A nossa batalha é espiritual, por isso devemos combatê-la com armas espirituais
Ao longo dos dezesseis anos de “PHN”, nós temos feito a experiência de poder dizer ao Senhor que não queremos mais cometer nem um pecado sequer, não queremos cometer nem um ato sequer que venha a nos afastar do Seu amor, que venha repelir a Sua presença da nossa alma.
Todos nós, que estamos nesta grande luta, percebemos como é difícil dizer essas três palavras: “Por Hoje Não” e conseguir viver um só dia sem ofender a santidade divina. Como é difícil lutar contra o pecado! Todos percebemos que não podemos combatê-lo sem uma grande luta, sem um espírito de vigor. A santidade não se alcança tranquila e comodamente.
“Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não o aconselharia ao Cristianismo”
Desde o dia do nosso batismo, quando o sacerdote derramou a água abençoada sobre a nossa cabeça, fomos consagrados. Fomos inseridos em um grande combate, numa grande guerra. Nós fazemos parte da Igreja militante, a Igreja que está em guerra [contra o mal].
E guerra por quê? Qual é a meta? Qual é o objetivo dessa luta na qual fomos introduzidos pelo nosso Batismo? Esse objetivo não é outro senão a nossa santidade, é o Céu, que é o próprio Deus.
E, para nos unirmos a Ele, nós precisamos tomar a consciência de que fomos inseridos numa grande batalha espiritual, de que nós estamos no exército do Senhor em uma grande guerra, que só terá fim no Céu.
Por isso, aqui na Terra, não podemos ficar parados. Nós estaremos em guerra até o fim de nossos dias aqui na Terra!
A paz de Deus é fruto daqueles que combatem, e precisamos experimentar a paz que vem de Deus
“Desde os dias de João Batista até agora, o Reino do Céu sofre violência, e são os violentos que procuram tomá-lo” (Mateus 11, 12).
Só os violentos contemplarão o Céu, mas não estou me referindo à violência com arma, não é a ela que Deus faz referência, mas sim à guerra espiritual. A paz de Deus é fruto daqueles que combatem, e precisamos experimentar a paz que vem de Deus.
Há uma frase de que gosto de citar que é do autor das “Crônicas de Nárnia”: “Se você está à procura de uma religião que o deixe confortável, definitivamente eu não o aconselharia ao Cristianismo”. Da mesma forma, se vocês vieram aqui para escutar palavras cômodas, querendo apenas adocicar o coração com palavras bonitas – eu lhes digo que vieram ao lugar errado.
Contudo, se quiserem estar aqui para se comprometerem com a guerra, com a honra, com a fama e aos aplausos para conquistar o Céu, eu os acolho com os braços abertos, soldados!
A Igreja não nos promete o Céu na Terra, mas nos promete o Céu como recompensa final!
Muito bem-vindos, soldados, pois estamos no combate, comprometidos a perder tudo, aqui na Terra, para tudo ganharmos no Céu. A Igreja é tão exigente como é o Senhor, por isso, mesmo sofrendo, ela vai se manter fiel ao Seu Senhor até o fim. Por isso, cuidado, desconfie das promessas falsas; se alguém lhe fizer muitas promessas, desconfie, porque o único que faz essas promessas falsas é o demônio.
O pecado é sempre mentiroso, nos promete prazeres e alegrias que duram alguns segundos, não duram muito tempo. A única consequência do pecado é nos separar de Deus. O demônio nos oferece o Céu na Terra e o inferno também. É uma grande luta na qual não podemos ficar parados; na Igreja ninguém pode ficar parado. Nunca em sua vida use a palavra “basta”, pois a partir daí você estará se entregando ao maligno.
“Quando um espírito mau sai de um homem, ele fica vagando em lugares desertos, procurando repouso, e não o encontra. Então ele diz: ‘Vou já voltar para a casa de onde saí’. Quando ele chega, encontra a casa vazia, varrida e arrumada. Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. Eles entram e moram aí; no fim, esse homem fica em condição pior do que antes. É o que vai acontecer com esta geração má” (Mateus 12, 43-45).
