Dom Bosco não nasceu santo, ele se tornou santo

Tiago Marcon

Tiago Marcon | Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Hoje, já estamos comemorando, pois, dia 31 de janeiro, celebramos a memória de Dom Bosco, e para nós da Canção Nova, de maneira especial, ele é uma referência. Ele se gastou, consumiu-se por amor aos jovens.

O fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, gosta de nos contar o fato de que Dom Bosco morreu desgastado. Não foi uma doença específica, mas morreu de tanto que se desgastou pela salvação dos jovens. Por isso ele tem tanto a nos ensinar.

Pelo que você consome a sua vida? O que tem consumido as suas forças? Seja você jovem, cronologicamente falando, ou jovem há mais tempo, o que tem consumido você?

Nós podemos gastar nossas forças com muitas coisas: em um trabalho que realizamos, em um sonho que queremos concretizar, em estudos, em coisas que não são tão boas. Gastar forças no pecado, na nutrição de um vício. Ou gastar forças pelo Reino de Deus, para amar; gastar forças pela família, pelos filhos, gastar a vida por amor.

“Basta que sejais jovens para que eu vos ame”, Dom Bosco

Quando pegamos frases dos santos, podemos observar o que esse santo viveu. Por isso, essa frase de Dom Bosco nos mostra sobre a missão que ele viveu na vida terrena. Corresponder uma vocação, assumir uma missão é a forma que temos de amar. Pode ser que a nossa missão, hoje, seja em nossa casa, pois é lá que precisamos ser um sinal de luz, sinal de Deus. E quando isso acontece, mais nós nos realizamos, porque fomos feitos para o amor, para amar.

Dom Bosco não chegou a essa conclusão de dizer “basta que sejais jovens para que eu vos ame” do nada. É fácil amarmos alguém com que temos afeição! O Evangelho, no entanto, fala para amarmos até mesmo os inimigos. Isso é humanamente possível? Jesus, ao se entregar na cruz, mostra-nos que o verdadeiro amor vai além de qualquer empatia ou antipatia que exista, pois o amor supera e nos faz amar o outro por aquilo que ele é, e não pelo que faz ou deixa de ser. Por isso, Dom Bosco disse “basta que sejais”, porque, na verdade, ali ele não estava amando apenas com o seu amor humano, mas era o amor divino implantado e transbordado, no coração dele, que chegava até os jovens, porque a vida de Cristo estava latente dentro dele.

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Dom Bosco não nasceu santo, ele se tornou santo. Ele era um eleito, um escolhido, assim como nós também somos. Quando o Papa Francisco fala da santidade nos tempos atuais, causa-me um certo impacto: “Não queira imitar os santos, porque cada um tem o seu caminho”. Na hora, eu fiquei: “Como assim?”.

Os santos são referências, mas cada um de nós tem o nosso próprio caminho, porque não vamos viver no contextos que os santos viveram. Você não tem a mesma missão que o santo teve, mas ele é uma referência de segmento radical a Cristo, e nos impulsiona a buscar a santidade. Eu peço a intercessão do santo, aprendo com ele, mas o caminho de santificação é particular, dentro da nossa vocação, onde estamos vivendo.

Esse é o meu convite para você: trilharmos um caminho de santificação e termos a consciência de que somos eleitos, temos um chamado. Assumamos esse chamado e trilhemos um caminho de santificação.

“Dai-me almas e ficai com o resto. O que importa é a juventude santa!”

Transcrição e adaptação: Rebeca Astuti.

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