O que devo fazer para ter a vida eterna?

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Queridos irmãos e irmãs que nos acompanham com o grande contributo das orações, para que esta assembléia seja capaz de acolher o sopro do Espírito, que acompanha a Igreja, ajudando-a a interpretar os sinais dos tempos, para que o Evangelho se traduza em resposta de Deus ao clamor do seu povo.

O Tema central que esta assembléia está aprofundando – \’A Evangelização da Juventude\’, nos coloca como Igreja e como pastores, diante do mundo juvenil, com suas angústias e esperanças, suas potencialidades e fragilidades.

Nos coloca diante da Igreja e do nosso ministério pastoral, nos convocando a uma profunda reflexão, sobre nossos meios e formas, nossos métodos e linguagem, utilizadas em nossos processos de evangelização.

Mais que a uma reflexão, somos chamados a uma maior proximidade do mundo juvenil, para que, a partir da própria juventude, descubramos caminhos novos na evangelização, contemplando seus reais anseios e apresentando-lhes a pessoa de Jesus Cristo, com seu rosto verdadeiro, capaz de encantar e atrair, para que os jovens o conheçam, o sigam e encontrem nele uma resposta convincente; consigam acolher uma mensagem e tornarem-se seus discípulos.

Ao falarmos da evangelização da juventude, estamos falando de 34 milhões de jovens de 15 a 24 anos, ou seja, 20% da população brasileira. Se acrescentarmos a faixa etária de 25 a 29 anos, os chamados jovens adultos, passamos a 47 milhões de jovens, distribuídos em várias culturas juvenis, marcados por uma extrema diversidade e manifestando as desigualdades sociais que caracterizam nossa sociedade.

Esta é a juventude que caminha pelo Brasil, buscando ingressar e contribuir na sociedade, lutando por seu espaço, gritando pelos seus direitos. Juventude nem sempre ouvida, considerada e levada a sério.

Uma juventude muitas vezes usada, manipulada, rotulada negativamente pelos meios de comunicação, mas que traz consigo imensos valores, como o entusiasmo, a coragem, a ousadia e a alegria contagiante da própria juventude.

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[+ fotos da celebração da Santa Missa ]

Uma juventude sempre aberta e constantemente em busca, que interpela a Igreja, como aquele jovem que de joelhos interroga Jesus: \’Bom Mestre, que farei para alcançar a vida eterna?\’ (Mc 10,17).

Jesus pára, acolhe aquele jovem, estabelece com ele um diálogo e lhe aponta um caminho. Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: \’uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem e segue-me\’.

A Igreja, como continuadora da missão de Cristo no mundo, é chamada a essa mesma postura de Jesus, frente à juventude: uma Igreja capaz de aproximar-se, acolher, disponível a uma escuta atenta, aberta a um diálogo sincero. Uma Igreja capaz de fixar seu olhar sobre a juventude, amando-a e propondo a pessoa de Jesus como um caminho seguro, capaz de responder aos anseios mais profundos da vida humana e dar um sentido amplo à nossa existência.

Cabe à Igreja abrir-se às interpelações da juventude, oferecer ao jovem uma formação e acompanhamento em todas as etapas do seu caminho espiritual, para que possa fundamentar seu projeto de vida e suas opções, nos valores evangélicos, construindo de forma segura seu discipulado.

João nos recorda, no Evangelho que ouvimos, a grande lição que Jesus deu aos discípulos e que deixou à Igreja, através do gesto simbólico do lava-pés. A Igreja nasce servidora, samaritana, enviada ao mundo para expressar através do serviço, o amor de Deus pela humanidade, manifestado sobretudo em seu filho Jesus, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida (Mc 10,45).

A evangelização é o primeiro e grande serviço que a Igreja deve prestar à humanidade de todos os tempos e todas as culturas.

Uma evangelização que se inicia em nossa capacidade de servir, que nos abre ao diálogo, que nos possibilita o anúncio do Evangelho, que nos convida a sermos testemunhas de comunhão.

A evangelização da juventude não se justifica apenas pela preocupação da Igreja, em aumentar os seus membros, ou garantir seu futuro. O empenho da Igreja na evangelização da juventude nasce da consciência da própria Igreja de sua missão evangelizadora, de sua fidelidade ao mandato recebido e pela convicção da riqueza presente na juventude, e que sem ela, a Igreja seria fartamente empobrecida.

A juventude tem algo a dizer à Igreja, e muito a contribuir, a partir daquilo que lhe é peculiar.

Recordamos João Paulo II, que afirmou por ocasião do jubileu, no encontro com a juventude: \’Os jovens revelam-se mais uma vez, para a Igreja, um dom especial do Espírito de Deus\’.

Que o Espírito de Deus, que renova todas as coisas, que rejuvenesce a Igreja com seus dons, nos inspire nesta assembléia, para que possamos falar, não apenas sobre os jovens, mas ao coração dos jovens, reafirmando como Igreja nossa opção por eles, abrindo o coração da Igreja para acolher, dialogar, orientar e formar a juventude, ajudando-a em sua busca de felicidade, marcada muitas vezes por ambigüidades, mas sedenta dos valores autênticos e profundos, que tem em Cristo sua plenitude.

Que esta assembléia nos ajude a encontrar um jeito novo de ajudar os nossos jovens a um encontro pessoal com aquele que continua convidando: vem e segue-me. Que este apelo encontre na generosidade dos jovens a abertura para assumirem o discipulado e sua missão no mundo.

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