Todo cristão é reconhecido como filho de Deus, quando vive no amor
Talvez, você, assim como eu, já olhou para um sacerdote, um religioso, um missionário e pensou que Deus não poderia chamar você para uma vida total de entrega a Ele. Talvez, tenha se considerado indigno de viver assim. Mas Deus chama os que Ele quer, quando Ele quer e como Ele quer.
Somos todos chamados à vivência dessa primeira vocação: sermos filhos de Deus. Para todos nós, sem exceção, há um chamado universal à santidade.
Deus, hoje, quer transformar nossa visão a respeito dessa realidade de sermos filhos de Deus, pois, muitos de nós, trazemos uma visão deturpada tanto da paternidade como da maternidade, por causa de experiências negativas em família, seja com o próprio pai ou mãe. Daí, acabamos comparando Deus Pai com esse pai que não amou, não acolheu, enfim, não revelou a face amorosa do Pai Celeste em nosso lar.
Veja o que nos ensina Jesus em Lucas 15,11-32:
“Disse também: ‘Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se a serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância… e eu, aqui, estou a morrer de fome! Vou me levantar e irei a meu pai, e lhe direi: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, o abraçou e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou: Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado’.”
A crise do filho mais novo
Essa passagem bíblica trata da relação de um pai com seus dois filhos, sendo que, o filho mais novo, adolescente, passou por uma crise em que precisava afirmar-se na sua identidade, então, decide ir embora, querendo viver sua independência.
Veja: receber a herança acontece quando o pai morre. E, nessa passagem bíblica, aquele filho recebe sua parte da herança com o seu pai ainda em vida! Ou seja: aquele filho estava decretando para si a “morte” do seu pai.
Ele gasta todos os seus bens numa vida desregrada. Perde tudo e acaba trabalhando para um homem cuidando de seus porcos. Daí, aquele filho cai em si e toma a consciência de que havia mergulhado numa tamanha indignidade. Diante disso, ele toma a decisão de voltar à casa paterna. E o que acontece? O pai recebe seu filho com abraço e com festa!
Meus irmãos, quando estamos distantes desse Pai que nos ama e nos convida a agirmos como Seus filhos, nós acabamos ficando escravizados por tudo aquilo que o mundo nos oferece. Quando esquecemos quem nós somos, não encontramos a verdadeira felicidade! Foi o que aconteceu com aquele filho: ele, ao cair em si, percebe que já não era mais aquilo que desejaria ser. Ele mergulha nessa crise de identidade: “Quem eu sou?”.
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Ao cair em si, aquele filho olha para seu interior e recorda-se do Pai. Lembra-se, então, de que é filho! Lembra-se de que tem um Pai que o ama. Todas as vezes que olhamos para dentro de nós mesmos, descobrimos nossa verdadeira identidade de filhos de Deus.
Para o Pai Celeste, mesmo com todas as escolhas equivocadas que fizemos na vida, nós continuamos sendo Seus filhos amados.
Hoje, somos chamados a tocar nessa identidade de filhos de Deus. O Pai quer resgatar nossa vocação universal à santidade! Deus não vê a hora de você voltar, filho amado, para os Seus braços! Ele quer fazer uma festa para você, por causa desse seu retorno à casa paterna.
Aprenda a lidar com as crises
Nesse tempo no qual vivemos, até as nossas crises estão mudando. Vivemos num terrível imediatismo! A “notícia de ontem” já não nos serve mais. Só nos interessa a “manchete de agora”, ou seja, aquilo que vivemos hoje. Então, acabamos por não saber lidar com as nossas próprias crises, pois tudo “gira muito rápido” e nos falta a sabedoria necessária para aprender como prosseguir, mesmo em meio às crises. A sabedoria nos ensina a observar aquilo que existe de útil aprendizado nas crises que enfrentamos.
Meus irmãos, todo cristão é reconhecido como filho de Deus quando vive no amor. Somos chamados à vivência do amor entre nós. A sua identidade é composta da sua relação com Deus e com as pessoas ao seu redor. Mas essa relação precisa se dar no amor. Sem amor, essa relação – seja com Deus ou com o próximo – torna-se uma relação impossível! Fomos criados por Deus com um propósito: nós voltaremos ao Pai. Mas como você quer encontrar-se com Ele, meu irmão? Você é convidado a voltar à casa paterna e a viver em santidade de vida, amando as pessoas que o próprio Deus coloca na sua história.
::Leve a Canção Nova para sua cidade
Transcrição e adaptação: Alexandre Oliveira