Famílias de várias partes do mundo foram ao encontro com o Santo Padre Bento XVI, nos dias 8 e 9 de julho, em Valência, Espanha.
Na noite de sábado, realidades diferentes foram abordadas através de diversos testemunhos, dentro da programação do V Encontro Mundial das Famílias.
Apaixonar-se e saber-se amado por uma pessoa é considerado por todos como a maior fonte de felicidade. Não há, de fato, nada mais bonito e edificante que um amor tão forte que leve um jovem e uma jovem a deixar a segurança e o calor da casa paterna, para empreender um novo desafio, uma nova aventura, juntos, para toda a vida. Entretanto, as estatísticas nos apontam uma realidade assustadora: O \”para sempre\”, e \”até que a morte nos separe\” causa medo, e muitos desistem no meio do caminho. O que pode convencer um jovem de hoje a comprometer-se casando-se com a bênção da santa Igreja? Tem sentido ter filhos numa sociedade tão individualista e problemática?
Falam sobre o assunto três famílias jovens, oriundas de lugares diferentes do mundo:
.: Ouça os testemunhos dos jovens casais
\”Quando compreendemos que éramos feitos um para o outro, em seguida declaramos o que ardia em nosso coração: amar-nos para sempre. Mas, tínhamos tantas dúvidas… Por que tantos casais fracassam? Como podemos saber que não vai acontecer o mesmo conosco? Nós nos casamos como resposta à vocação que Deus havia nos revelado. Desde o príncípio, consideramos importante não nos fechar em nós mesmos. Esta abertura ao mundo não nos deixa perder nada em nosso amor. Pelo contrário, nos torna mais delicados um com o outro.\”
Jose Manuel e Mirian, de Valência-Espanha
\”Somos de um país que viveu a perseguição, depois da queda de tantos mitos e ideologias, queremos que o Evangelho volte a ser o ponto de refêrencia para a formação de nossos filhos. Também, para nós, as estatísticas não são cor-de-rosa. Vemos casamentos fracassar a partir dos primeiros anos e, tantas vezes, sem motivo. Nós dois trabalhamos fora e quando voltamos, nossos dois filhos tomam todas as nossas energias. Nem sempre há tempo para dialogarmos. Às vezes, sentimos pesar as nossas diferenças, os nossos limites.
A comunhão é um dom a ser cultivado a cada dia. Sabemos que somos fracos e vulneráveis, mas a força da oração familiar e dos sacramentos sustentam a nossa unidade e nos protege das tentações do mundo.\”
Casal da Lituânia
\”Viemos da Índia, um país com diversas religiões e culturas. Dos meus pais, aprendi a ser honesta, leal comigo mesma e com os demais, e a confiar no amor de Deus. Ao crescer me dei conta de que a comunidade cristã na qual estávamos inseridos fazia parte de uma minúscula porção de nosso país. Isso me impulsionou a conhecer mais a minha fé e, sobretudo, a vivê-la, comprometendo-me na paróquia.
Vivemos na cidade de Bombain. Com freqüência, a influência dos meios de comunicação asfixia os valores cristãos. A cada dia, em nossa família, a fé é renovada, rezando juntos com nossos filhos e ajudando-os a pôr em prática o Evangelho nas pequenas coisas do dia-a-dia.\”
Casal da Índia
Um casal vindo da Venezuela testemunha sua vitória frente ao desafio de criar uma criança portadora de necessidades especiais
.: Ouça este testemunho na íntegra
\”Santo Padre, éramos uma família feliz, firmes na fé, abençoados com seis filhos preciosos. Mas, logo, veio algo para o qual não estávamos preparados: um menino com profunda deficiência cerebral. O amor por esta criança cega e surda nos levou a um sentimento ainda mais profundo. Muitos pensaram que os demais filhos ficariam traumatizados por minha dedicação completa a ele. Santo Padre, os demais filhos não ficaram traumatizados, mas sim, foram favorecidos! Graças aos cuidados a Leopoldo, se tornaram valentes diante das dificuldades, fortes para aceitar a vontade de Deus e compassivos. Leopoldo, aos 14 anos, aprendeu a ouvir, ver e a nos amar. Ele nos fez entender que a fé se traduz em ação de amor, lançando-nos em atividades pró-vida e atenção às crianças deficientes. Graças a ele, descobrimos esta energia tenaz para viver e desenvolver-se, a qual Deus inscreveu em cada célula de cada ser. É um mistério, provém da essência de seu amor. Com isso, demonstro que não podemos temer nem o número nem a condição dos filhos que Deus nos manda.\”