Sejamos Misters Pentecostes, que falam, sem medo, do batismo no Espírito Santo!
Nós ouvimos o Evangelho, que nos fala a respeito dos pastores, que são as figuras do Natal. Quando Jesus nasceu, tudo aconteceu no silêncio, ali na gruta, e nada mais de especial, a não ser a mais perfeita adoração. Maria e José adoraram aquela criança, pois sabiam que era o seu Deus. Quando o anjo apareceu para os pastores e disse: “Nasceu o Salvador! Ide adorar o Senhor!”. E os outros anjos cantaram: “Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens por Ele amado”, imagine que canto lindo que não foi, era preciso festejar.
Os pastores, então, foram procurar o Menino Jesus e encontraram tudo como o anjo havia lhes dito, embora isso acontecera na simplicidade da manjedoura e do estábulo. Não encontraram um berço de ouro e riquezas, mas sim, na simplicidade, viram a glória do Salvador que nascera. Eu gosto de dizer que manjedoura é o lugar onde os animais comem, e José improvisou ali um bercinho, era tudo muito pobre. No entanto, mesmo assim, os pastores ficaram muito tocados com as maravilhas que eles viram e contavam para todos.
Mas que maravilhas? As maravilhas dentro do coração deles. O principal Natal deve acontecer dentro de nós. Aquilo que é exterior, que acontece fora, é muito pouco. Quem disse que precisamos ter comidas, cartões e presentes de Natal!? O que precisa acontecer são as maravilhas do Senhor dentro de nós. As pessoas que ouviam os pastores também ficavam maravilhadas com aquilo que estes lhes contavam. Para contemplar as maravilhas do Senhor não precisa de muita coisa, basta apenas a simplicidade e o acolhimento para que essa graça aconteça em nosso interior.
A Palavra diz: “Que Maria guardava todas as coisas no seu coração”. É preciso que façamos o mesmo. A primeira leitura de hoje é curta, mas muito preciosa: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Nm 6,22-27). Essa bênção vem do céu, porque foi o Senhor quem a deu a Moíses e aos levitas, é uma bênção que vem do alto. Veja que cada sentença desta Palavra é muito importante. A bênção de Deus é tudo, com ela vem bênção para a alma e para tudo. E como precisamos ser guardados, protegidos e defendidos com a bênção de Deus! Quem vai guardá-lo é o Senhor, por mais que você tenha defesas.
Reze: “Guarde-me, Senhor, todos os dias da minha vida”.
Interessante que, para o povo de Israel, “face” quer dizer o próprio Senhor. Esta bênção contém isso: “Que o Senhor faça brilhar sobre ti o Seu rosto”. O verbo “compadecer” é usado muitas vezes na Bíblia, que quer dizer: “Padecer junto; colocar-se na pele do outro”. É o mesmo que dizer: “Que o Senhor se ponha sobre a sua pele”, para o defender e o guardar e derramar sobre você o Seu amor e para libertá-lo. É o próprio Senhor se debruçando sobre nós, porque só Ele é santo e pode nos fazer santos. Que a luz de Deus brilhe sobre nós!
Que o Senhor se volte para você, que Ele entre no seu interior e se debruce sobre seu coração. É isso que eu desejo a você e é o que todos nós precisamos desejar. Desculpe-me dizer isso, mas talvez tenhamos dado a paz de Cristo brincando, esquecendo-nos de que é uma coisa muito seria porque é o próprio Cristo. A celebração da Eucarístia nos dá a graça da paz, e quanta gente precisando de paz neste mundo! Talvez você seja o primeiro que precise dessa graça por haver tantas amarguras no seu coração. Hoje é o dia da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus e o Dia da Paz. Quem instituiu o Dia da Paz foi a Igreja, porque ela percebeu o quanto o mundo precisa de paz. Hoje é o dia de recebermos esta paz.
A Segunda Leitura dá sentindo à Primeira Leitura e ao Evangelho, no qual lemos que Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher, e o mais importante, deste texto tão pequeno, é: “Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do Seu Filho, que clama: “Abá, ó Pai”. Quantas pessoas com problemas com o pai existem; principalmente quando chega o fim do ano, muitas lembranças afloram. E o Filho de Deus diz: “Abá, ó Pai” para nos curar as feridas. Nós precisamos do amor do Pai. Peça a Deus que o cure das feridas que foram causadas por seu pai. O Espírito Santo cura essas feridas e nos ajuda em todas as áreas, por isso nós precisamos d’Ele.
São João XXIII queria que o Espírito Santo de Deus fosse derramado sobre toda a Igreja. Ele já era idoso e morreu logo no início do Concílio Vaticano II, que terminou em 1965; e, em 1967, Deus derramou o Espírito Santo lá nos Estados Unidos de modo prodigioso sobre um grupo de jovens universitários e alguns professores. Todos ficaram cheios do Espírito de Deus e não somente cheios como também receberam os dons do Espírito Santo, dando início a algo novo na Igreja, experiência que foi se espalhando por toda a Europa e pelo mundo com o tempo. Eu recebi a graça do batismo no Espírito Santo em 1971, e veja que são próximas as datas, isso significa que já havia o mesmo derramamento do Espírito Santo no Brasil. No mundo inteiro essa graça se espalhou com os dons do Espírito Santo e o batismo.
Temos figuras maravilhosas que receberam o bastimo no Espírito como Patti Mansfield, que era uma das jovens que estavam naquele fim de semana nos Estados Unidos, e David Wilkerson, autor do livro “A Cruz e o Punhal”, que devoramos no ínicio da Renovação Carismática Católica (RCC).
E David Du Plessis, um evangélico do Sul da África que foi chamado de “Mister Pentecostes”, porque por onde ele passava ele clamava os dons do Espírito Santo. Com essas leituras de hoje, em que Maria e os apóstolos estavam vivendo o Pentecostes, que peçamos a intercessão da Mãe de Deus e que sejamos cheios do Espírito Santo. Que, se até hoje, nós relaxamos na graça do derramamento do Espírito Santo, eu peço para todos os fiéis e para todos os membros da Comunidade da Canção Nova os dons do Espírito Santo, com destemor, com toda a efusão. Vem, Espírito Santo! Nós queremos e precisamos dessa graça.
E que todos nós sejamos “Misters Pentecostes”, que falam, sem medo, do batismo no Espírito Santo!
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.