“O lado mais bonito do milagre não está no desaparecimento do problema, mas nas marcas da conversão”, exortou padre Delton.
A primeira leitura de hoje nos traz uma revelação que não é segredo, o mundo em que vivemos parece um vale de lágrimas, como rezamos na Salve Rainha: “os degredados filhos de Eva, a vós suspirando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Só não podemos perder a capacidade de nos sensibilizarmos com a dor do outro.
A nossa capacidade de sermos irmãos, de buscarmos Deus, nos faz viver melhor. Nossa vida passa muito rápido, é como um sopro. A maior certeza que temos é de que vamos morrer. “Quem não está preparado para morrer, não sabe viver”. Esta é uma frase de Santa Tereza de Ávila.
Mas como nos preparamos para morrer? O que é preciso fazer para saber morrer? Viver cada dia com intensidade, sabendo que somos amados por Deus. Quem ensina isso é o Papa Paulo VI. Precisamos deixar que o Espírito Santo nos ensine a viver com intensidade todas as coisas. Precisamos fazer as coisas como se fosse a última vez.
Certa vez, perguntaram a São Luiz se ele morresse, naquela hora, o que Ele faria? O santo respondeu que não faria nada, pois estava onde Deus o queria. E você, está onde Deus o quer?
Ao perceber que este mundo é um vale de lágrimas, encontramos a verdadeira razão de nossa existência. Há um cantor internacionalmente conhecido que tem várias coisas, inclusive uma ilha só dele. Essa pessoa já tentou suicídio oito vezes e se casou dezoito. Ele não é feliz.
Deus não nos criou para sermos miseráveis, mas não podemos viver em função dos bens desta terra. A verdadeira alegria não está aqui, mas na vida futura. Não coloque sua felicidade no casamento, pois o matrimônio consiste em morrer para si e fazer o outro feliz. Existem pessoas que acreditam que vão alcançar a felicidade quando tiverem um emprego melhor, mas não é assim.
Tome posse da graça de Deus, da bênção de agora. É preciso viver o que o Senhor tem para nós agora. Ele reservou graças especiais para aqueles que frequentam os santuários, por isso é preciso tomar posse da graça que o Pai derrama sobre nós.
A nossa esperança é o que nos faz anunciar o Evangelho. Na segunda leitura de hoje, vemos que o apóstolo Paulo afirma que o anúncio do Evangelho não é motivo de glória, mas uma obrigação a cada um de nós. Mas só pode anunciar aquele que toma posse de sua bênção.
Muitas vezes, o Evangelho está escondido de nós, está em nossa casa, é o nosso cônjuge, as pessoas com que lidamos no dia a dia. A iniciativa é de Deus, por isso devemos agir conforme a inspiração d’Ele. O que o Senhor nos pede é o que nos traz a liberdade.
Existem pessoas que foram tocadas, que viveram um “Pentecostes pessoal”, mas outras ficaram como expectadoras. Na época de Jesus também era assim. A Palavra de Deus diz que Jesus curou muitos, mas não todos.
O Evangelho nos fala da sogra de Pedro que foi curada por Cristo. Ela estava deitada por causa da febre, que provavelmente estava forte. Ao ser comunicado da enfermidade da mulher, Jesus vai ao encontro dela. Ele segura sua mão e ela se levanta.
Ela não segurou simplesmente nas mãos de Jesus, mas teve o desejo de ser erguida por Ele. Aquela mulher ficou curada imediatamente e começou a servi-los. Se Jesus o curar hoje, o que você vai fazer depois da cura?
O lado mais bonito do milagre não está no desaparecimento do problema, mas nas marcas da conversão. De onde vinha o poder de cura de Jesus? O segredo d’Ele vem na oração. “De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi orar num lugar deserto”.
A disciplina é fundamental para a vida de oração, para voltarmos ao primeiro amor, a nossa primeira experiência com Cristo. O que nos espera é um verdadeiro combate. Porém, “sem disciplina não há santidade”, dizia Dom Bosco.
Para orar precisamos ter humildades. “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Que o Espírito Santo nos dê a graça da humildade. Temos a capacidade de ser orgulhosos na vida espiritual. Você quer ter a verdadeira disposição para a oração? Treine a humildade, busque a humilhação. O importante não é aceitar a humilhação, mas deixar ser humilhado. A grande vitória que Jesus alcançou de Deus foi porque Ele tinha disposição para ser humilde.
Quem reza bem, relaciona-se bem, portanto, possui eficácia na missão. Guarde bem esta frase: “Sem mim nada podeis fazer”. É preciso saber ficar a sós com Deus para n’Ele encontrar inspiração e transpiração para a missão.
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair
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