O desejo do nosso coração é deixar que Deus complete em nós a obra que Ele mesmo iniciou. O carisma que vivemos não é uma ideia suspensa em algum lugar, mas se encarna naqueles que são chamados a vivê-lo. Da parte de Deus tudo o que Ele faz é 100%, mas da nossa parte é esforço e luta, tendo a coragem de buscar a cada dia a conversão.
A obra que o Senhor precisa completar em nós só acontecerá quando pedirmos a graça de vê-Lo com clareza e segui-Lo com firmeza. Temos a graça de viver o mês vocacional, por isso façamos memória, de maneira especial de todos os catequistas porque, na maioria das vezes, são eles que fazem brotar em nós a chama da fé e assim passamos a enxergar o Senhor com clareza!
Quando o Jesus pergunta no Evangelho quem é Ele para as pessoas, Ele se dirige àqueles que lhe eram mais próximos. O Senhor não faz a pergunta a multidão, não! Ele faz para aqueles que eram seus amigos. Algumas vezes, nos Evangelhos sinóticos de São Mateus e São Lucas, vemos que uma multidão sempre acompanhava Jesus, mas Ele distingue bem quem são os seus íntimos e aqueles que fazem parte da multidão.
O relato da hemorroíssa, por exemplo, nos ensina muito bem isso, pois em meio a multidão o Senhor percebe e distingue aquela mulher e faz com que ela tenha uma experiência particular com o seu Mestre. Há sempre uma experiência singular com cada um que se encontra com o Cristo.
Amado, em quem você acredita? Você fez de fato uma experiência de fé com o Senhor? No Evangelho de hoje é São Pedro que responde como o primeiro Papa, ele responde na condição de Igreja e nos convoca a fazer a mesma afirmação: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo”. Esta foi a primeira profissão de fé, na qual São Pedro reconhece que Jesus era o Messias tão esperado. Ele é a resposta de Deus para nossas vidas.
Quem é Jesus para você? Seja você quem quer que seja é importante que dê a sua resposta, pois ela é fundamental. Irmãos, para que o Espírito Santo complete em nós a obra começada é importante darmos a nossa resposta. Não dê uma resposta burocrática ou envolvida em um sentimentalismo que com o tempo se esfria, não! Seja firme na sua resposta, como um guerreiro que forja sua espada com determinação para a guerra.
Procure não dar uma resposta coletiva. Se Jesus te chama, e é importante a sua resposta, ninguém poderá fazer isso por você, é algo intransferível, pois somos únicos diante do Senhor.
No rito do Sacramento do Batismo, temos um padrinho e uma madrinha que respondem por nós, mas chega um momento em que nós precisamos dar a nossa própria resposta. O simples fato de você ser um consagrado supõe que você já tenha dado a resposta, ou seja, você é alguém que fez a experiência e pode assim como São Pedro dizer: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo”.
O Senhor é Aquele que deu a vida por nós, e cabe a nós renovar diariamente este sim, dando qualidade a nossa resposta. Isto significa encarnar o carisma que nos foi dado e levá-lo àqueles que nos são confiados. Sejamos acolhedores de todos os que nos procuram. Nós somos o amor acolhedor. Temos duas dimensões em nosso carisma: somos amor e acolhedores. Temos a missão de assim como Madre Tereza, amar até o fim. Amar até doer.
Transcrição e adaptação: Luana Oliveira