É tempo de viver pela fé

Padre Vicente

O Novo Ano, que se aproxima, só será novo se formos homens e mulheres novos.

Iniciemos com a Palavra de Gl 3, 6-11 “Foi este o caso de Abraão: ele creu em Deus e isto lhe foi levado em conta de justiça. Sabei, pois: só os que têm fé é que são filhos de Abraão. Prevendo a Escritura que Deus justificaria os povos pagãos pela fé, anunciou esta boa nova a Abraão: Em ti todos os povos serão abençoados. De modo que os homens de fé são abençoados com a bênção de Abraão, homem de fé. Todos os que se apoiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição. Pois está escrito: Maldito aquele que não cumpre todas as prescrições do livro da lei. Que ninguém é justificado pela lei perante Deus é evidente, porque o justo viverá pela fé.

Devemos ser coerentes com a fé em Jesus, e não podemos acreditar nos profetas que dizem prever o fim do mundo. Não podemos acreditar nessas falsas previsões. Pois, hoje em dia, é muito comum ouvir as previsões dos astros, de cartomantes… Nós, como cristãos, devemos crer que só Deus sabe de todas as coisas.

Diante das dificuldades, queremos esquecer tudo o que vivemos neste ano e desejar que o novo ano se inicie logo. Quem sabe você pensa assim? Mas o Papa Bento XVI nos diz, em sua Carta Porta Fidei, ou ‘Carta da Fé’: “Mergulhemos no mistério profundo da fé!” Em 25 de dezembro comemoramos os 50 anos do Concilio Vaticano II, que abriu as portas da Igreja ao mundo, por isso o Papa quis estabelecer o próximo ano como o “Ano da Fé”, pois a impressão que se tem é que existe uma nuvem negra sobre o mundo, a nuvem do relativismo. Nós precisamos tomar a consciência de termos uma fé firme e não morta, ou seca. Percebemos hoje que as igrejas estão cada vez mais vazias, o mundo se esqueceu de Deus. Os ateus dizem que Deus não existe. Não podemos deixar que isso entre em nossas casas, nossas famílias, pois temos a certeza de que isso será cada vez mais introduzido pelo “encardido” [referindo-se ao maligno].

Existem leis que dizem a respeito da família, sobre a educação dos pais aos filhos; estou me referindo à “Lei da Palmada”, a qual não condiz com a Palavra. No Evangelho está escrito que os pais têm total autonomia sobre seus filhos. Quem, quando criança, não levou uma palmada? É claro, não se está a favor dos maus-tratos aos quais alguns pais submetem seus filhos e que com isso, cada vez mais os filhos crescem rebeldes, mas é preciso sermos coerentes com a Palavra de Deus. Tais rebeldias têm causado até mesmo violência nas escolas.

A Palavra de Deus deixa claro: “Corrija seu filho!” Mas, a nuvem do relativismo nos mostra o contrário, o mundo encontra-se hoje numa crise profunda. Precisamos estar íntimos ao Deus, que nos chama de amigos.

Atentos ao presépio, encontramos lá a resposta que muitas vezes procuramos, onde não se tem o luxo, mas a simplicidade. Mesmo diante dos problemas, das dificuldades, as quais sempre teremos, o Evangelho de Mateus nos diz que nossa casa deve estar alicerçada sobre a rocha. Todos nós temos nossas lutas, mas a diferença está na rocha da fé, em Hb 11,1-8 diz: “A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê. Foi ela que fez a glória dos nossos, antepassados. Pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível. Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício bem superior ao de Caim, e mereceu ser chamado justo, porque Deus aceitou as suas ofertas. Graças a ela é que, apesar de sua morte, ele ainda fala. Pela fé Henoc foi arrebatado, sem ter conhecido a morte: e não foi achado, porquanto Deus o arrebatou; mas a Escritura diz que, antes de ser arrebatado, ele tinha agradado a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram. Pela fé na palavra de Deus, Noé foi avisado a respeito de acontecimentos imprevisíveis; cheio de santo temor, construiu a arca para salvar a sua família. Pela fé ele condenou o mundo e se tornou o herdeiro da justificação mediante a fé.”

Todas as superstições sobre as quais ouvimos falar nos fins de ano estão fora de Deus. Nossas mudanças são internas e não externas, precisamos ter atitudes de transformações, seremos, se assim não for, homens velhos. Deus tudo pode! Estejamos abertos a essa mudança, a qual só em Deus nós encontramos. Somos convidados por Ele a essa mudança.

A fé nos faz enxergar aquilo que os outros não veem. Ela nos impulsiona, mas é preciso que creiamos. Crer de verdade, de quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo.

Talvez nossa casa esteja afundando, mas precisamos crer que a salvação tem um nome: Jesus Cristo. Somente n’Ele a encontramos.

A melhor definição de fé é ir aonde não sabemos. Se soubesse aonde iria, teria medo e não iria”. A própria Canção Nova é exemplo de luta e de perseverança, de acreditar que Deus pode realizar tudo o que aos homens é impossível. O mundo atual se esqueceu de Deus!

O maior testemunho que uma comunidade pode dar é de viver da Divina Providência, pois isso mostra ao mundo que temos de ter a consciência de que precisamos ser dependentes de Deus. É pela fé que tudo existe.

Se você acreditar, o milagre de Deus virá junto com novo ano que se inicia. Reconhecemos pela fé o Deus vivo da nossa história!

“A porta da fé, que nos introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós.” (Trecho da Carta Porta Fidei, ou ‘Carta da Fé’ do Papa Bento XVI)

Estejamos mergulhados na fé em Deus! N’Ele tudo tem solução, não podemos ser consumidos pelo mundo. Deus é o primeiro interessado em nosso bem, em que demos certo.

Abertos à mudança interior, e pedindo que Deus: “Aumente a nossa fé!”, iniciemos o Ano Novo.

 

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