Como ouvimos na Primeira Leitura de hoje, a primeira coisa que Deus faz, após o homem cometer o pecado, é tentar levá-lo à consciência de seu pecado. Por isso, Deus pergunta ao homem: “Onde estás?” (Gn 3,9). A resposta do homem a Deus mostra a dificuldade que o ser humano tem de compreender a responsabilidade do pecado. O homem responde isso a Deus jogando a responsabilidade para a mulher e, indiretamente, para Deus: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi” (Gn 3,12).
Apesar do pecado, o Senhor continua cuidando com carinho do homem e da mulher. O livro de Gênesis afirma que Deus continuou cuidando do homem e da mulher, e o mais maravilhoso é que Ele promete enviar ao mundo o Redentor. “Então o Senhor Deus disse à serpente: ‘Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias de tua vida! Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar’” (Gn 3, 14-15).
Esmagar a cabeça da serpente significa a vitória sobre o mal. São Paulo, na Carta aos Gálatas, no capítulo 4, afirma que, quando chegou à plenitude dos tempos, o momento mais importante da salvação, Deus enviou Seu Filho ao mundo. Nossa Senhora é a Mulher da plenitude dos tempos. Nossa Senhora, como Mãe do Senhor, desempenha um papel único na história da salvação.
Para que a Virgem Maria pudesse ser a Mãe Santa de seu Filho, Deus a preparou de modo extraordinário. Como membro da humanidade pecadora, ela aguardava a redenção dela [humanidade], mas Nossa Senhora foi redimida desde o primeiro instante de existência no ventre materno.
São Lucas, logo após a narração da anunciação, afirma que a Santíssima Virgem Maria partiu, apressada, pelas montanhas em direção à casa de Isabel e Zacarias. A casa de Isabel simboliza toda a casa de Israel, e a pressa de Nossa Senhora não se trata de uma pressa qualquer, trata-se da pressa de alguém que tem um grande segredo em seu coração e sente necessidade de anunciar essa Boa Nova aos outros. Foi neste sentido que Isabel interpretou a visita de Maria: “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?” (Lucas 1,43). “A Mãe do meu Senhor” significa “a Mãe do meu Deus”. E Nossa Senhora responde com o Magnificat, que diz: “O Poderoso realizou maravilhas em mim”. Todas as maravilhas que Deus realizou em Maria foram para a nossa salvação.
Nesta Festa da Imaculada Conceição da Virgem Maria, nosso coração precisa se encher de alegria. E também, hoje, precisamos nos alegrar pelos nove seminaristas que estão sendo ordenados diáconos para a Diocese de Lorena (SP), servindo à nova evangelização na Comunidade Canção Nova.
Diácono é alguém que é doado a Deus, consagrado a Deus. São homens de bem e cheios do Espírito Santo, ordenados em favor dos pobres e enfermos.
A Diaconia da Palavra é anunciar solenemente a Palavra de Deus à assembleia, isto é, pregar. Para exercer adequadamente esse ministério é necessário tomar consciência da natureza da Palavra de Deus, Palavra de ação. Quem evangeliza é Cristo, nós somos vozes da Palavra. Para exercer esse ministério, o diácono precisa ser servo da Palavra como Nossa Senhora o é.
Na Diaconia da Liturgia, o diácono pode levar o viático aos enfermos. É na Liturgia que a Igreja expressa a sua natureza. É aqui que o diácono encontra forças para exercer seu ministério com os pobres e doentes.
O diácono deve ser modelo para a comunidade, modelo de comportamento, de pureza, de vida, modelo de mansidão e humildade, modelo de fé e caridade. O paradigma, o ponto de referência para a vida e ministério do diácono é Cristo, o Diácono por excelência. É Jesus mesmo quem diz: “O Filho do homem veio para servir”, para ser diácono. Que cada um desses novos diáconos possam dizer, a cada dia: “Eu estou no meio de vós como aquele que serve”.