Eu e você somos sal da terra e luz do mundo. A liturgia de hoje vem para iluminar a sacralidade matrimonial. “O matrimônio seja honrado por todos e o leito conjugal, sem mancha; porque Deus julgará os imorais e adúlteros” (Hebreus 13,4). A Palavra diz “todos”, não apenas os casados, mas também padres, viúvas, solteiros, crianças, quem é vocacionado ao matrimônio ou não, sem fobia de ninguém. A Palavra não exclui ninguém, não está criando nenhum gueto, nenhum partido.
A grande exortação deste dia seja essa: que o matrimônio seja honrado por todos”. Antes de dizer qualquer coisa, vou me basear em quem fala bem sobre isso: o Bento XVI. Ele, em dois de seus discursos, disse:
“Meu pensamento dirige-se a todos os casais cristãos.” Ele não fala apenas para os casais católicos, mas para os cristãos. E continua: “Agradeço com eles ao Senhor pelo dom do sacramento do matrimônio e exorto-os a manter-se fiéis à vocação em cada época da vida…”. Ele está falando da fidelidade, da honra do casamento não só no começo, mas no meio e no fim, não apenas na lua de mel.
“… na alegria e no sofrimento, na saúde e na doença como prometeram no rito do sacramento. Conscientes da graça recebida, possam os cônjuges construir uma família aberta à vida e capazes de enfrentar, unidos, os numeroso e complexos desafios dos nossos tempos. Hoje, há, particularmente, a necessidade do seu testemunho”.
O Papa está nos chamando a honrarmos o matrimônio entre um homem e uma mulher.
De forma especial, quero falar aos casais que já estão casados, porque o Evangelho de hoje fala do martírio de São João Batista.
O cenário são dos reis: Herodes e Felipe. Felipe era casado com Herodíades e tinha uma filha (a qual o Evangelho não dá o nome, mas a conhecemos como Salomé). Herodíades deixou seu marido para morar junto com Herodes, seu cunhado.
O Evangelho, preparado pelo anúncio da primeira leitura, denuncia um adultério. A todos aqueles que já experimentaram um adultério na sua vida, já passaram pela dor da traição.
O Evangelho nos mostra o dia do aniversário de Herodes e diz que Herodíades odiava João Batista, queria matá-lo, porque ele era a luz que iluminava as trevas, trazia a verdade. A filha de Herodíades estava com eles. Herodes era tio da própria sobrinha. Uma família do “balacobaco”! No meio da festa, Herodíades pede à sua filha para dançar e, nessa ocasião, Salomé dançou, diante de Herodes, a dança dos sete véus. Ela vai se despindo, tirando os véus. A sobrinha de Herodes dançou para ele, “hipnotizou-o” de um jeito que ele jurou que daria a ela qualquer coisa que ela quisesse. Aquela menina, então, correu para a mãe e lhe perguntou o que deveria pedir. A mãe, cheia de ódio, pede a cabeça de João Batista. Rapidamente, ela fez o pedido.
“Que o matrimônio seja honrado!” É inaceitável que as pessoas queiram fazer da família num baile de Carnaval!.
A luz denuncia as trevas e, na abertura desse Acampamento, na Canção Nova, quero rezar com você pelas famílias, pedindo que a luz de Deus entre em nossas casas. Todo casamento corre o risco do adultério, de que o marido traia sua esposa. Meu filho, minha filha, o adultério faz de você um palhaço. Por causa dele há tantas famílias esfaceladas! Não só no tempo do Carnaval, mas também durante ele. Rezo pela sua família com o que o Salmo diz:
“O Senhor é minha luz e salvação!” O Salmo não nos propõe uma máscara negra nem pede para nos escondermos atrás de paredes, de mentiras, de computados, mas nos exalta a proclamarmos a luz.