As feridas do coração são reais e dolorosas

Padre Márlon Múcio

Que Deus nos assista no tratamento de cura dos corações feridos

Como estão este combatente, este homem, esta mulher, esta família, esta comunidade que Deus levantou, neste tempo, para galgar o céu?

Vamos tomar a Palavra de Deus como o remédio que nos dá saúde.

“Honra o médico por causa da necessidade, pois foi o Altíssimo quem o criou.
Toda a medicina provém de Deus. O Senhor fez a terra produzir os medicamentos: o homem sensato não os despreza. O Altíssimo deu-lhes a ciência da medicina para ser honrado em suas maravilhas; e dela se serve para acalmar as dores e curá-las; o farmacêutico faz misturas agradáveis, compõe unguentos úteis à saúde, e seu trabalho não terminará, até que a paz divina se estenda sobre a face da terra. Meu filho, se estiveres doente não te descuides de ti, mas ora ao Senhor, que te curará. Afasta-te do pecado, reergue as mãos e purifica teu coração de todo o pecado” (Eclesiástico 38, 1-2; 4, 6-10).

Deixemo-nos tocar pela Palavra de Deus, que pode nos curar, porque o Senhor é o Médico dos médicos.

Rezando esses dias, preparando-me para esta pregação, coloquei-me em atitude de escuta do Senhor e percebi que Ele quer curar o nosso coração onde quer que estejamos.

O Papa Francisco, por diversas vezes, tem se valido, em suas pregações, de comparações da Igreja com farmácias e hospitais. Perguntaram ao Santo Padre do que a Igreja precisa nos dias de hoje; ele respondeu que ela precisa é da capacidade de curar as feridas e aquecer o coração dos fiéis.

Em outra ocasião, o Sumo Pontífice disse que, como um enfermeiro num hospital, Deus vai curando nossas feridas, envolvendo-as com Suas mãos; para isso, Ele se tornou homem.

Fechemos os olhos e imaginemos, agora, Jesus tocando nossas feridas. Ele se envolve em nossas misérias e não tem medo de tocar onde dói, onde há uma doença contagiosa. Jesus está mais perto de nossas feridas e as cura. Todos podemos ser atendidos pelo Doutor Jesus Cristo, o Médico dos médicos.

Peregrinos participam da pregação do padre Marlon durante o Acampamento de Cura e Libertação. Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Peregrinos participam da pregação do padre Marlon durante o Acampamento de Cura e Libertação. Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Papa Francisco também disse que vê a Igreja como um hospital de campanha, quando, depois de uma batalha, é preciso curar as feridas dos soldados. Da mesma forma, depois das batalhas em nossa vida, precisamos ser tratados. O Santo Padre insiste no ministério de cura de Jesus. Veja que a palavra “salvação” transmite o sentido de cura, remédio e resgate. É graça de Deus!

Talvez alguém em nosso meio diga: “Padre, ninguém sabe o que estou passando, o que estou vivendo”. Quero lhe dizer que há Alguém que sabe: Jesus. Os médicos pesquisam, buscam entender o que são as doenças e quais são os meios para curá-las, mas nem mesmo quem estuda sabe o que você sente. Cristo, no entanto, sente na pele onde dói em você.

A Palavra “terapia” significa “servir a Deus”. Nós, no serviço a Ele, somos terapeutas. Hoje, não precisamos falar das doenças, pois as conhecemos bem; precisamos falar d’Aquele que pode nos curar. Dói mais no Senhor do quem em nós quando um mal nos acomete.

Santo Inácio de Antioquia dizia que Jesus salva exercendo o Seu ministério de cura e libertação. Esse santo chama Cristo de “Médico da carne e espírito”.

No começo da Igreja, era muito normal rezar pela cura. Santo Agostinho dizia que era bom rezar para que nossa saúde fosse conservada; e quando não mais a tivéssemos, para pedir a Deus que a restabelecesse.

Amados irmãos, quero indicar a vocês alguns remédios para sermos curados: fé, Eucaristia, confissão, unção dos enfermos, oração de perdão, escuta da Palavra de Deus e os sacramentais.

Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

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