Saber que Deus cuida de nós é muito bom! É muito bom saber que alguém cuida de nós, pois quando passamos por esta experiência de sermos amados, somos encorajados por aquele que nos ama. Se pelas dificuldades vamos para 'debaixo da mesa', quando percebemos que Deus nos ama, saímos e nos sentimos amados.
Vejam as situações que nos jogam para debaixo da mesa, pessoas que são maltratadas nos seus afetos, que são as camadas exteriores, mas muito mais ainda nas interiores. O afeto é muito fácil de ser despertado, o afeto é uma forma de memória, recorda as lembranças que temos. Ao escutar uma música nossa memória faz-nos voltar àquele fato, àquela situação, sendo assim uma memória afetiva, que tem poder sobre nós. A nossa memória afetiva nos remete a não gostar de uma pessoa que acabamos de ver, e não temos razão – não conhecemos sua história, gostos, não convivemos – para não gostar de uma pessoa que acabou de chegar a nossa vida. Esta pessoa tem alguma coisa de você mesmo, que você não gosta. Você olha para ela e lembra-se de uma coisa que você não gosta no seu pai, sua mãe. Mas também tem aquelas pessoas que chegam perto de nós e vamos com a "cara" delas.
Assim como Jesus, que era amável com todos, pois, tinha impelido dentro de si esta graça; cada vez que você se encontra com uma pessoa, formam-se os "nós". Se tivermos uma corda, fazemos um nó, um encontro, assim é o que acontece conosco, e isso nos transforma. Essa é a nossa possibilidade de encontrarmos com o outro, tirando de mim o que tenho de mais precioso, de mais lindo; essa é a empatia que surge quando você encontra com o outro, essa provocação que muitas vezes acontece, do encontro. O que sobra é o resto entre mim e o outro, e tenho que aprender a fazer a digestão dos pensamentos e se não consigo, surge a indigestão emocional.
Os traumas acontecem quando somos traídos e nos fazem ir para debaixo da mesa. Existem dois aspectos da traição: quem traiu – está dando acesso para ser traído – e aquele que fica guardando a traição. Combater os inimigos do lado de fora, é fácil, mas combater a traição a si mesmo, não é nada fácil.
Às vezes caímos de barrancos, e o grande problema não é cair, mas saber como se levantar. Quantas pedras já lhe atiraram, quanta fofoca já machucaram você. Jogam pedras em nós, seguramos as pedras e jogamos novamente, ou nem jogamos. O problema não está na pedra que o outro nos joga, mas, quando seguramos a pedra e ficamos agarrados, indo para debaixo da mesa.
Levou prejuízo? Levanta! Sacode a poeira e dê a volta por cima. Tem gente que recebe uma pedra e fica decorando a vida com ela. A melhor coisa que tem é jogar a pedra fora, não permita que o seu agressor jogue a pedra e você fique com ela na mão. Quantos afetos estragados dentro de nós, coisas que deveríamos jogar fora e não jogamos.
No momento em que o seu coração se ocupa do ódio, você não será capaz de amar ninguém. Só seremos capazes de amar, se sairmos debaixo da mesa e entendermos o que para nós é valor.
A sociedade nos faz acreditar que os vícios são comuns, as famílias vão sendo roubadas delas mesmas, é o vício roubando a originalidade deles mesmos. Os "seqüestradores" estão viciando os nossos filhos e os matando em vida.
Uma idéia boa substitui uma idéia ruim, um pensamento ruim, por um pensamento bom. Por isso que em meio ao sofrimento procuramos dentro do nosso afeto respostas fáceis, respostas refinadas, mas temos que aceitar as respostas integrais. Muitas vezes preferimos os afetos refinados, aos integrais; pois os integrais dão trabalho para serem aceitos, exigi de nós muito mais estrutura, muito mais trabalho e organização.
Como os alimentos, preferimos aquele que será digerido mais rápido para não dar muito trabalho ao estômago, e cada vez mais se fica gordo por não deixar o estômago trabalhar. Temos de aprender a comer alimentos integrais para não deixar o nosso estômago preguiçoso. Assim também acontece com os nossos afetos, temos que aceitar e saber como administrar os afetos.
Não viva um personagem. Você tem que ser você mesmo e deixar que o outro descubra o seu verdadeiro "eu". E para que o outro não seja aquilo que eu quero que ele seja, buscando no outro uma idealização de uma pessoa perfeita. Se precisamos aprender sobre Deus, precisamos também aprender sobre nós mesmos.
Escrevi uma música a partir do testemunho de uma mulher que me dizia que iria ficar em casa uns 10 dias porque o marido havia batido muito nela, estava toda marcada com hematomas roxos. Se não bastasse a agressão física, também a moral. Vemos o quanto se tem desvalorizado a figura da mulher. Cada vez que você mulher, estiver prestes a apanhar de seu marido, peça para ele retirar a sandália dos pés, pois você é templo santo, é templo de Deus.
Transcrição: Rogério Viana
(12) 3186-2600