O Pai misericordioso

O Pai misericordioso espera por cada um

Padre Antonello - Foto: Gustavo Borges/cancaonova.com

Padre Antonello – Foto: Gustavo Borges/cancaonova.com

“dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos.
Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância… e eu, aqui, estou a morrer de fome! Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai.

Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa.

O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado” (Lucas 15, 11-32).

Há um filósofo que diz que se a Bíblia inteira desaparecesse, ficasse apenas essa parábola e nós a vivêssemos, já nos salvaríamos.

Alguns dizem que essa parábola é do filho pródigo, outros dizem que é do filho mais velho, mas muito mais, essa parábola é do Pai Misericordioso.

Se olharmos no capítulo 15, temos duas palavras antes: a da ovelha perdida e do Bom Pastor. O capítulo 15 centraliza a vida de Jesus.

O Evangelho de Lucas fala para pessoas que não tiveram a experiência de Jesus, morto e ressuscitado. Ele escreveu para pessoas que, provavelmente, não veria nem os primeiros apóstolos. Lucas está falando com as comunidades cristãs que viveram os mesmos problemas que vivemos hoje. Ele está falando para pessoas que estão divididas, que fazem fofoca, que disputam. Lucas lhes apresenta o Pai das Misericórdias.

Nesta passagem diz: “Um homem tinha dois filhos”. Adão e Eva tinham quantos filhos? Dois. E um filho matou o outro. A primeira verdade que Lucas quer dizer a nós é que há uma humanidade dividida, como Caim e Abel, um que ofereceu de má vontade e o outro que ofereceu de coração.

Há algum tempo, vive-se a grande tentação de Satanás que é destruir a figura de Deus Pai em nossas cabeças. Para poder destruir a figura do Pai do céu, destroem a figura do pai terreno, é por isso que Lucas há dois mil anos disse: “Um homem tinha dois filhos”. Esta parábola diz assim porque se refere aos homens de hoje que têm os filhos e só se preocupam consigo mesmos, esquecem de ser verdadeiramente pais.

Hoje em dia, os pais se preocupam em ter os melhores carros, trabalham a vida inteira para terem uma casa enorme, não têm nada antes disso, trabalham como loucos, em vez de saírem com os filhos, trabalham sábado e domingo para construírem um casarão, depois de tantos anos quando a casa está pronta os filhos vão embora.

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Padre Antonello prega na Canção Nova – Foto: Gustavo Borges/cancaonova.com

O que estão fazendo conosco?

Querem destruir a figura do Pai, querem que a mulher seja pai, que homem seja mãe. Lucas encontra-se na frente de pessoas que querem matar a figura do pai, como fazem na ideologia de gênero. Precisamos ter atenção com o que têm feito com nossas famílias.

“O filho mais novo disse ao pai: Dá-me a minha parte…”. Depois do pedido do filho, o pai divide os bens, o filho vai embora. Veja que há dois mil anos era impossível o pai dar parte da herança para os filhos, mas veja o que Lucas nos diz, o pai divide. Impossível naquele tempo.

Assim o Pai do céu fez com você, deu-lhe tudo quando você nasceu, não lhe falta nada. Ele entrega tudo a você, é um pai maravilhoso! Deus se perde de amor por você, não lhe falta nada, Deus é grande, potente e não quer nada para si.

Ao longo da vida nos perdemos com sexo, dinheiro, separando da família. Quando o filho pródigo volta, o Pai vê o filho longe, acabado, pecador, sujo, cansado, sem pai. O filho não tem mais a coragem de dizer: “Pai”. Ele pede que o trate como escravo. Mas veja a postura desse pai, ele corre ao encontro do filho. Assim estamos nós e o Pai do céu quer agir assim, agora conosco.

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O Pai do céu corre ao seu encontro, Ele o quis, o chama, o abraça e diz que o ama. Assim como diz na Palavra.

Imagine esse Pai correndo ao seu encontro e dizendo-lhe: “Te dei tudo, não fiquei com nada”. Diante da postura do Pai nos sentimos como bicho por causa de nossos pecados, queremos nos esconder do Pai.

Você que se sente sujo, no esgoto, perdido, saiba que Deus o encontra e o abraça.

O pai o vestiu de roupas novas. Se nos recordarmos, quando Adão e Eva pecaram, sentiram medo e se cobriram por medo de Deus. Nessa passagem o pai cobriu o filho com o manto real, colocou o anel de rei, colocou o sapato para mostrar que ele não era escravo, restituiu a dignidade do Filho. Se olharmos na Palavra de Deus, o Pai mata o bezerro para mostrar que tinha recuperado sua maior riqueza.

O Pai se comoveu nas entranhas, ou seja, tornou-se o ventre da mãe. Quando a mãe tem um filho ela sofre as dores do parto, sente que só ela pode dar a vida, nesta hora aquele Pai participa das dores do parto, só Ele pode dar a vida.

O Pai te ama e quer te dar tudo em cada momento, Ele nunca desiste de você, por isso lhe dá o Espírito sem medidas. Mais que uma criança no seio de sua mãe, que você esteja agora no coração do Pai.

Transcrição e adaptação: Rogéria Nair

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