O tema que partilharemos é “curar os ressentimentos”. Vamos pedir que o Senhor coloque a Sua mão poderosa sobre nós, pois precisamos ser curados. Vem, Senhor, estende Sua mão e toca os nossos corações.
Amados, devemos primeiro pedir perdão ao Espírito Santo e a Deus, pois são a porta da nossa cura. O que vamos partilhar aqui é coisa muito séria, por isso que devemos nos abrir à ação do Espírito, Ele nos dará a cura de que necessitamos.
Um dos maiores teólogos do nosso tempo é o Papa Emérito Bento XVI, que nos ensinou por muito tempo a termos um alicerce espiritual. Certa vez, ao ser perguntado por que crianças nascem cegas ou sem um dos seus membros, ele se abaixou e com humildade disse: “eu não sei”. Veja, Bento XVI é um dos grandes teólogos, mas com humildade reconheceu o mistério de Deus que nos envolve.
Existem muitas pessoas que estão revoltadas com Deus e muitas delas nem admitem que precisam passar por este processo de perdão. Você pode me questionar: “Como assim perdoar a Deus?” Estamos num momento, meus amados, que precisamos nos perdoar pela imagem falsa que temos de Deus. A imagem que criamos e que não é a verdade. Deus é sumamente misericordioso. Ele é providente, e a sua providência é acima de tudo bondosa, sábia e imutável.
Em Mt 11, 25-30 lemos: “Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo. Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve.”
Nós devemos louvar a este Deus que é Pai, Ele é o nosso paizinho. Neste texto, por três vezes Jesus chama a Deus de Pai e somos convidados a também nos relacionar assim com Ele.
Deixe um pouco sua razão de lado e reconheça que somos chamados a ir diante de Deus com humildade. O plano Dele para nós é a chave fundamental para que entendamos as nossas limitações que carregaremos a vida inteira. Somos chamados a olhar para Ele na sua providência bondosa, sábia e imutável. Quem é Deus para você? Ele é Pai.
Enfatizo isto, pois daqui decorre o projeto de Deus. Quando falo em perdoar a Deus, me refiro às pessoas que são indiferentes a Ele. Agem como se Deus fosse alheio a nossa realidade. É como se Ele tivesse nos criado e ficasse assistindo a nossa vida “de camarote”. Isto não é real. Deus se compadece de nós.
O problema é que esta imagem falsa torna as pessoas indiferentes a Ele. Muitas vezes, culpamos Deus por tudo o que acontece conosco. Sempre O colocamos como culpado! Se estamos desempregados ou se estamos travando a luta como uma doença grave, falamos que foi Deus quem quis. Amados, se o próprio Bento XVI não teve resposta para tal pergunta, faz com que não tenhamos também a resposta para este mistério.
Você pode até dizer: “Não quero um Deus assim”. Não, meus irmãos, somos filhos Dele e O temos como Pai. Nós como cristãos católicos somos irmãos, pois estamos na Igreja criada por Ele. Temos uns aos outros, e por isso, mesmo nas dificuldades, creia que Deus nos olha como filhos.
Não transfira a frustração que você teve com as pessoas para Deus. Isto não tira nossos processos de cura em relação às pessoas, mas faz clarear nossas atitudes para com Deus.
Se você teve uma experiência com seu pai que não foi satisfatória, cheia de muitas dores, ao rezar o “Pai Nosso” talvez você tenha dificuldade e não consiga ter um relacionamento de cura com Deus. Precisamos ser curados.
Você acha que Deus quer a guerra no mundo ou atualmente no Iraque? Ou ainda você acha que Deus quer que vivamos no pecado ou que mendiguemos afeto? Não culpe Deus por suas infidelidades.
Temos a figura de Jó no Antigo Testamento, que sofreu muitas situações, mas em nenhum momento culpou a Deus por tudo o que lhe acontecera.
Transcrição e adaptação: Luana Oliveira