Deus está de braços abertos para nos alcançar com Sua graça. Precisamos estar dispostos a uma genuína conversão.
Neste ano de Jubileu da Misericórdia, foi pedido a nós que passássemos pela Porta da
Misericórdia, mas será que temos tido uma experiência real com a misericórdia de Deus?
Hoje, o Senhor quer encontrar-se com você, que não se sente digno da misericórdia d’Ele, mas para isso é preciso que você esteja disposto a abrir as porta do seu coração, pois Ele não vai entrar, a não ser que você O convide. Ele morreu na cruz do calvário por mim e por você, para que fôssemos lavados e purificados dos nossos pecados, para que fôssemos dignos de Sua misericórdia. Deus quer abraçá-lo como um pai abraça um filho, restaurar suas forças e mostrar o quanto você vale para ele.
Ele está sempre nos dando a oportunidade de recomeçar a partir da confissão e sincero arrependimento. O que falta de nós é atitude, pois a graça d’Ele está constantemente sendo oferecida a cada um de nós. Mas quando ouvimos a voz de Deus e decidimos viver uma vida nova?
Vamos meditar no Evangelho de João 8,1-11:
“Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras. Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso? Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra. Inclinando-se novamente, escrevia na terra. A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele. Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”
Ele não nos condena pelo nosso passado
Hoje, meditaremos sobre como a experiência da misericórdia nos leva a uma mudança de vida. A Palavra de Deus nos traz uma passagem na qual uma mulher pecadora é trazida diante de Jesus. Aquela mulher foi flagrada em seu pecado e os mestres da lei queriam puni-la; mais do que isso, eles queriam provocar Jesus com a situação daquela mulher. Ele, com sabedoria, não debateu a lei ou mesmo julgou publicamente aquela mulher.
Temos sido legalistas? Temos apontado o dedo para as pessoas? Temos julgado sem misericórdia? Precisamos sempre nos lembrar do que nos diz a Palavra: “não julgueis para que não sejais julgados”.
Interessante é que a resposta de Jesus não foi um debate acalorado com os fariseus, não foi de justificativas para o erro da mulher, mas uma condição simples escrita no chão: “Aquele que não tiver pecado, seja o primeiro a atirar uma pedra”. A partir daí, aqueles acusadores emudeceram e, envergonhados, foram-se, deixando a mulher. A parte mais bela dessa Palavra é quando Jesus questiona a mulher sobre onde estavam os acusadores dela. Sem aparente resposta, Ele, numa atitude de graça e misericórdia, disse: “Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”. Ele não perguntou quantos tinham sido os pecados dela ou com quantos homens ela havia se prostituído. Ele a perdoou.
Assim Deus quer fazer conosco. Ele nos perdoa, não pergunta pelo nosso passado e oferece-nos uma vida nova. Ele não nos condena, porque morreu na cruz por nós, mas nós mesmos nos condenamos e condenamos os outros. Cristo nos chama a viver uma nova vida, chama-nos a viver restaurados pela misericórdia.
Vale a pena ser de Deus! Vale a pena ser agente da misericórdia para levá-la às outras pessoas. Podemos passar por dificuldades e até sofrer, mas, tendo Cristo, o sentido da nossa existência, temos confiança na misericórdia e providência divina.
A santificação é um processo
Não espere estar plenamente santo para seguir Jesus, porque a vida é um processo de santificação. Deus vai transformando o nosso coração conforme nós nos dispomos a trabalhar para Ele. Por vezes, não nos achamos dignos, mas a misericórdia do Senhor nos faz dignos.
Sempre que a acusação vier nos afrontar, lembremo-nos que o Senhor já pagou o preço por nós e nos ofereceu vida nova!
Quanta vezes ouvimos alguns dizerem que quanto mais se reza, piores as coisas ficam! Isso acontece, porque a nossa oração está tendo efeito, e o inimigo não quer nos ver seguir a vontade de Deus! O sentido da caminhada cristã não é acabar com a cruz, pois não há vitória sem luta! Temos um Deus em que podemos confiar e Ele nos ajuda a superar as dificuldades e crescer com as dificuldades.
Nossos pecados são limitados, mas a misericórdia de Deus é infinita! Por isso não podemos dizer quem vai para inferno, não podemos determinar até onde vai a misericórdia de Deus. O amor d’Ele vai até as últimas consequências para nos resgatar. Nós não compreendemos o que é amor e misericórdia divinas, pois somos limitados. A misericórdia de Deus nos constrange, pois Ele não olha para os nossos erros, Ele olha para o nosso desejo de acertar.
Deus nos constrange com Sua misericórdia
Jesus é capaz de se rebaixar para olhar para nós, para nossa situação, nossa história, e nos reerguer. Hoje, Ele está nos perguntando, assim como perguntou a São Pedro: “Tu me amas?”. Estamos na dificuldade, perdemos pessoas queridas, e em meio a tudo isso Ele nos pergunta: “Tu me amas? Verdadeiramente eu sou o sentido da sua vida?”.
Quando nos encontramos com esse Deus de Misericórdia, compreendemos as últimas palavras de Jesus para aquela mulher: “Vá e, de agora em diante, não peques mais”. Se compreendermos a misericórdia de Deus, não buscaremos mais o pecado. Devemos acolher a misericórdia que vem ao nosso encontro, acordar todos os dias para viver em novidade de vida.
Transcrição e adaptação por Jonatas Passos