O encontro pessoal com Jesus lhe dá um ânimo novo, uma alma nova
Nós vamos falar de algo muito importante, de uma experiência concreta que aconteceu na história de uma pessoa e, por meio dela, nós estamos aqui. O tema desta pregação é ‘Feito tudo para todos’, lema da ordenação sacerdotal de monsenhor Jonas Abib, que completará, nesta segunda-feira, 8, 50 anos de sacerdócio.
Todo sacerdote, quando está se preparando para uma ordenação, escolhe uma frase que vai orientar toda a vida dele, e esta frase é como uma bússula. Hoje, quero falar dos bastidores do ‘Feito tudo para todos’, construído no dia a dia e com várias experiências, assim como um bordado é que é todo trabalhado. Vou contar para vocês um segredo de família. Hoje, vou falar dos bastidores daquilo que Deus realizou na vida do monsenhor Jonas Abib. Para um corpo ficar em pé precisa de duas pernas. E o primeiro pilar foi o encontro pessoal do padre com Jesus.
Diz o monsenhor Jonas que, no fim do seu curso de Teologia, depois de um encontro dos padres e seminaristas, ele se retirou para o quarto e pôs-se a rezar, abrindo a Bíblia: “Chegando ao território de Cesareia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: No dizer do povo, quem é o Filho do Homem? Responderam: Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes Jesus: E vós quem dizeis que eu sou? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Jesus então lhe disse: Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus” (Mateus 16,13).
Neste Evangelho, Jesus pergunta aos discípulos quem Ele era para eles. Padre Jonas conta que essa pergunta de Jesus saltou a seus olhos, pois ele já conhecia a Bíblia, mas estava fazendo uma experiência nova. No livro ‘Eu acredito em milagres’ lemos: “Naquele momento, deu-se o meu primeiro encontro pessoal!”. Olha o que o monsenhor está nos ensinando para que nós apliquemos na nossa vida. Eu não estou colocando o monsenhor Jonas em um pedestal e dizendo que ele é santo, estou apenas pegando a história dele para nos encontrarmos com Jesus.
A experiência com Deus não se dá pela quantidade de livro que você lê, mas pela experiência que você faz com Cristo: “Disse-lhes Jesus: ‘E vós quem dizeis que eu sou?’ Simão Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!’Quem contou aquilo para Pedro? “Feliz és tu Simão filho de Jonas”. O encontro pessoal com Jesus só é autêntico quando o Pai nos leva a Jesus. A Palavra vai dizer: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6, 44). É o Pai que atrai Jesus para as pessoas.
O Santuário vai ser o lugar de encontro pessoal com Jesus. Algumas pessoas acham que esse encontro é igual àqueles filmes de Hollywood, mas não. É muito mais! É algo que é de dentro do coração, não tem efeitos especias. O padre Jonas não se desequilibrou, não ficou fanático e doído. “Depois daquele encontro, tudo em minha vida tomou um rumo novo. Criou-se um ânimo renovado dentro de mim. Estava disposto a partir para a luta e atingir a meta”. A Palavra ânimo vem de alma, uma pessoa desanimada é uma pessoa sem alma. Você e eu somos corpo e somos alma.
O encontro pessoal com Jesus nos dá uma ânimo novo, uma alma nova. Felizes somos nós da Canção Nova e você sócio que conheceu monsenhor Jonas, que nos leva para Jesus.
Monsenhor Jonas passou por uma situação muito difícil. Ele conta: “Era o ano de 1971. Na metade desse ano, no auge da revolta que eu curti sozinho, sem contar a ninguém, tomei uma resolução: rezar o “Vinde, Espírito Santo”. Essa era, digo com franqueza, muitas vezes, a minha única oração diária”. Ele conta, no livro ‘Eu acredito em milagres’, que celebrava a Missa, mas que esta era a sua única oração. “Estava, nessa altura, a poucos passos de perder o meu ministério por ressentimento, por revolta. Apesar disso, rezava todos as noites: “Vinde, Espírito Santo”.
O padre vai celebrar 50 anos de sacerdócio. Veja por tantas coisas que ele já passou! Quantos casamentos e sacerdócios pode estar por um triz por causa das revoltas e amarguras? As pessoas que conviveram com o padre Jonas dizem que ele era mau humorado. Mas olha o que o Espírito Santo faz! Hoje, vemos o padre sorridente.
Ainda no livro, ele diz que teve a oportunidade de fazer um encontro com padre Haroldo, no dia 2 de novembro, quando a Igreja celebra finados. Para o padre, no entanto, foi o dia de renascer para Deus; neste encontro, ele foi batizado no Espírito.
Naquele encontro, padre Haroldo disse que rezaria por cada um que quisesse o batismo no Espírito. “Eu quis aquilo do fundo do meu coração, mas não senti nada de especial, nenhuma emoção”, conta o padre. Sabe por quê? Porque a experiência do batismo no Espírito Santo acontece dentro de nós primeiramente. Continua monsenhor: “Depois daquela oração, fui rezando como nunca havia rezado antes. E o mais importante é que aquela revolta foi saindo de dentro de mim”. Olha o que o monsenhor Jonas Abib teve de passar para chegar aos 50 anos de sacerdócio! Ele disse que ficou a noite inteira rezando. Hoje, vemos o sorriso lindo do padre e sabemos que, por detrás dele, existe o encontro pessoal com Jesus e o batismo no Espírito Santo.
Filho de uma padre atrevido, é filho atrevido também, por isso o ‘Feito tudo para todos’ não pode ser teoria. Batismo do Espírito Santo não é patrimônio tombado da Canção Nova, é graça de Deus. E tudo na comunidade se faz por meio da Palavra e da música. “Jesus, então, respondeu: ‘Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus’” (João 3,3).
Neste Hosana Brasil eu lhe digo: “É necessário nascer do alto!”. Digo também para a Canção Nova, para todos: “É preciso nascer do alto!”. O Espírito Santo vem em socorro das nossas fraquezas.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.