Jesus quer que vivamos os valores do Evangelho que Ele viveu: humildade, gratuidade e amor desinteressado
Irmãos, convite maravilhoso a liturgia deste domingo nos traz! Deus quer que todos nós acolhamos a Sua mensagem para entrarmos no Reino e fazermos parte do banquete. Ele nos convida a ocuparmos o lugar de Jesus e vivermos os valores do Evangelho que Ele viveu, que são a gratuidade, a humildade e o amor desinteressado.
Jesus vai a Jerusalém entregar Sua vida. Em um dia de sábado, almoça na casa de um fariseu. Os fariseus absolutizavam a Lei, mas se esqueciam das pessoas e passavam por cima do amor e do próximo. O Senhor, como sempre atento, observa-o e vê que ele busca o melhor lugar para ser considerado o melhor, o mais importante e mais santo. Entre nós não é tão diferente hoje.
Na lógica de nossa sociedade, tão competitiva, o valor de uma pessoa é medido por sua capacidade de triunfar, de ser melhor que os outros. Assistimos, por vezes, também na Igreja, a uma busca desenfreada pelos primeiros lugares. Cristo percebe isso e nos diz que entre nós não deve ser assim. No Evangelho, vemos que Jesus nos recomenda ocuparmos o último lugar, o qual Ele ocupou neste mundo desde a manjedoura até o alto da cruz. Esse modo de estar no mundo dá doçura à alma e ao corpo.
O outro modo de estarmos neste mundo é termos status, poder e reconhecimento, mas nos sentirmos vazios. Fica evidente que o tipo de relação que une os membros da comunidade de Jesus deve ser desinteressado, pois só dessa forma todos terão lugar numa comunidade de amor e fraternidade.
Jesus não exclui ninguém; Ele acolhe a todos
O Evangelho nos mostra que o Senhor não exclui nem condena ninguém; Ele não quer perder nenhum de nós, por isso nos diz: “Na casa do Pai tem muitas moradas”. Ele nos interpela, não quer nos perder. O Senhor abraça primeiro os que são deixados de lado. Ele acolhe a todos, alarga Seu coração e Seus braços, não julga e cobre a todos com Seu manto. Isso também é possível em nosso viver. Jesus veio dos Céus para nos dizer que o modo como Ele vive é o modo certo, a melhor e única maneira que nos realizamos neste mundo.
Deus torce para que acolhamos Sua maneira de vive. Ele não quer que ninguém fique de fora de Seu banquete, quer que cada um tenha proximidade e convivência com Ele, para que possa passar diante de nós e nos servir. No Céu, seremos servidos por Deus.
Jesus não exige que nós O sirvamos, mas é Ele quem vem nos servir de Si mesmo; para tanto, pede-nos duas coisas: ocupar o lugar que Ele sempre ocupou – o último – e vivermos na humildade, na gratuidade e no amor desinteressado. As relações não serão marcadas pelos jogos de interesse, e os participantes do banquete devem despir-se de toda ambição.
O Reino é um espaço de irmandade, fraternidade e comunhão; e quem quiser entrar nele tem de fazer-se pequeno, simples, humilde e não ter pretensão de ser melhor nem mais importante que os outros. Jesus, na Última Ceia, véspera de Sua Morte, lavou os pés de Seus discípulos e os constituiu em comunidade de amor e serviço, avisando com isso que, na comunidade do Reino, os que servem serão os primeiros. A lógica de Deus é tão diferente da lógica deste mundo! A Igreja é chamada a ser essa comunidade onde se cultiva o amor desinteressado, onde os humildes são exaltados.
Caros senhores diáconos,
Tudo isso é nossa missão, a minha e a de vocês. É isso que somos chamados a viver com muito carinho.Temos de nos arrumar com muita calma, diante do espelho, para estarmos como Jesus. A Igreja nos convida ao poder do serviço. Essa é nossa missão. Assim, façam todas as coisas com humildade, sentem-se no último lugar, porque é o melhor. Convidem aqueles que não têm nada para lhes retribuir. Jesus fez assim ontem. Hoje, vocês são Jesus; então, façam com que as pessoas enxerguem que o Evangelho está vivo em vocês, que foram escolhidos por Deus não para viver a “vidinha” de mesquinharia deste mundo, mas para viver a vida de Cristo. O modo de Cristo é o modo mais excelso de estarmos neste mundo. Isso é uma honra para nós! Assim como Ele, podemos assumir o último lugar.
Se vocês tiverem dúvidas de como assumir o mistério sacerdotal, olhem para Jesus, tentem sentir o sentimento d’Ele. Olhem para Jesus sacerdote. Vocês não podem mais olhar para trás, não há mais volta, pois o selo do amor de Cristo foi colocado sobre o coração de cada um de vocês. O barco já está em alto mar, e vocês não podem mais voltar. É preciso perseverar neste sim que vocês deram para serem padres.
Jesus chama cada um de vocês para trilhar a entrega do amor. Poucos conseguem fazer isso, porque é um caminho nobre. Ele sussurra: “Assim como eu amei, amai!”.
Cuidado, porém, com as tentações e as sombras que obscurecem o amor. Quais seriam esses perigos? A busca do poder, da segurança, da fama, de acharmos que somos melhores que os outros. O único poder, no Reino de Deus, é o poder de amor e serviço.
Lembrem-se: ou vocês servem a comunidade ou vocês se servem dela. Vocês serão ungidos e consagrados para servir. Jesus estará com vocês durante todo o tempo.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso