Sede santos, porque eu sou santo

A liturgia da Palavra do sétimo Domingo do Tempo Comum apresenta-nos a vocação à santidade. E todos nós partilhamos da mesma vocação e somos chamados à santidade. Por isso que, nesta Santa Missa, todos nós possamos acolher esse chamado com o coração aberto à santidade. Nós só seremos pessoas felizes e plenamente realizadas a partir do momento em que acolhermos, na fé, a santidade.

Jesus disse: Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito. (Mateus 5,48).

Quando o diácono Nelsinho começou a proclamar o Evangelho, brotaram lágrimas nos meus olhos, porque, no Evangelho, os antigos procuravam aplicar a justiça dos homens com base da Lei de Talião, que basicamente estabelecia a igualdade entre as pessoas: "Olho por olho, dente por dente".

Jesus porém disse: “Não procures vingança, nem guardes rancor dos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor!”

Por que eu chorei no começo do Evangelho? Porque, para mim, não é fácil colocar em prática esse Evangelho. E todos nós, seres humanos, trazemos o instinto muito forte. E todas as vezes que somos agredidos queremos nos defender. O instinto de sobrevivência nos faz reagir por causa da defesa e, além desse instinto, nós fomos corrompidos pelo pecado, por isso queremos nos vingar. E infelizmente muitos de nós vivemos na “Lei de Talião”: “olho por olho, dente por dente.”

É natural querermos nos defender e sentir isso, percebo que sou assim, mas a partir de hoje queremos viver a graça de sermos verdadeiros discípulos de Jesus. Hoje, no mundo, queremos ser homens e mulheres que se deixam conduzir pela graça de Deus, que não vivem somente pelo instindo de sobrevivência, como na “Lei de Talião”. Mas sim como templos de Deus, santuários do Espírito de Deus, homens batizados, que se deixam guiar pela sabedoria de Deus, não pela sabedoria do mundo.

Nós somos convidados, a partir de hoje, a escrever uma história diferente, uma história de paz, de perdão, fundamentada na justiça de Deus. Meus irmãos, não apenas fomos criados na justiça de Deus, mas na justiça da cruz, do Sangue de Jesus derramado.

Deus se vinga! Mas como será que Deus se vinga? Colocando o Seu coração em nossos pecados, ou seja, colocando a graça da converssão em nós. Quando nós deparamos com o Evangelho que Jesus diz:

“Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! E de fato que Deus nos vingue, mas essa vingança é de converssão.” Porquanto está escrito: “Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1:15-16).

Deus nos diz que somos filhos d'Ele, filhos amados. E neste mundo Ele também nos diz: Sejam santos onde precisa haver santidade, a vocação à santidade não é privilégio de poucos, mas de todos nós, que somos filhos de Deus. O chamado à santidade, que Deus nos faz, é para que possamos, dia após dia, dar passos concretos no amor.

Quando nós vivemos uma dificuldade no relacionamento com uma pessoa, quando alguém faz fofoca de nós, fala mal de nós, brota em nós o desejo da vingança, mas nós somos chamados a viver no amor, porque Deus é amor.

À medida que formos, pela graça de Deus, cultivando o amor sincero, um amor verdadeiro com as pessoas com as quais convivemos no dia a dia, seremos mais santos cada vez mais. Doe amar sem esperar, principalmente na vida daquelas pessoas que passam dificuldades. E quando nós vivermos dificuldades, Deus também nos dará a graça para vivê-la.

Eu peço ao Senhor que, nesta Eucaristia, Deus possa nos dar amor e que o nosso coração possa ser transformado pelo amor de Deus.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D'Onofrio

 

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