Queremos começar este ano novo louvando ao Nosso Senhor Jesus Cristo, alegres na esperança.
"Alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração. Mostrai-vos solidários com os santos em suas necessidades, prossegui firmes na prática da hospitalidade. Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Mantende um bom entendimento uns com os outros" (Romanos 12,12-16a).
São Paulo nos exorta: “Sede alegres na esperança”. Ele nos diz como seremos alegres na esperança, assim como diz em Filipenses.
Sem Deus não há esperança. O Papa Bento XVI escreveu na Encíclica Spe Salvi [“Salvos pela esperança”] que sem Deus não pode haver esperança, sem Jesus Cristo não pode haver esperança. É importante começarmos o ano com essa mensagem: não tem como haver alegria, esperança e paz sem Jesus Cristo.
Quando João Paulo II foi eleito Papa ele escreveu uma encíclica na qual diz: "Aquele que não conheceu Jesus Cristo permanece para si mesmo sem identidade e permanece para si mesmo um mistério impenetrável". Ele não sabe o que significa a vida, ele vive neste mundo como um embriagado no meio da noite, a sua vida começa no nada e permanece no nada, vivendo nessa vida como um verme porque não tem meta, porque não tem rumo.
São tristes muitas das filosofias de morte dos séculos XVIII, XIX e XXI, que lançavam sobre o mundo as trevas e o mal porque não tinham Cristo. Terrível, meus irmãos! Muitos foram lançados no desespero por cauda dessas filosofias do nada, porque não tinham esperança, não tinham Deus, não tinham Jesus Cristo para dar a eles o sentido, a esperança. Nós não somos um nada, ou um monte de ossos que veio para viver sem esperança!
Hoje nas escolas, nas universidades, o seu filho está sendo formado numa filosofia de morte. Cuidado! Quem tem Jesus Cristo sabe que nós somos filhos amados de Deus e que Ele nos desejou.
Paulo VI se referia à vida como um banquete que Deus nos ofereceu. Não um banquete de muita comida, mas um banquete de amor, um banquete de esperança, um banquete de paz.
Eu não sou um verme jogado no nada, sou filho amado de Deus, de um Deus que entregou o Seu Filho numa cruz por amor a mim.
O Papa Bento XVI na Spe Salvi (Salvos pela esperança), ao narrar a vida de uma escrava, que se tornou santa, santa Bakhita diz: “Refiro-me a Josefina Bakhita, uma africana canonizada pelo Papa João Paulo II. Nascera por volta de 1869 – ela mesma não sabia a data precisa – no Darfur, Sudão. Aos nove anos de idade foi raptada pelos traficantes de escravos, espancada barbaramente e vendida cinco vezes nos mercados do Sudão. Por último, acabou escrava ao serviço da mãe e da esposa de um general, onde era diariamente seviciada até ao sangue; resultado disso mesmo foram as 144 cicatrizes que lhe ficaram para toda a vida. Finalmente, em 1882, foi comprada por um comerciante italiano para o cônsul Callisto Legnani que, ante a avançada dos mahdistas, voltou para a Itália. Agora ela tinha esperança; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa. Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava redimida, já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus”.
Essa moça tinha tudo para ser uma rebelde, uma frustrada diante de tudo que viveu, mas ela conheceu a liberdade, conheceu a Deus. Ao ver a história dela com mais detalhes, ela narra que quando chegasse diante de São Pedro, ela diria: São Pedro, trouxe uma mala cheia de boas obras. Eu vim para ficar.
O Papa Bento XVI pega esse exemplo de uma santa do nosso tempo, do século 19, para mostrar que nada pode nos separar do amor de Deus. O Santo Padre continua dizendo que a esperança não é algo que vem de fora, mas de dentro. A transformação vem de dentro, e somente Deus pode fazer isso.
