Iremos falar da virtude teologal da esperança. Nós precisamos de esperança. É importante compreender, o que realmente é a esperança.
Para nós cristãos a esperança é um virtude. Na antiguidade, a esperança é considerada um espécie de ilusão. Tem um mito na Antiga Grécia que fala da famosa “Caixa de Pandora”. Segundo esse mito os deuses colocavam em uma caixa todos os males. Era proibido abrir essa caixa, mas Pandora a mulher curiosa, foi dar uma olhadinha lá dentro. Quando ela abriu a caixa, saiu todos os males do mundo. Ela assustou e fechou a caixa bem rápido. A única coisa que ficou dentro da caixa foi a esperança. Dai vem o nosso ditado: “A esperança é a única que fica”. Isso é a mitologia. Se perguntarmos: o que é que a esperança está fazendo lá dentro? Os gregos achavam que a esperança não era bom. Tinha uma cultura, que esperar não levava em nada. Otimismo não é virtude. As vezes a pessoas tem razão para ser otimista. Mas temos que ser realistas. Nós temos essa características de querer fugir do problema. Pensamos que fugindo do problema, ele não vai existir.
Na primeira carta de São Pedro vai dizer: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pedro 1,3). Somente os cristãos creem no novo: Jesus ressuscitou. É uma esperança viva e verdadeira. Não uma esperança morta. Mesmo quando tudo se encontra na pior desgraça, ali acontece a graça. Quando nós chegamos no fundo da parábola chegamos na esperança cristã. Deus age quando tudo parece finalmente perdido. A esperança cristã encontra o seu objetivo quando tudo já está perdido. A esperança humana é o otimista. Quando tudo parece sem esperança, acontece a intervenção divina.
Nossa Senhora é a Mãe da esperança. Por quê Ela é a esperança?
Quando Jesus estava na Cruz, a Igreja aparentemente alcançou o ponto mais baixo da sua história. Quem estava aos pés da cruz, foi Nossa Senhora, João, Maria de Cleófas e Maria Madalena. Ali se reduzia a Igreja como nada, porque todos tinham abandonado a Igreja, mas a Igreja se reduz a Nossa Senhora. Ela era a Igreja que permaneceu de pé.
Se olharmos no domingo de páscoa a santa mulheres portadores de perfume como se diz os gregos, elas foram ao túmulo de manhã esperando encontrar o cadáver. Isso mostra que elas não tinham fé em Jesus. Jesus tinha anunciado três vezes a sua ressurreição. Os apóstolos já tinham fugido. Mas, aquelas santas mulheres, talvez com sua sensibilidade feminina, a maternidade, lá estavam elas ao pé da cruz, e no túmulo de manhã. Quando a pedra rolou foram sepultadas a fé a esperança e a caridade. Elas já não tinham mais esperança, porque não tinham fé. Elas iam no caminho pensando quem poderia abrir o túmulo para elas. E mesmo depois que viram o túmulo aberto não creram. Como diz o capítulo 20 de João, que Maria Madalena estava chorando e achava que estava falando com o jardineiro. As santas mulheres faliram. A fé a esperança tinham morrido. A fé também de João ficou sepultado na cruz. João, já não tinha fé no Sábado Santo. Quando viu a pedra ai que acreditou.
Maria aonde estava Ela? Por quê Ela não foi com as mulheres no túmulo? Ela que era tão dedicada? Ela que acompanhou Jesus até o calvário? Qual a mãe que não gostaria de lavar as chagas e feridas do seu Filho? É evidente. Se Maria achasse que Jesus estava morto, ela teria ido lá de manhã. Ela acreditou. “Bem-aventurada Aquela que acreditou!”
Nós podemos dizer que a fé tinha sido varrido da face da terra, mas sobreviveu em um único coração. No coração de Maria. Se nós nos sentimos poucos, diante dos que creem e sentimos isolados, até dentro da nossa própria família. Voltemos o nosso olhar para Maria! Que não só permaneceu de pé na sexta-feira santa, mas também no Sábado Santo. Ela recusou a ir com as mulheres no túmulo. Maria, sabia que Jesus não estava lá. Ela é o modelo da Igreja. A Igreja deverá imitá-La. Por isso chamamos Mãe da Igreja. Se tivermos um coração semelhante ao coração Imaculado de Maria, nós seremos Igreja!
