Dentro desse caminho em que a gente vem trilhando nesses dias de encontro, a Palavra que nos acompanha é: “Convém que Cristo cresça e eu diminua”.
Jesus vai ensinar para os discípulos que a lógica do reino de Deus não é a deste mundo, e que o maior é aquele que serve.
Existe uma pessoa como nós, que nós somos da sua linhagem, da sua estirpe, da sua raça, que nos ensina com sua vida discreta, silenciosa, simples e humilde que o poder no reino dos céus é serviço. E para que Cristo cresça é preciso que eu diminua, que é preciso morrer para nós mesmos. Esta pessoa é Maria a mãe de Jesus e nossa mãe.
E olhando para ela, nós queremos aprender a caminhar junto com ela, olhando para a sua vida e para o seu testemunho. De alguém que soube ser esposa, mas ao mesmo tempo que foi virgem, que soube glorificar na sua vida o nome do seu Filho, que soube glorificar com sua vida o nome de Deus.
E este é o convite do Senhor para todos aqueles que são chamados a esta experiência, desta primavera que está acontecendo na Igreja nestes tempos, nessas novas formas de vida consagrada, que são as novas comunidades.
É impossível sermos comunidades se não formos totalmente Marianos, é impossível nos configurar, imitar Jesus e deixar que Ele cresça no nosso meio e que Ele viva, se não nos deixarmos formar por aquela que formou Jesus. É impossível realizar o carisma que a nós foi confiado, seja ele qual for, se não tivermos a coragem de nos submetermos como Jesus, a formação da casa de Maria e estar sob a sua condução materna, como Jesus esteve, e nos colar sobre a sua proteção e formação porque ela é mãe e mestra, e é por excelência a grande formadora, ela soube formar o homem perfeito que é Jesus.
Esta mulher não teve medo de durante toda a sua vida abraçar a vontade de Deus, e a vontade de Deus não é algo aéreo mas é um sim em cada momento, em cada instante da nossa vida. Existe dentro de nós um desejo pela santidade e de em todas as situações da nossa vida realizar a vontade de Deus, mas acabamos fazendo o mal que não queremos, fazemos o mal que está dentro de nós, deixando-nos arrastar pelos nossos pensamentos e sentimentos, e por aquilo que as pessoas falam e dando mais atenção aquilo que a voz de Deus nos fala.
Maria era alguém que trazia no seu coração a presença de Deus, daquele que teve coragem de olhar para a sua pequenez. Ela teve a coragem de olhar para a sua pobreza e de reconhecer que a escolha foi gratuidade de um Deus que ama, e ela deixou-se amar por Deus.
Muitas vezes a obra de conversão não acontece porque muitas vezes duvidamos do amor das pessoas e desconfiamos do amor que Deus tem por nós. Maria não tinha essa dúvida no coração, ela sabia que era amada pelo Pai. Ela fazia a experiência de um Deus que olhava para as suas fraquezas com misericórdia.
Não é para o filho que dá mais trabalho que a mãe mais olha? Maria se colocava nos braços do Pai reconhecendo: “Ele olha para mim independente daquilo que eu faço e das minhas fraqueza”. Ela se permitiu ser olhada por Deus. E nós muitas vezes temos medo de sermos olhados por Deus.
Ela se colocou a serviço daquele que a desposou, serviu a família de Nazaré, e porque ela teve coragem de servir, ela fez Jesus a Palavra habitar no meio de nós.
Ela entendeu que virgindade vai além da genitalidade, mas virgindade é um coração que entendeu que só o amor de Deus é capaz de saciar o nosso coração por completo. Ela serviu aos discípulos, as mulheres que também foram curadas por Jesus, e depois aos pés da cruz, nos assumindo e acolhendo como filhos seus.
Quando Maria entra na nossa vida, na nossa casa e comunidade ela não faz outra coisa se não fazer Jesus presente em nosso meio. Trazer Jesus para dentro da nossa experiência de vida fraterna. E quando temos a coragem de acolhe-la como mãe, formadora, e temos a coragem de assumi-la como mestra, vamos entendendo que Deus é simples e que é nesse caminho de simplicidade que Ele se revela.
É uma presença discreta, pouco ela fala nos Evangelhos, mas sua presença é tão real e concreta que é impossível não percebe-la ao nosso lado. Quando temos a coragem de nos confiar a ela, Maria é quem nos ensina a oferecer a Deus o mais perfeito ato de adoração.
Adorar é amar a Deus, é dar a Deus a pérola mais preciosa do nosso coração, e naquele momento na cruz ela entregava a pérola do seu coração que era o seu Filho Jesus.
Ela nos ensina que as dificuldades que vamos enfrentando no nosso dia a dia até mesmo o nosso erros e pecados, que tudo isso é um aparente fracasso diante da vitória de um Deus que na cruz manifesta o seu amor dando se por inteiro por nós.
A resposta de Maria foi uma resposta de amor, Maria é grande não por ser a mãe de Jesus o filho de Deus mas Maria grande porque se colocou a serviço, porque ela não revela a si mesma mas revela o rosto do seu filho Jesus.
Os grandes homens de Deus, como Moisés, Gedeão, quando Deus os chamava, eles diziam: “Quem sou eu Senhor para libertar o seu povo?” E com certeza Maria também se perguntou, quem sou eu Senhor?
Quem sabe você também já se perguntou quem sou eu Senhor? Ele apenas diz: “Eu estarei contigo”. Maria revela que Ele está no meio de nós.
Maria é quem semeia a presença de Jesus em meio a nós, é ela quem faz o verbo se encarnar e permanecer em meio a nós. E quando Ele está em meio a nós, nos tornamos capazes de olhar os problemas e verificar que eles não são maiores que o amor que Deus tem por nós. E entendemos de fato o que significa o que vivemos na adoração. Amar em gestos concretos.
Quando a gente tem grandes problemas, precisamos aprender a voltar as coisas simples. A nossa tendencia é aumentar os problemas e diminuir a confiança do amor que Deus tem por nós, quando voltamos as pequenas coisas enxergamos a grandeza de um Deus que nos escolheu e chamou e que tudo é graça e que tudo é dom, e que o louvor só nasce no coração de quem soube reconhecer que recebeu mais do que merecia.
O homem novo, a mulher nova, independente do estado de vida que abraça, entende que, se Cristo não estiver entre nós e em meio a nós a vontade de Deus não se realiza, e Maria é aquela que em tudo soube fazer a vontade do Pai. É aprender com a Virgem Maria que o poder é serviço, e maior é aquele que serve.
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