O Sumo Pontífice também afirma que Cristo é a estrela e devemos segui-Lo. Cristo, em primeiro lugar, se manifestou aos judeus na pessoa dos pastores de Belém. É significativo que Ele tenha aparecido aos pastores e não aos fariseus ou doutores da lei. Porque os pastores cuidam de ovelhas e Jesus é o Bom Pastor.
Os pastores foram a Belém e adoraram o Menino. A primeira coisa que um pastor precisa aprender é que precisa adorar o Menino. Se nós não O adorarmos, não seremos bons pastores, seja como mãe, como pai, como professor, como padre, como Papa.
Depois de alguns dias chegam os Reis Magos. Magos não no sentido de magia negra, mas que liam o céu e se guiavam pelas estrelas; eles eram peritos nisso. Só que esses reis enigmáticos, que parecem ter vindo da Pérsia, adoraram o Menino Jesus reconhecendo a majestade d'Ele. Eram pagãos que vieram do Oriente, um Oriente que não era judeu, mas já conheciam a Bíblia, vieram a Jerusalém, e como eles eram reis, foram recebidos pelo rei Herodes, o grande, e perguntaram: “Onde está o rei dos judeus? Viemos adorar o rei dos judeus porque vimos a sua estrela”. Por essa razão, Herodes ficou assombrado porque eles disseram: “nasceu o rei dos judeus e nós viemos adorá-lo, onde Ele está?” E ninguém sabia onde Ele estava.
A estrela da esperança não nos deixa desanimar quando tudo parece estar perdido. Na nossa vida, muitas vezes, vivemos numa escuridão, não conseguimos ver a luz do sol, mas, no Cristianismo, o binóculo que nos permite ver a luz do sol é a fé.
A beleza da vida supera todas as coisas, não esqueça o que você é: um filho amado de Deus, imagem e semelhança de Deus!
Os Reis Magos foram a Belém seguindo a estrela e encontraram o Menino Jesus e O adoraram, deram a Ele presentes, ouro para o Rei, incenso para o Filho de Deus e a mirra para embalsamar Aquele que se entregaria pela humanidade. Que belíssima festa essa dos Reis Magos!
O povo acreditava na astrologia e seguia os astros e as estrelas naquela época, mas com Jesus, tudo se volta para Ele, Jesus é o centro, o Senhor do universo.
Tantos países hoje estão colocando Jesus Cristo de lado e nem querem mais celebrar o Natal. O Natal passou a ser simplesmente uma festa comercial e ainda propagam que Jesus Cristo é um mito, não existiu. Muitos querem apagar Jesus da história, mas nós precisamos entrar nessa guerra e não permitir que Cristo seja apagado na história. São Pedro diz na sua carta: “Antes, declarai santo, em vossos corações, o Senhor Jesus Cristo e estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que a pedir (1pd3,15).
Hoje a nossa luta é grande, pois a religião mais perseguida é o Cristianismo em todo o mundo. Jesus Cristo é sinal de contradição, já dizia Simeão a Virgem Maria no templo. Então, não nos iludamos, pois o Menino que nasceu veio para dizer “não”, por isso Ele é odiado. O cristão é odiado porque ele diz “não” ao pecado, “não” ao aborto, “não” ao sexo desregrado, “não” à camisinha, “não” ao casamento que não é casamento!
Os inimigos da fé católica são grandes, e eles não desistem, e maior do que a perseguição das armas, do sangue é a Igreja, e digo mais: a Igreja não tem medo de derramar sangue, pois durante toda a sua história a Igreja derramou muito sangue por intermédio dos seus mártires!
Só o século XX supera todos os 19 séculos em derramamento de sangue dos nossos mártires, mas a pior perseguição é a perseguição da cultura. Como disse o saudoso Papa João Paulo II: “Quem teve voz no século XX foram os falsos profetas”, por isso precisamos estudar a história da Igreja. Precisamos estar preparados para anunciar Jesus Cristo. Cristo não é um mito, Cristo não é uma farsa, Cristo é a verdadeira luz do mundo!
Transcrição e adaptação: Saulo Macena
(12) 3186-2600