Sejam palestrantes, cantores ou profetas; tudo os são para a glória de Deus
Entre os anos de 1962 até 1965 houve uma grande mudança na Igreja. Um “Concílio Vaticano II”, a Igreja tinha de mudar e mudou. O mundo queria desafiar e a Igreja aceitou o desafio. Se hoje cantamos e celebramos, de modo diferente de séculos atrás, é porque aquele Concílio disse que tínhamos de mudar.
Nestes 52 anos de ministério sacerdotal, já fui “enquadrado” em dezenas de rótulos, muitos de vocês experimentam agora, o que já experimentei. Quem fala ou canta sobre Jesus, diante de um microfone ou câmeras, está expondo-se; quer queiramos ou não somos todos dados de” espetáculos ao mundo”.
Não dá para ser leigo, cantor, instrumentista, padre, palestrante, profeta, etc.; sem ser notado.
Saibamos que, nem sempre é possível satisfazer a todos os telespectadores e/ou ouvintes; Jesus e os apóstolos tinham suas profecias, palestras e sermões, e eles ofereciam a quem quisessem ouvir, mas não podiam forçar ninguém.
Permanecer em Cristo é o essencial
Na carta de São João (6, 64-67), Jesus respeitou os que não queriam mais ouvi-Lo, logo em seguida, Jesus deixou livres os Seus discípulos, ou seja, poderiam ir embora e Pedro perguntou: “A quem iriam se deixassem de segui-Lo?” Pedro ficou e os discípulos também ficaram.
O que é um cantor? O que é um comunicador? O que é usar um microfone e uma câmera? É profecia ou não é?
Palestra, canção religiosa, Liturgia e possível profecia: nem toda pregação exige canção; nem todo pregador tem o dom de cantar, assim como, nem todo cantor tem o dom de pregar. A canção não faz um bom pregador e nem todo cantor, pregador ou compositor são profetas e nem todos os profetas cantavam. Na Palavra, não consta que Jesus fosse cantor ou compositor, e também, não consta que os apóstolos eram cantores. Isso quer dizer que, não consta que fosse essencial cantar. Não era e não é.
.: Confira o álbum de fotos do acampamento para músicos
O que fazemos com os dons e instrumentos que Deus nós dá?
Pregar é uma coisa e, isso, todos nós somos chamados a fazer: anunciar o Evangelho; porém, cantar é outra coisa e nem todos são chamados; e profetizar depende do lugar e de quem nos chamar. Tem de haver um chamado!
Se o que eu canto não é profético, ainda assim, será uma catequese, uma canção religiosa, mas não será profecia. Isso só a Igreja tem o direito de dizer.
Não sou eu quem decido dizer que, o que eu faço, seja profecia. Não posso me proclamar profeta, é Deus e a Igreja quem vão dizer.
Números não fazem de você um profeta, mas, vindo de Deus e ordem da Igreja a proclamação de que é profeta, sim! Ou seja, ter milhões de seguidores nas redes sociais não os fazem profetas.
Um pregador pode proclamar-se: pregador, conferencista, palestrante, etc., porque a Igreja permite, mas, um profeta jamais pode se intitular como profeta, isso compete apenas a Igreja.
Não peça a graça de ser profeta! Há dons que se podem pedir, há outros que não se pedem, mas também, não se pode recusar. É assim a graça de Deus: não pedir, mas também não fugir.
Ao sermos elogiados, o que precisa ecoar nos nossos ouvidos é a Palavra de Jesus que nos diz: “somos servos inúteis, porque fizemos o que deveríamos fazer”.
Os talentos de Deus
Não peça o que você não seja capaz de levar adiante! Oremos para que saibamos distinguir os nossos dons e saber como lidar com eles. Foi Jesus quem disse: “Basta as preocupações do dia a dia”.
A santidade não é medida por “ibope” nem por fama, ela depende do que fazemos com o instrumento e talento que Deus nos deu.
Assista a um trecho da pregação
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"A santidade não se mede por ibope, nem por fama." Padre Zezinho #MusicosCn #MusicaCatolica #SantaMissa pic.twitter.com/HQTqf2c1tw
— Canção Nova (@cancaonova) 3 de março de 2018
Transcrito e adaptado por Claudia Lima