Situações pessoais que podem gerar conflitos nos casamentos
Sou João Carlos e sou psicólogo há mais de vinte anos, e casado com a Maria Luzia que é terapeuta familiar e também psicóloga. Nós temos três filhos – Maria Júlia, a Clara e o João Miguel, e somos do 2º elo de compromisso na Comunidade Canção Nova.
Maria Luíza – O tema que vamos falar hoje é ‘Onde dois ou três estão reunidos, ali há conflitos’. Temos duas novidades e notícias, onde uma é excelente e a outra é difícil de ser escutada e de ser entendida. Vamos fazer um caminho de formação com quatro tipos de crise:
– A crise no conflito familiar;
-A diferenciação sexual;
– A influência dos meios sociais;
– As crises próprias do casamento.
João Carlos – A primeira novidade é a dificuldade das pessoas. A minha dificuldade pessoal interfere no relacionamento, e pode gerar crises.
Maria Luíza – A primeira crise: Somos construídos a partir da nossa história de vida, na qual se geram conceitos, formas de pensar, temperamentos diferentes, tem pessoas que podem ter transtornos e ansiedade, também quanto a forma de falar, uns são mais dóceis e outros, mais grosso. Estas são situações pessoais que podem gerar conflitos em nosso casamento e que faz parte de cada ser humano- diferenças de identidade.
João Carlos – Talvez você pede a Deus para te Ele mudar, mas não tem noção, que as suas características podem influenciar no seu casamento. A nossa história de vida é muito importante e ela influencia no nosso comportamento. Ex: “Talvez você é uma pessoa triste, e acha que é o seu casamento que gera tristeza, mas isso é fruto da sua história e não culpa do seu marido.
Maria Luíza – Atendemos casais onde a mulher não dá conta de ficar sozinha porque o marido tem que trabalhar longe, e na verdade o problema não está no marido, mas na carência e nas feridas que ela traz da sua história. Estamos falando aqui disso, porque a sua história tem influência naquilo que você é e que influência no seu casamento. Talvez os seus pais tenham sido alcoólatras, e você esta seguindo este comportamento. Ou eles foram duros com você e, você também é duro (a) com seus filhos.
João Carlos – Precisamos fazer um diagnóstico do que está acontecendo conosco. Hoje, o que estamos fazendo aqui é para você ter oportunidade de ver o que está acontecendo, porque trazemos a nossa dificuldade pessoal.
A segunda crise: é a diferenciação sexual desde o ponto da nossa concepção, onde herdamos dos nossos gametas, a informação genética de que x com y vai gerar um ser homem e o ser mulher. Temos teorias que nos dizem que os cérebros são constituídos a partir dessas características. O homem tem o seu jeito de ser, e a mulher tem o seu jeito de ser, e se não compreendemos estas diferenças, seriamente vamos ter problemas.
João Carlos – A mulher fala mais que o homem, isso é da mulher, e não é algo ruim, é genético. Isto não é uma característica do homem, mas é uma constituição biológica- constituída no ser feminino. A orientação espacial da mulher, não é como a do homem. Isso não quer dizer que um é melhor que o outro, mas que existem as diferenças biológicas humanas.
Veja como o extinto do homem é diferente da mulher: Eis que um dia nós acordamos com um gato, e eu gosto de animais, “mas bem longe de mim”. E um dia eu acordei e deparei com um bendito gato, peguei o cabo de vassoura para tirar ele para fora. Depois peguei a luva e estava segurando o pescoço do gato e a Maria Luiza disse: “Tadinho, não faz isso com o gato!”. E eu disse para ela resolver, então. Ela como mulher foi proteger.
Está vendo as diferenças sexuais? Se não soubermos disso, as coisas se complicam. A visão de mundo da mulher é diferente do homem, e é isso que nos aproxima. O que nos aproxima são as nossas diferenças, são elas que vão nos complementar. Foi ali que vi o que estava fazendo, pois estava agindo como um defensor da minha casa. Isso é coisa de homem: defender. Já o papel da mulher é proteger… isso é que dá equilíbrio.
E se não entendermos isso, vão haver os conflitos. A minha maneira de pensar, de homem, é rápido e lógica como dois mais dois são quatro. Já a mulher, coloca sentimento e conta toda uma história para explicar que dois mais dois são quatro.
Maria Luíza – Precisamos de diálogo para nos entendermos.
João Carlos – A Maria Luíza vai ver o mundo como mulher, e eu como homem. Se um dia a Maria Luíza morrer, eu não vou poder ser a mãe dos meus filhos, porque sou homem, o máximo que eu vou conseguir é ser um homem que tenta cuidar como mãe. Se não entendemos isso: homem pensa e age diferente da mulher, criaremos um conflito que vai ser motivo de muitas brigas entre nós. Louvado seja Deus porque você homem é homem, e você mulher é mulher.
Maria Luíza – O Senhor nos fez juntos por causa de uma missão.
