Precisamos entender o que vamos estudar nestes dias de acampamento, pois não é para encher nosso intelecto, e sim para que avancemos para as águas mais profundas e mergulhemos na nossa preciosa fé católica.
Precisamos nos aprofundar nessa fé, mergulhar fundo neste grande mistério e nos encantar com as maravilhas da nossa fé.
Existem muitas coisas que as pessoas divergem entre elas, mas existe um consenso que une a todos, e concordamos que o jeito que o mundo está não vai bem, isto é, existem muitas crises no seio das famílias e muitas injustiças sociais.
Por que o homem é desfigurado?
A transformação do mundo passa pela conversão e edificação do homem, mas se o homem continuar ainda se desfragmentando, o mundo não será transformado. Essa crise que existe no mundo é uma crise dos santos, porque o mundo só será transformado se houverem homens santos.
Nós vivemos num mundo tão doente em que o homem perdeu a sua essência; mas a Igreja tem muito a dizer sobre o homem e quem ele é. A referência e o modelo de homem é o próprio Cristo, logo, precisamos entender quem é o homem para que Deus possa edificar esse novo homem.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 337: “Foi o próprio Deus quem criou o mundo visível, com toda a sua riqueza, a sua diversidade e a sua ordem. A Sagrada Escritura apresenta a obra do Criador, simbolicamente, como uma sequência de seis dias «de trabalho» divino, que terminam no «repouso» do sétimo dia (202). O texto sagrado ensina, a respeito da criação, verdades reveladas por Deus para a nossa salvação (203), as quais permitem «conhecer a natureza última e o valor de todas as criaturas e a sua ordenação para a glória de Deus» (204)”.
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O homem é criado para a santidade
Ali estão descritas as verdades da criação do homem e o valor de todas as criaturas que foram criadas para uma maior glória de Deus. Essa hierarquia dos seis dias mostra que Deus vai criando as coisas de uma forma progressiva. Como ápice da criação, o Senhor cria o homem à Sua imagem e semelhança. A Igreja nos ensina que o homem é o ponto culminante da criança de Deus, no entanto, há hoje uma tentativa de nivelar os homens às ordens das outras espécies.
Nós fomos criados em comunhão com Deus, e assim deveríamos ser até hoje. Porém, algo terrível aconteceu e está descrito no livro de Gênesis 2, 15 ss.
Essa árvore da ciência do bem e do mal significa o limite do homem como criatura, porque ele precisa respeitar o criador. A grande tentação do homem é a de viver uma vida divina sem Deus, ou seja, o grande problema do homem é querer ser como Deus, mas sem estar com Ele.
Depois dessa desobediência dos nossos primeiros pais, houve consequências; e elas são: o demônio se fez presente no mundo; a harmonia em que os homens viviam ficaram destruídas, isto é, a alma e o corpo aspiram desejos diferentes; a inimizade da criação e a introdução da morte.
Homem luta contra o pecado
O pecado deforma a nossa natureza humana. E, se a santidade é viver como Deus, o pecado desfigura a pessoa do homem. O pecado faz com que as pessoas não nos reconheçam mais, ou seja, ele nos destrói e acabamos deixando de ser aquilo que somos.
A natureza humana já nasce com a desfiguração, ou seja, com o pecado original, pois nascemos com uma inclinação para o mal e temos esse conflito em nossa própria natureza. A sociedade ruim revela quem nós somos porque temos joio e trigo dentro de nós, e não estamos em santidade, porém, precisamos buscar todos os dias essa santidade.
Não se assuste se o seu coração tem o desejo de pecar, pois assim ficaremos até o final da nossa vida. Nós devemos reconhecer que nós somos dependentes de Deus, por isso, devemos deixar Jesus viver dentro de nós.
Nós devemos reconhecer a nossa total dependência do criador, porque precisamos da Sua graça para nos reconfigurar e desenhar em nós a imagem do homem perfeito, no entanto, para isso precisamos dos sacramentos, da oração e dos meios sobrenaturais para nos revestirmos do homem novo.
Na grande luta em que vivemos, por conta desse mal, não tanto desse mal que está fora de nós, e sim daquele que habita em nós, além disso há o homem velho que existe em nós, então, precisamos reconhecer a nossa total impotência e dependência do nosso Deus.
Transcrição e adaptação: Alessandra Borges