Quantas coisas bonitas estão acontecendo nesta tarde, aqui na Canção Nova, que se estendem pelos meios de comunicação para todo o mundo. Tais coisas vão acontecendo em nossa vida à medida que nós contemplarmos e abraçamos a cruz como sinal de vitória.
Meu coração já estava sendo preparado havia muito tempo para estar com vocês aqui neste acampamento e na presença da cruz peregrina e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, aqui neste ano. Nas leituras de hoje, podemos observar a mensagem do chamado. Na primeira leitura vemos o chamado de Saul, primeiro rei de Israel e no Evangelho vamos ver o chamado de Levi/Mateus, que é chamado por Jesus: “Venha comigo que eu te farei pescador de homens.”
Quando contemplamos a cruz e o ícone de Nossa Senhora da Jornada Mundial da Juventude, quantas vezes nós nos questionamos dizendo: 'quem sou eu para estar aqui hoje, para ter esta oportunidade de me aproximar deste presente do beato João Paulo II'.
Ao olhar para ela fico me questionando: 'Quantas pessoas já olharam para esta cruz e quantas já rezaram diante dela? Quantas orações já foram dirigidas a esta cruz? Quantos sonhos foram depositados diante dela? Quantas pessoas já tocaram nesta cruz durante todo esse percurso em todo o mundo, por onde ela já percorreu e irá percorrer'.
E é assim que acontece quando pensamos no amor de Deus, quantas pessoas se dirigem a Ele, e a cruz nos traz esta bonita memória da presença de Jesus Cristo. Quando celebramos a cruz em nossa vida de cristãos estamos mergulhando no amor do próprio Cristo.
Nós, ao enxergamos a cruz, enxergamos Jesus Cristo, e celebramos um grande dialogo; a cruz que passa em nossa vida nos pergunta: "O que vocês estão procurando?". Hoje ela [cruz] faz essa pergunta para nós, não de uma maneira capciosa ou maldosa. Essa pergunta é própria de quem ama, Jesus quer ter a certeza de que esta busca seja uma busca verdadeira.
O amor de Deus exige esta totalidade. Jesus sabe o que os jovens estão buscando, sabe que os jovens desejam a profundidade nas respostas, Ele sabe das buscas inconscientes da felicidade, mas há outras buscas, da segurança, do trabalho, da dignidade, da formação de uma família, de uma vida de Igreja, que dê sentido às suas buscas profundas. Então o que vocês buscam? Não vamos buscar poucas coisas, vamos buscar o tudo, que é Jesus Cristo.
A cruz é uma passagem, mas é, acima de tudo, uma grande mensagem de vitória. A partir do momento em que nós mergulhamos na espiritualidade da cruz, vamos encontrar uma linguagem de amor, sacrifício e doação. Nela [espiritualidade da cruz] vocês vão encontrar o amor, a razão de um compromisso, vão encontrar sacrifícios, vão encontrar realização.
Se o amor significa condição para entender a cruz, o compromisso significa a opção que nós fazemos na liberdade, o sacrifício é consequência de quem optou por algo que vale a pena na liberdade, e a realização é a finalidade de quem optou por aquilo que é o melhor, por Jesus Cristo que se faz presente.
Essa é a nossa fé, o amor, o compromisso, o sacrifício, uma vida vivida com intensidade, a partir do Evangelho.
A cruz nos leva a uma grande busca de felicidade. Este é o diálogo, conversem com a cruz, conversem com Jesus Cristo, que não é ausente, coloque tudo no seu diálogo com Ele e você verá que essa conversa só vai trazer qualidade de vida para cada um de nós!
A cruz é o segredo e a síntese dos desejos e anseios do nosso coração para continuarmos respondendo ao chamado de Deus. Ela [cruz] traz toda segurança e certeza do amor, ao nos aproximarmos dela precisamos nos aproximar da Igreja, que nos oferece a oportunidade de crescer na fé.
A Igreja também nos apresenta o ícone da Mãe de Jesus, porque não dá para sustentar a cruz se não for com o auxílio da Virgem Maria.
Aos pés da cruz, a Mãe de Jesus nos ensina que, acima de tudo e sempre, é preciso estar com Jesus Cristo.
Transcrição e Adaptação: Mariana L. Gabriel
Veja trecho da homilia: