Entenda por que o cristão não é a favor do aborto
Ouça: Monsenhor Jonas exorta a pática do aborto:
Não podemos ser coniventes com assassinatos. Muitas pessoas não se deixam envolver pelo tema do aborto, porque não gostam do assunto, acham que não tem nada a ver com isso; mas é aí que elas se enganam, porque, se uma cultura de morte avança em nossa nação, é justamente por causa da nossa omissão, da nossa covardia.
Da população do Brasil, 93% são contra o aborto. Mas por que avança tanto essa cultura? Uma minoria bem articulada e patrocinada tem se levantado para impor a cultura do aborto.
Satanás quer o aborto
Vemos a tentativa de implantar cada vez mais uma cultura de morte. Existe um plano satânico por trás e um combate espiritual, porque ele é assassino. Existe uma sede de sangue por parte do inferno. O inimigo de Deus só pode mexer um copo se for por meio da mão de alguém.
Nós precisamos entender que a guerra espiritual atrás disso é forte. Satanás quer acabar com a figura humana, porque nós somos imagem e semelhança de Deus. Qual forma ele usa para atacar Jesus? Profanando Sua imagem, Seu símbolo, é isso que ele faz; por isso está atacando nossa vida, porque quer nos destruir. Ainda mais se você é cristão, se você é reflexo de Deus; então, ele investe contra nós, contra a nossa família e tem investido contra o sangue inocente daquela criança no ventre da mãe.
Eu estive em peregrinação na Terra Santa, por duas vezes, e aprendi algumas coisas. Interessante, porque, quando eu cheguei na Basílica da Anunciação, onde o anjo apareceu para Maria, havia uma frase em latim, no altar, que me chamou atenção: “Aqui, o verbo se fez carne”. Lá, há a palavra “aqui”, diferente do que comumente conhecemos: “O Verbo de Deus se fez carne”. Para o Senhor, a vida de Jesus começa na anunciação do anjo; é ali que Maria concebe pela ação do Espírito Santo. Ali o verbo se fez carne.
Eu o convido a pegar o texto bíblico em Lucas 1,30: “O anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, pois não conheço homem? Respondeu-lhe o anjo: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque a Deus nenhuma coisa é impossível. Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.”
O momento da concepção foi “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”. Quem é o Verbo de Deus? Jesus Cristo, é Ele que fecunda. “Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.”
A vida começa na concepção
Naquela época, quando as pessoas tinham de viajar de um lugar para outro, elas iam de caravana. Então, levando em consideração essa distância que Maria percorreu para chegar até Isabel, Jesus tinha 15 dias de vida no ventre de Maria. “Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” Interessante porque Isabel não sabia do contexto que Maria viveu, ela tinha acabado de chegar, “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?”
O Espírito Santo, já em Isabel, qualifica em Maria uma mãe. Jesus já estava ali, Aquele Cristo, que batizou São João Batista, há 15 dias era fecundado. “Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”. Então, Maria recita o Magnificat. Quantas gerações estamos a frente e continuamos proclamando Maria como a Bem-aventurada, porque era o Espírito Santo profetizando por meio de Isabel!
Esse mesmo Cristo, que batizou Isabel, batizou também João Batista. Então, nós entendemos que para Deus a vida começa na concepção. Ah, Tiba, é uma interpretação sua, mas nem sempre foi assim. Olha como Deus trata o embrião humano, o feto desde o antigo testamento.
Êxodo 21,22-25 relata a Lei dada a Moisés: “Se homens brigarem, e acontecer que venham a ferir uma mulher grávida, e esta der à luz sem nenhum dano, eles serão passíveis de uma indenização imposta pelo marido da mulher, e que pagarão diante dos juízes. Mas, se houver outros danos, urge dar vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe.” Ou seja, Deus, em todos os tempos, já entendia a vida humana desde o ventre materno.
Para Deus não existe diferença entre uma criança 15 dias concebida de uma criança de 38 anos de idade. A criança no ventre materno não tem diferença nenhuma, a não ser por questão de nutrição, de nutrientes. A própria ciência foi chegando à conclusão da Teologia. Meus irmãos, matar uma criança no ventre materno é um grande pecado.
Não condenamos quem praticou o aborto
O artigo 5º da Constituição defende a vida desde a sua concepção. Muito mais do que isso, o abortamento, além de ser crime matar alguém, é cometer um grande pecado diante de Deus. Você que tem fé, que acredita em Deus e pratica o aborto comete um grande pecado diante de Deus. Desculpe-me por falar assim, porque talvez você já tenha praticado o aborto. Não estamos aqui para condená-la, mas precisamos falar do discurso relativista que diz “não é bem assim, é vida porém, entretanto”… Por causa desse discurso diabólico, nós temos matado crianças no ventre materno. Se matarmos a vida no ventre, o que vai nos restar?