O terceiro conflito: são as dificuldades geradas pelos meios sociais. Não tem como nós não sermos influenciados pelo mundo. Existem músicas que ficam na nossa cabeça, e existem técnicas para fixá-las na nossa cabeça. Nós somos induzidos pelas coisas que passam, como as imagens. Não sejamos inocentes, mas começamos a pensar a partir dos programas que assistimos. É uma ideologia de morte que nos é passada.
João Carlos – O mundo hoje está sendo organizado principalmente, para destruir o ser humano. E o que ele ataca é a família, porque uma família desestruturada, gera um ser humano desequilibrado. Há todo um movimento de várias organizações que estão atacando a família para destruir o ser humano, e um dos meios é a TV e as tecnologias. Por um lado ela vem construir, mas por outro lado ela vem deformar.
Maria Luíza – Nós aprendemos por aquilo que vemos, cheiramos, sentimos. Temos estas vias sensoriais e a partir delas, criamos uma memória para evocar futuramente. As imagens voltam quando você tem uma sensação forte, por exemplo: Se você vê imagens pornográficas você tem uma tendência, de toda vez que ver uma mulher, lembrar das imagens que ficaram registradas. Somos influenciados pelos meios que querem roubar as nossas famílias.
João Carlos – Constantemente esta cultura de morte, está invertendo a figuras de valores. Muitos jovens já não querem mais casar, e não é porque a família não foi muito boa, mas porque estes valores já foram tirados, através dos meios de comunicação, da cultura de morte. O meio social tem invertido os papéis.
Maria Luíza – Antigamente a mulher ficava em casa e quase não tinha tempo para cuidar dos filhos. E dai a cultura de morte, disse que as mães também precisam trabalhar. Antes era só o pai que ficava fora, agora são os dois. Na hora do almoço a família fica no celular, na televisão. Os meios vão entrando para dentro da nossa casa.
Talvez você tenha um filho, mas parece que tem mil. Porque o mundo está nos roubando, nos tirando as nossas famílias. Quanto vale um filho?
Quarto conflito: As crises eventuais. Neste as famílias passam por sete crises:
– A crise de ser dois;
– A convivência efetiva do casal;
– O nascimento dos filhos;
– O crescimento dos filhos;
– O casamento dos filhos;
– Quando se tornam avós;
– Algo inesperado.
João Carlos – Na crise de ser dois, percebemos que muitos casais nos chamam, e que a influência não está nos problemas, mais nas dificuldades de se assumirem como dois agora, e não mais como um. O casal não toma mais a decisão por si só, porque agora são dois. Quando casamos, são os dois que decidem a vida de cada um, por isso se gera a crise, porque não percebemos que não somos mais um.
A segunda crise – a convivência efetiva do casal. Vocês precisam se respeitar dentro de casa, e daí vem a confusão, porque cada um acha que a maneira que aprendeu é a correta, mas vocês vão decidir juntos qual é a melhor forma. Agora é um projeto de vida a dois. Cada um tem um jeito de ser, porque foi criado deste jeito, mas precisa ver, qual é melhor maneira para este momento. Qual é a melhor forma de cuidar? Não da maneira das nossas famílias, mas da nossa forma.
A terceira crise – O nascimento do filho. O pai vai sair de férias e não programa nenhuma atividade com o filho. Ele não entendeu que agora existe uma terceira pessoa e que a responsabilidade é deles. Tem homens que quando o filho chora, em vez de acalmá-lo, ele quer bater. Isso porque não se deu conta de que agora são três e não dois.
A quarta crise – Crescimentos dos filhos. Precisamos entender que precisaremos mudar como pai e mãe. Muitos casamentos se acabam porque os filhos vão embora e agora vão voltar a ser dois.
A quinta crise – Quando nos tornamos avós.
A sexta crise – As crises acidentais, que acontece quando perdemos alguém, ou ficamos desempregado.
A primeira notícia é que existem os conflitos pessoais, dos meios sociais e as crises próprias do casamento, mas que são crises humanas. E a notícia boa é que, onde dois ou três estiverem reunidos, Deus estará no nosso de vós. É uma graça sobrenatural. Você vai mudar se Deus entrar na sua vida? Você vai continuar com problemas pessoais, mas não estará mais sozinho. Jesus vai entrar e abrir a sua consciência para dar conta de enxergar os seus problemas e mudar. A pessoa que tem Deus, não acusa o outro, mas ela tenta mudar, naquilo que ela mesma pode contribuir para que, a família caminhe e tenha um rumo diferente. Aí entra a graça sobre-humana, onde Deus vem com sua graça. Precisamos assumir com propriedade esse Deus maravilhoso. E Ele não é uma ideia, nem uma ideologia, mas é uma pessoa. Você pode sentar e conversar com Deus e perceber o que está acontecendo, porque Ele também é uma pessoa, um Deus, que quer fazer parte da vida a dois.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.