"Caríssimos, amemos-nos uns aos outros porque o amor vem de Deus." (I João 4,70
Tenha esta confiança de que Deus permanece em nós porque somos cristãos, batizados, e participamos do mistério deste Deus Trino e Santo, que vai ao encontro de todas as pessoas.
Assim cada um de nós somos convidados a viver no amor. Viver é afinar o instrumento, de dentro para fora e de fora pra dentro.
Se eu não 'afino' com o amor que Deus me dá, eu sempre vou viver sem sintonia, e todas as pessoas que não vivem uma sintonia, não se encontram como pessoa.
Quando eu afino meu instrumento eu vou entender o que Frederico Hozanan, fundador dos Vicentinos, fez. Um dia Frederico Ozanan com 20 anos, é convidado a dar testemunho do seu amor, a afinar o instrumento de tudo aquilo que ele acreditava com tudo aquilo que ele fazia.
Dizem que: “Uma palavra converte, mas um testemunho arrasta.”
Nós temos acreditado no amor de Deus, então este amor passa pelo crivo da ação, passa pelas minhas mãos, pelas minhas atitudes e pelo meu jeito de ser.
Hoje em dia o que acontece muito é que existe um buraco imenso entre aquilo que eu falo e aquilo que eu vivo.
São Vicente de Paulo vai chamar a atenção de Frederico Ozanan quase duzentos anos antes, quando ele diz assim:” Nós precisamos dar testemunho daquilo que falamos, por isso antes de falar, faça!”
Por isso então o texto vai bater firme. "Nós temos acreditado!”. Não eu, não você, nós temos acreditado. Então a grande família vicentina vai responder com a suas ações.
O que é crer irmãos?
(Catecismo da Igreja Católica, 23 ou 150)
Na fina ponta do coração humano está o desejo de Deus, lá no lugarzinho onde Jesus se faz presença pela ação do Espírito Santo, está Deus na pessoa de Jesus Cristo.
Então crer é buscar esta fina ponta, é voltar ao coração, reconhecer o quanto Deus se faz presente na nossa vida.
Crer irmãos não é só sentimento, eu não pego o que eu creio, crer é adesão, é aderir a um projeto.
Não dá para crer em Jesus Cristo e não amar os pobres, a Igreja; não dá para crer em Jesus Cristo e não querer viver em comunidade, não querer viver em família, não querer viver com as pessoas.
Crer é adesão, e se estou aderindo, eu estou dando o meu voto de confiança porque acredito que aquilo é bom. Nós temos acreditado no amor.
O que é o amor então? Nós vamos entender que o amor tem várias formas de ser interpretada. O amor é uma forma belíssima e uma palavra maravilhosa de ser dita, mas um tanto quanto difícil de ser vivida.
Podemos pegar o texto em Marcos 12,19
“Amar a Deus sobre todas as coisas e o meu próximo como a mim mesmo”.
De que amor estamos falando aqui, meu irmão e minha irmã? Nós estamos falando do amor ágape, um amor que envolve, ele sai do amor filial, do amor que busca as coisas; é o amor de entrega, é aquele amor que você se esvazia de si mesmo e vai ao encontro do outro desprovido de tudo, porque você vai com a palavra de Deus.
Este amor que Jesus Cristo resumiu todos os mandamentos. Então Jesus Cristo vai nos ensinar de que forma Ele amou. Ele amou com uma coroa em sua fronte, com pregos em seus punhos, com uma lança transpassada, Ele amou com toda força, todo o entendimento e com todo o coração.
O que os judeus não entendiam era o que seria amar a Deus sobre todas as coisas. O grande shemá! Ouve oh Israel vai falar: “Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, força e entendimento, e o teu próximo como a ti mesmo”.
Frederico Ozanan entendeu perfeitamente isso, e ele fez diferença naquilo que ele se propôs a fazer. E eu quero destacar três: 1ª- Uma revolução religiosa é nesse período que Lutero divide a Igreja, e a Igreja que amamos tanto estava sendo provada. Então nós vamos entender que o Espírito Santo conduz a Igreja por caminhos seguros porque Ele faz surgir homens santos, como São Vicente em 1600, como Frederico Ozanan em 1813, e tantos outros que surgiram para trabalhar pela unidade que nos fala em São João 17.
Frederico Ozanam então é uma pessoa inquieta, que enxerga as coisas e não se deixa acostumar com elas, se inquieta porque conhece o que nos diz o catecismo.
Meu irmão minha irmã você já sentiu isso no coração a inquietação de Deus? Porque o que te faz vir aqui hoje, o que te faz estar nos assistindo é essa inquietação que mexe com todas as nossas entranhas, que nos faz dar passos sem sabermos para onde e como estamos dando, porque é o Espírito Santo de Deus que nos leva.
Frederico Ozanam era alguém jovem e inquieto, ele não estava gostando do que estava vendo. As pessoas cada vez mais pobres, poucos cada vez mais ricos, e pessoas que não tinham lenhas nem para se aquecer no frio, pessoas que não tinham comida.
Então Frederico Ozanam dá o primeiro passo porque a inquietude gera a ousadia,
dá ousadia e gera atitude.
Em 1833, Frederico Ozanam vai e refunda a conferência da história. Ele chamou alguns que já eram católicos junto com um padre que era o diretor espiritual e formou a Conferência da Caridade.
Nada de publicidade, nada de trazer para si mesmo; o nosso amor, o nosso trabalho tem que ser pequeno, tem que ser um trabalho de formiguinha.
Áudio: Renan Félix
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