Amados irmãos, querida juventude e você que está em casa, chegamos ao fim deste acampamento. Mas que não é um fim, e sim um recomeço. Nós estamos aqui e viemos para esse acampamento para sermos diferentes e sairmos daqui com decisões. E a cada acampamento de oração, não é mais um acampamento, mas sim um acampamento de decisões. Todos os acampamentos precisam despertar em nós o desejo de mudança, de deixar a vida velha, sejam eles de cura e libertação, de famílias, jovens ou outro tema. E para recomeçarmos e sermos novos, precisamos ser homens e mulheres de coragem. O homem velho, muitas vezes, nos atrai e nos puxa para a vida velha. Somente o homem novo, a mulher nova, vai saber dizer: "Não ao pecado!"
Esse acampamento está nos dando uma ordem, um diferencial. Chega de querer comer “papinha!” Vou falar como nordestino que sou: É preciso querer comer "feijoada"! Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos! Deus vê o desejo do nosso coração e nos dá a graça de sermos novos.
E assim começo para meditarmos a Primeira Leitura de hoje. Muitas pessoas murmuram, nunca estão satisfeitas com nada. Sem têm cabelo liso, querem enrolá-lo; se são gordas, querem emagrecer; se são magras querem engordar. Certa vez, fui em missão com uma companheira de missão. E ela disse: “Deus queira que não tenha trânsito.” E daí fomos quase chegando a São Paulo e havia um trânsito enorme e não chegamos na hora certa. E quando tivemos que pegar o voo ela disse: “Deus queira que não atrase de novo.” Eu disse: “Vamos rezar o terço.” Depois de duas horas e meia, porque o avião também atrasou, ela disse: “Padre, a gente ia viajar no outro avião, será que as malas não ficaram no outro avião?" E realmente aconteceu isso, ao chegarmos ao aeroporto, fomos informados de que as nossas malas não haviam chegado.
Nós trazemos uma tendência muito grande a tudo o que é negativo. Na congregação fundada por Dom Bosco, eles não têm o hátito de ficar dizendo palavras negativas; eles procuram sempre ver o lado positivo em tudo. Nós também temos certa tendência a ficar lembrado as coisas ruins e a nos esquecermos das boas.
Nós, jovens sarados, precisamos ficar com as coisas boas que Deus está fazendo. Como no Egito, que se esqueceram de todas as coisas boas que Deus já tinha dado a eles e ficavam murmurando porque estavam com sede. E Deus mandou que Moisés batesse na rocha e da pedra jorrou água. E ele perguntou a eles: “E agora, Deus está no meio de nós?"
Quantas vezes você e eu ficamos olhando para trás! Olhando só para as coisas ruins, ficamos presos ao passado, com isso não vivemos o presente e prejudicamos o futuro. O que estou falando, eu falo para os padres, para todos e primeiramente para mim mesmo, porque eu estou na luta igual a vocês. E eu tenho lutado e tenho aprendido: “Deus não demora, Ele capricha!” É preciso andar na confiança. Deus tem o melhor para nós! É preciso ouvir a voz do Senhor e caminhar, se lançar. A graça vai acontecer no tempo certo, e isso é o que diz a Segunda Leitura.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.” (Hebreus 11,1)
Na celebração da Santa Missa, na hora que está na consagração e se estende a mão, alguma coisa sai das mãos do sacerdote? Vocês veem? Não. Porque isso é fé. A nossa juventude precisa ser de fé. É tempo das obras, como eu disse na homília de sexta: “Você é estrela, e nasceu para brilhar!” E peça a Deus os dons, a fé. A esperança não decepciona, quando eu tenho fé, me lanço e acredito no que Deus vai fazer. Muitas vezes nós não damos valor nem de abrir os olhos ao acordamos. Isso já é um milagre. Muitas vezes, a gente confia, mas desconfiando. Eu pergunto: Estamos aqui para sairmos, dos portões da Canção Nova, com a vida nova?
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Para os integrantes do Grupos "Jovens Sarados" eu digo: Nós precisamos continuar firmes! Será que você tem se deixado abalar por qualquer vento? Os "Jovens Sarados" nasceram para ser quentes, cheios do fogo Espírito Santo! Eu não estou colocando peso sobre ninguém, pois cada um traz um chamado. Cada um tem um vocação. Assim como na Canção Nova que cada um faz uma coisa, um varre, o outro filma e evangeliza, e assim por diante.
Você não precisa ser diferente, mas sim fazer a diferença. Somos todos iguais, somos filhos de Deus. Eu só consigo fazer diferença quando eu me lanço. Eu toco nos meus seis anos de sacerdócio e percebo que, quando eu me lanço e quando estou mais cansado é que Deus mais faz. E as pessoas chegam e dizem: “Sua missa foi ótima”, agradeço a Deus porque é Ele quem faz.
“Irmãos:1Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo.2Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 5E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado.7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer.8Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores” (Rm 5,1-2.5-8).
Na minha primeira Santa Missa, o padre Jonas disse que ele iria pregar, depois o padre disse que seria eu. E eu perguntei: “Mas o senhor não disse que iria pregar? Sim, vou pregar em você!” Para confiar e para ter fé, eu preciso ser todos os dias preenchido pelo Espírito Santo, assim como diz a Palavra hoje.
Eu tenho muitas coisas para lhe dizer, mas hoje eu lhe digo isto: Não volte a mesma pessoa! Volte com o desejo de se desgastar para salvar almas, de ficar até sem voz! Seja um profeta, com o seu testemunho de vida. Faça a diferença. Não podemos viver de empolgação, pois a empolgação passa, precisamos de entusiasmo! O monsenhor é um homem de entusiasmo. E ontem eu fui à casa do monsenhor Jonas para dar um abraço nele, porque estou na missão de Cuiabá. E aquele homem santo estava acabando de almoçar, e na hora que ele abriu e viu a foto na qual estava escrito os 50 anos de sacerdócio dele, ele me deu um abraço. Eu disse: A missão de Cuiabá, os jovens sarados e tudo o mais se devem ao seu "sim".
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D'Onofrio