O amor de Deus foi derramado em nossos corações

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Alexandre Oliveira. Foto: Arquivo/cancaonova.com

A Igreja nos ensina que hoje, neste domingo de Pentecostes, é revelado a nós o Espírito Santo. “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5,5).

O Catecismo da Igreja Católica cita essa mesma passagem no número 733: «Deus é Amor» (1 Jo 4, 8.16) e o Amor é o primeiro dom, que contém todos os outros. Este amor «derramou-o Deus nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 5). Uma vez que estamos mortos, ou pelo menos feridos pelo pecado, o primeiro efeito do dom do Amor é a remissão dos nossos pecados. E é a comunhão do Espírito Santo (2 Cor 13, 13) que, na Igreja, restitui aos batizados a semelhança divina perdida pelo pecado”.

A Igreja nos ensina que, mortos ou feridos pelo pecado, recebemos o primeiro dom desse amor, que é o Espírito Santo. Quem é batizado recebeu a água do Espírito, e a Igreja diz que “o batismo restitui a semelhança divina perdida pelo pecado”.

Lembro-me de quando meu filho Jonas foi batizado. Monsenhor Jonas Abib o pegou, colocou-o sobre o altar e disse: “Assim como estamos vendo Jonas presente, Deus também está presente aqui”. Essa é a graça que recebemos do batismo.

“Ele dá-nos então as «arras» ou as «primícias» da nossa herança (111): a própria vida da Santíssima Trindade, que consiste em amar «como Ele nos amou» (112). Este amor (a caridade de que se fala em 1 Cor 13) é o princípio da vida nova em Cristo, tornada possível graças ao facto de termos «recebido uma força vinda do alto, a do Espírito Santo»(Act 1, 8)” (CAC 735).

A palavra “penhor”, do latim pignus, significa garantia, hipoteca. A origem da palavra está ligada a pangerem, que é fazer um trato. Há um conceito jurídico para “penhor”, que significa uma garantia real, uma segurança, que pode ser de objeto ou de direito. O penhor só tem efeito quando o objeto empenhado é entregue ao credor, ou seja, às pessoas que vão, no caso de uma instituição bancária, ao banco e precisam de um financiamento, dando alguma coisa como garantia.

A Igreja está dizendo que quem dá o penhor dessa esperança é Deus. Ele é quem nos dá a garantia, e nós somos Seus credores. E a garantia que o Senhor nos dá é a vida nova no Espírito Santo. Devemos ser pessoas que tenham coragem de dizer a Deus: “O Senhor prometeu! Então, cumpra essa promessa em minha vida!”. Não tenha medo de dizer isso a Deus.

Às vezes, pensamos que o Espírito Santo é a ação de Deus. Paulo não O interpreta como uma ação, mas como um agente. O Paráclito é esse Espírito que age de modo consciente e livre. E Jesus nos ensina a respeito dessa pessoa da Santíssima Trindade em João 16,7.

Eis que vem o Espírito Santo, no domingo de Pentecostes! Eis que vem o Consolador. E essa manifestação acontece justamente quando estamos sofrendo. Consolação é a expressão do amor de Deus para o Seu povo que sofre.

O Espírito Santo é suficientemente poderoso para suscitar em nosso coração o desejo de querermos ser pessoas cheias do Espírito Santo, que podem consolar os que estão sofrendo.

O batismo sacramental é o que recebemos quando criança; mas, por diversas circunstâncias da vida – escolhas, decisões erradas ou vícios –, não damos liberdade para o Espírito Santo agir em nós.

Você, que está entrevado em uma cama, que está dizendo: “Eu sou inútil!”. Não! Deus conta com você, mesmo em meio a essa crise. Você que está desanimado, Deus está dizendo que Ele vai lhe dar o penhor.

“Com o dia de Pentecostes, o Espírito Santo é derramado continuamente também hoje sobre a Igreja e sobre cada um de nós, para sairmos da mediocridade de nossos fechamentos e comunicarmos ao mundo o amor misericordioso do Senhor. Essa é a nossa missão! Também nos foi dado como dom a língua do Evangelho e o fogo do Espírito Santo para proclamarmos Jesus ressuscitado, vivo e presente em nosso meio, aproximando os povos a Ele que é caminho, verdade e vida”, disse-nos Papa Francisco.

A nossa missão é não é sair por aí dizendo para as pessoas: “Meu irmão, mude de vida, porque, se não mudar, você vai queimar no fogo do ‘inferno”. Não! Nossa missão é olhar para as pessoas e ver suas lutas, ajudá-las em suas crises. A vida, muitas vezes, prega-nos peças e nos “torce”. Hoje, Deus, na Sua infinita bondade, está nos dando o penhor, que é o Espírito Santo.

“Não há limites para os desafios do amor […]”, (Paulo VI). Há muitas pessoas de braços estendidos para nós, esperando o batismo no Espírito, mas esperando também a nossa atitude de conversão em casa, seja em nosso jeito de ser ou de falar.

A grande graça deste Pentecostes é a oração em línguas. Eu aprendi com monsenhor Jonas Abib que o dom de línguas é igual à pólvora que você joga no chão; logo, vem o Espírito Santo com o rastro de fogo e incendeia tudo.

Quem dera se todos cantassem um canto novo, o canto do Espírito! Não pare nos seus problemas, não tenha medo! Até mesmo sua aridez lhe é fonte de santificação.

“ O Deus da perseverança e da consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Jesus Cristo”, (Romanos 15,5). Que cesse entre nós as brigas e as contendas!

Que, hoje, você saia da mediocridade e vá ao encontro do outro para amá-lo, consolá-lo e testemunhar para ele o amor de Cristo.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.

Pregação: ‘O amor de Deus foi derramado em nossos corações’, de Alexandre Oliveira.

Adquira esta pregação pelo telefone: (12) 3186-2600

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