dor, pois a verdade dói. Hoje, como é dolorido essa realidade. Todos estão, não a serviço da Igreja, mas em busca do ter e do poder, principalmente quando se diz de novas igrejas. Muitas vezes vamos numa paróquia onde só se celebra o ritualismo e só se pensa no fiel quando ele paga o dízimo. O fiel pensa: eu quero encontrar a Jesus, mas na minha paróquia é só rito e econômico. O povo fica magoado, fica sentido. Fica marcado o coração com o desejo de ver Jesus. Eu preciso ter a experiência que o Templo é o Corpo do Cristo que quero comungar. O altar é lugar de adoração e sacrifício. Tenho que dar testemunho.

Jesus não está julgando, isso é uma dura realidade. É como se os sacerdotes perguntassem ao Senhor, mas o que é o nosso Templo sem dinheiro? Assim acontecem com essas empresas que se dizem igrejas. Mas é claro que o Senhor está dizendo: e os meus pobres e pequenos, onde eles podem entrar?

E nós não podemos viver dessa maneira. Nós temos Jesus, temos a verdade. Ele ficava a ensinar no Templo. Nessas igrejas cada um pensa em guardar os seus milhões no exterior. Cada um tem o seu covil, o seu reino, o seu ventre. Aqueles que amam e adoram a Jesus celebram com alegria o sacrifício do Senhor. O problema não é ter muito, mas não partilhar, não ter um coração livre para fazer dele um sacrário de Deus.

É preciso que o Senhor nos ensine, pois se naquele tempo já era muito ruim isso, ainda mais hoje que o Templo é o Corpo do Senhor. A Igreja Católica precisa de homens e mulheres que não tenham medo de \”peitar\” essas situações. Casa de oração para os pobres. Quero pedir nessa Missa para o nosso coração, a graça de sermos livres, principalmente nós consagrados. Abrir o coração, partilhar e lembrar que o Templo é Cristo. A Igreja precisa ser livre e se encher de alegria, acolhendo a todos principalmente os mais pobres.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Transcrição e áudio: Caio Rigotti
Fotos: Natalino Ueda

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