Deus é o próprio sinal na presença de Seu Filho Encarnado
A cada um de nós o Senhor deu os sinais de que Ele é o caminho, a verdade e a vida. A única coisa que nos falta é começar a enxergar as coisas do Todo-poderoso.
Ou você se torna cada vez mais santo ou se entrega de vez ao mal e às pessoas más. Ou andamos para a frente ou para trás; mas não podemos ficar parados! Quantas vezes caímos nos mesmos pecados, muitas vezes, mesmo com o auxílio de Deus nos entregamos aos caminhos maus. A força de Deus está com você!
A caridade está entre as três virtudes mais importantes. A desesperança é muito mais forte do que nós mesmos, quando desconfiamos da força e do poder de Deus. O mesmo Deus que transformou Saulo, que transformou a prostituta em uma grande santa e que converteu Pedro, está vivo, hoje, e pode converter e salvar tantas outras almas. Para Deus nada é impossível!
Mas, de fato, os inimigos existem; os três grandes inimigos, segundo Deus, são: o demônio, o mundo e o “homem velho”. O demônio não se cansa, portanto, ele quer nos devorar sempre.
As Sagradas Escrituras falam do mundo amado por Deus, pois ele sai bom das mãos d’Ele, mas o mundo, assim como a natureza dos homens, foi ferido e também se tornou um forte inimigo. O nosso “homem velho” está a todo momento dentro de nós, aparentemente dormindo, mas ele está esperando o momento certo de nos atacar.
O que fazer para combater esses inimigos?
Nós não conseguimos combatê-los com armas. A nossa batalha é espiritual, por isso, devemos combatê-la com armas espirituais. Não quero aqui, nem de longe, falar mal dos psicólogos e psiquiatras, cujo trabalho é muito importante, mas, antes de um formador recomendar que um cristão vá procurar alguns desses profissionais, primeiro deveria lhe perguntar como anda a sua fé e a sua vida de oração.
Precisamos ter o olhar da fé, não são os psicólogos que vão nos salvar, e sim Deus! Quando estamos com a alma enferma por causa do pecado, precisamos procurar a confissão. Nós deveríamos procurar em Deus as principais armas para o combate do mal. A cada dia em que rezamos ficamos mais fortes para lutar contra esses inimigos de que lhes falei [o demônio, o mundo e o “homem velho”].
Nós temos muitas armas ao nosso alcance e temos as principais armas que são as graças de Deus
Entre esse grande conjunto de graças, está a presença dos grandes anjos que caminham conosco. Vamos falar sobre os anjos que contemplam a Deus e vêm nos auxiliar. Nós estamos inseridos em uma grande realidade por meio da qual podemos perceber, com os olhos da carne, que esses seres celestes existem.
Você que crê na existência dos anjos, qual foi a última vez que você pregou, rezou e ouviu algo sobre eles? Quando foi a última vez que você falou com seu anjo da guarda?
Que a partir deste Acampamento “PHN” percebamos o que mudou em nossa vida. As Sagradas Escrituras falam, a todo momento, dos anjos que povoam este mundo, que são os mensageiros de Deus. Os santos são íntimos do Criador. Angelus, em grego, significa “mensageiro”.
Os anjos sempre agirão por nós, Deus se comunica conosco por intermédio deles. Os anjos se comunicam conosco a todo momento, deveríamos começar a nos comunicar com os santos anjos da guarda. Muitos santos falaram sobre a presença desses seres celestes em suas vidas.
Santa Gema Galgani dizia ter a consciência de que seu anjo protetor a acompanhava e que eles tinham um trato familiar. São José Maria afirmou que, quando era um jovem sacerdote, um homem forte se dirigiu a ele e, de repente, do nada apareceu um outro homem; e que percebeu que este era seu anjo da guarda, que vinha até o seu encontro para o salvar.
Deus nos enviou os anjos para estarem ao nosso lado. Sejamos íntimos e amigos deles e não nos esqueçamos de que estão sempre ao nosso lado.
Transcrição e adaptação: Karina Aparecida