O amor nos faz viver a vida de Jesus

Padre Demétrio

Padre Demétrio Gomes. Foto: Paula Dizaró/cancaonova.com

“As nações de toda Terra hão de adorar-vos, ó Senhor.”

Quem diria que um evento tão simples, como aconteceu o nascimento de Jesus, pudesse chegar até nós no dia de hoje! Estamos reunidos para adorar o Senhor na Santa Missa.

Desde que o pecado entrou na humanidade, existe um combate constante. Porém, a Santa Missa não é uma obrigação, mas sim o nosso lugar. Aqui estamos em casa, é o céu na Terra. Cada vez que celebramos o mistério, encontramo-nos no céu. Que o Espírito Santo nos conceda a alegria que não passa.

O Evangelho da Santa Missa narra o início da vida publica de Jesus. Ele abre o livro Sagrado e proclama a profecia de Isaías.

Naquele momento que a profecia é lida, Jesus guarda o livro e senta-se. Todos ficam com os olhos fixos n’Ele. É assim que devemos permanecer, com os olhos fixos de Jesus. Nesse momento, tudo o que nós somos deve se dirigir inteiramente para Jesus, pois Ele tem muito a nos comunicar.

Logo em seguida, ao fechar o livro, o escritor sagrado diz que todas as profecias se realizaram em Jesus. O Antigo Testamento se cumpre n’Ele.

Hoje, de modo muito especial, realizam-se as profecias na nossa vida. Todas as vezes que a Palavra de Deus é lida na liturgia, cumpre-se, na nossa vida, o cumprimento das profecias.

Deus está presente em meio a nós. Diz um adágio antigo: ”Aquele que falava pelos profetas, hoje nos fala pelos leitores que proclamam as palavras de Cristo”.

Nunca podemos nos sentir, diante da Palavra, como espectadores, mas sim como contemporâneos do Senhor. Tudo o que ele fala, ele realiza.

O mesmo Deus que criou a mim e a você está aqui no meio de nós. Ele nos fala e se manifesta em nosso meio. Guarde, no seu coração, esse advérbio: HOJE.

Na última ceia, o evangelista nos narra que ele estava com a cabeça inclinada sobre o peito do Mestre. São João nos ensina que a verdadeira teologia não é aquela que aprendemos nos livros, mas sim a que aprendemos de joelhos diante de Jesus em adoração.

São João nos diz na sua carta:

Nós amamos a Deus, porque Ele nos amou por primeiro. Por que você segue Jesus Cristo?

Os últimos papas repetiam que o seguimento de Jesus não deve estar embasado em uma ideia, mas sim na vida unida ao amor de Deus. Como não entregarmos nossa vida a Ele?
Deus nos amou de tal maneira, que deu a sua vida por nós. Não é algo racional, mas sim que parte de uma experiência viva.

Esse amor precisa ser descoberto diariamente. Não podemos nos habituar a seguir Jesus Cristo.

Precisamos estar na Santa Missa na certeza de que não existe lugar melhor para estarmos. Jesus nos ama com um amor incondicional. Ele nos amou por primeiro.

São João era alguém que repetia, muitas vezes, durante o dia: ”Filhinhos, amai-vos uns aos outros”; e ao ser perguntado por que ele repetia tantas vezes, respondia que a Boa Nova se resume no amor, por isso era preciso ser colocado em prática.

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O amor nos faz viver a vida de Jesus. Como tem sido a sua vivência do mandamento do amor?

Como você tem amado as pessoas que estão ao seu lado?

Esse amor que o Senhor pede que tenhamos com os outros é sobrenatural.

Ele não nos pediu para gostarmos uns dos outros, mas sim amar. Gostar faz parte dos afetos, por isso, às vezes, não gostamos uns dos outros.

O amor é bem maior que o gostar, pois nos leva a sermos capazes de querer o bem de todos. Seremos conhecidos como discípulos de Cristo se amarmos uns aos outros.

Só o amor é digno de fé. As pessoas vão crer em Deus se enxergarem em nós o amor. Para aprendermos a amar precisamos pedir a Deus a graça de amar. Peçamos a Ele: “Senhor, ajuda-me a amar, pois eu não consigo sem ti”.

Não são as nossas forças que nos ajudarão a amar, mas sim a graça de Deus. Dai-nos, Senhor, o teu amor.

“Liberta-te a ti mesmo do egoísmo amando.” Um cristão precisa ter um coração universal.
Somos chamados a ser Cristo, que amou a todos e deu a sua vida mesmo quem o odiava.

Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem. Perdoar, perdoar e perdoar. Amar é traduzir o amor em atos, na fidelidade à Palavra de Deus, é traduzir o amor em gestos concretos. 

Transcrição e adaptação: Saulo Macena

 

 

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