Nós não podemos nos acostumar com esse discurso laicista que diz: “Isso é uma questão religiosa”. Mesmo quando os religiosos não usam discursos teológicos, mas questões filosóficas e científicas, eles dizem que usamos argumentos religiosos. Não é uma questão religiosa, mas humana; por isso existem vários ateus que lutam pela vida, a favor da vida e contra o aborto. Nós somos cidadãos e precisamos ter direito à voz, gostem eles ou não; e a nossa voz não pode afrouxar diante deles. Somos da paz, somos cristãos, não somos violentos nem fisicamente agressivos. Precisamos ter garra e determinação, mas não podemos ser agressivos. Precisamos nos levantar e defender os nossos valores de cidadãos.
O relato de Glória Pollo nos ajuda a entender essa questão. Em coma, ela teve visões do momento de sua concepção, de quando começou a existir, do casamento de seus pais… Ela relata que também viu os filhos que tinha, mas não imaginava ter tido, porque usava o DIU e promovia vários abortos. As almas daqueles filhos fecundados ela via ali no céu. Muitas mulheres não sabiam que o DIU, pílulas anticoncepcionais, são abortivos e impedem a fecundação. Gloria Pollo via aquelas crianças que abortou sem saber, porque a alma na fecundação já nos é dada.
Mãe é aquela que quer sofrer as dores do filho, que não pensa duas vezes em dar a vida no lugar dele. Você, homem, tem que acolher aquela menina, namorada, que na aventura concebeu. Você, que é homem de verdade, assume a criança e diz: “Eu assumo meu filho e não permito abortar”. Não seja covarde na hora de assumir a criança e protegê-la.
Meus irmãos, a Palavra de Deus é muito clara: “Antes do teu nascimento, eu já te havia consagrado e designado profeta das nações”. Deus revela a Jeremias que, antes da sua concepção, o Senhor já o havia escolhido.
Conheça as técnicas praticadas para realizar o aborto
Como é terrível o processo do abortamento! Como é doloroso para a criança e a mãe abortar! Existe um tipo de aborto, no qual é introduzido na mulher uma espécie de bisturi, e este vai cortando membro por membro da criança; por fim, ela é sugada pelo aparelho; a cabeça é esmagada e retirada. Outra forma é por meio de uma injeção salina. O líquido amniótico é extraído e a criança demora horas e horas para morrer, porque vai queimando por dentro e por fora. Quando ela é retirada, está toda queimada. Ela demora 24 horas para morrer em agonia.
A criança no ventre materno não é parte do corpo da mulher. A mulher tem os seus membros diferenciados do corpo da criança inocente e indefesa.
Uma criança pode ser tirada também através de outro método chamado nascimento parcial. O que acontece é que eles tiram o corpo da criança e deixam a cabeça dela dentro da mãe. Então, enfiam uma espécie de tesoura na cabeça, matando-a ali. Depois, retiram aquele corpo de 9 meses de gestação. É isso o que nós queremos para a nossa cultura?
Nós nos escandalizamos com tudo que aconteceu na época nazista, mas fechamos os olhos para os campos de concentração que estão matando as crianças no ventre de suas mães.
Aproximadamente 43 milhões são abortadas no mundo. Se somarmos as mortes da Primeira e Segunda Guerra Mundial várias vezes, não dará o número de abortos. É uma guerra velada, que não traz liberdade nenhuma para a mulher. O aborto deixa consequências para o resto da vida das mulheres. Conheço algumas que cometeram o aborto, seja pelo desespero ou ignorância, e que precisam de muita ajuda pelas consequências causadas por causa dele.
Salmo 139(138),13-16 diz: “Foste tu que criaste minhas entranhas e me teceste no seio de minha mãe. Eu te louvo porque me fizeste maravilhoso, são admiráveis as tuas obras; tu me conhecer por inteiro. Não te eram ocultos os meus ossos quando eu estava sendo formado em segredo e era tecido nas profundezas da terra. Ainda embrião, teus olhos me viram e tudo estava escrito no teu livro; meus dias estavam marcados antes que chegasse o primeiro.”
Deus trata o feto como pessoa e com pronomes pessoais. Ele não faz distinção para falar de uma criança no ventre materno ou de uma criança já nascida. Meus irmãos, precisamos nos despertar para a vida.
Você que cometeu aborto, a misericórdia de Deus é maior que o seu pecado. Não duvide jamais dela. Talvez você esteja tocando nessa lembrança que a fere, por isso eu o convido a reverter esse quadro e se tornar também um defensor da vida.
Seja esse Agente do Bem que vai fazer a diferença no erro cometido. Talvez Deus o convide a adotar uma criança abandonada. Talvez Ele lhe peça para se aproximar de um orfanato, a fim de que ame uma criança. Não coloque limites no seu amor pelo outro.
Transcrição e adaptação: Fernanda Soares