Foi a Mãe que ouviu do Anjo a promessa: “Aquele que sair de Ti, sentará no trono de Israel.” Imagina o que não deve ter passado no coração de Maria? Quantas tentações, satanás não deve ter tentado Maria, se ele tentou até Jesus.
A virtude da esperança é uma graça de Deus. Deus nos dá a virtude da esperança. A virtude da esperança, não se compra, não se vende, não se parcela. Só Deus pode dar. A virtude é sobrenatural. O que é o sobrenatural? É aquilo que está acima da natureza humana. A virtude da esperança é sobrenatural. Ela é infundida em nosso coração através do batismo. Quando pecamos pecado mortal, para ter a virtude da esperança é preciso confessar. Quando confessamos entramos no estado de graça. A virtude é infundida em nosso coração e ela é constantemente alimentada por Deus. Como a criança que esta no útero da mãe que é alimentada pelo cordão umbilical. Assim é a nossa esperança precisa ser alimentada em Deus. Na amizade com Deus quando você confessa, Ele corta tudo aquilo que estava rompendo a graça de passar. Talvez você diga: “Eu me confessei e não tenho esperança.” Para que você tenha atos de esperança é preciso que você tenha um impulso!
Você precisa de oração. Se você não rezar, não vai ter esperança. Você precisa pedir a Deus! A palavra de Deus promete a vida eterna e os meios para alcançá-las. Cristo prometeu: “Eu vou preparar um lugar para vós”. A esperança cristã é o céu. Para você alimentar a sua esperança você precisa olhar os modelos que Jesus nos deixou.
Pensa agora quais foram suas últimas orações? Será que pediu para ganhar na mega sena? Para ter um emprego melhor? Para seu filho melhorar? Vamos fazer um comparação que Jesus nos ensina.
Primeiro oração do Pai-Nosso: “Santificado seja o vosso nome.” Ai começa o nosso exame de consciência. Se você não reza, não vai ter esperança. O número um da sua oração, deve ser o louvor a Deus. A gente não louva por aquilo que Ele nos dá, mas por aquilo que Ele é. Nossa Senhora é o modelo do louvor: “A minha alma engradece o Senhor”. Se na sua vida você não louva, não reza. Sua alma está doente.
Por pior que esteja as coisas na terra, existe uma glória no céu. Imagina um tornado destruindo absolutamente tudo. Acima das nuvens o sol brilha e as coisas estão perfeitas. Precisamos ter a consciência, que o mal é uma sombra,que não pode atingir a Deus. Não tem uma batalha entre o demônio e Deus. Porque Deus já venceu. O inimigo é um pó. A dor passará. Não existe sofrimento que não vai passar. A pergunta não é se Deus venceu? Mas, de que lado você vai estar?
Segunda oração do Pai-Nosso: “Venha a nós o Vosso Reino”. Eu quero ir para o céu. A glória de Deus nos espera no ceú. Quando foi a última vez que você pediu a sua salvação? Não aquela: “Eu quero morrer”.
Na Palavra diz: “O Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. Para de querer buscar a alegria nessa terra. A nossa alegria está no céu! Quando Jesus ressuscitou, o coração de Maria também foi ressuscitado para o céu.
Se o seu coração está angustiado atribulado, é normal. Nunca vamos encontrar a alegria plena aqui. Nós estamos no exílio aqui na terra, e o Senhor está preparando uma morada para nós no céu.
Terceiro pedido: “Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu”. Se você está rezando direito, precisa estar disposto a mudar os seus projetos. Porque a vontade de Deus é perfeita. É preciso obedecer. Se Deus não está ouvindo a sua oração, é porque você que precisa mudar. Deus quer a sua salvação! Essa é a esperança cristã.
Quarto pedido do Pai-Nosso: “O pão nosso de cada dia”. É a graça espiritual de ter a esperança. É como se fosse a gasolina do carro. Maria, Aquela que não perdeu a esperança. Olhou para aquele casal e disse: “Eles não tem mais vinho”. Nós precisamos de ter a graça da esperança. Que Nossa Senhora da Esperança possa resgatar a esperança em nós. Deus á de nos dar as graças para alcançarmos o céu!
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.