Começamos nosso grupo de mães a partir do livro “Todo filho precisa de uma mãe que ora”, intercedendo por nossos filhos. Hoje estou aqui para apresentar outro livro que escrevi falando do nosso grupo.
Pensávamos que, no grupo, rezaríamos por nossos filhos, mas rezamos por nós e imbuídas de Deus, rezamos por nossos filhos. Aos poucos o nosso grupo se encontrou com Deus e foi trocando as literaturas do mundo pelas literaturas de Deus, fomos trocando as músicas seculares pelas do "Cantinho da Criança".
Na adolescência meu filho começou a dar trabalho. Todas as vezes que ele saía eu me ajoelhava e rezava o terço, logo, ele voltava. Eu não imaginava que isso já era um sinal do carisma que futuramente eu coordenaria.
Quero fazer um convite a você: rezar pelo seu filho em grupo. A oração em comunidade tem uma força enorme. Não sei qual o tamanho da sua dor, se o seu filho não dorme à noite, se você o perdeu, também não sei o tamanho de sua alegria, mas sei que toda mãe tem o carisma de rezar pelo filho.
Nós mães somos, em primeiro lugar, educadoras, ensinamos nossos filhos a ler, a escrever e tudo o mais e, assim, também devemos ser como intercessoras. Quantas lágrimas, quantas noites de hospital, mas em tudo isso Deus está conosco.
O livro, que apresentamos hoje, é uma síntese do que vivemos nestes tempos de grupos de oração de mães, no qual partilhamos várias realidades vividas por todas nós.
Precisamos ser evangelizados primeiramente para depois evangelizar nossos filhos. Há famílias que apresentam aos filhos um Deus "de dia de domingo", eu era uma dessas. Certo pároco chamava essas mães de "domingueiras". Essas mães apresentam aos filhos um Deus que é mau, um Deus distante. Somente com meu encontro pessoal com Jesus Cristo é que mudei minha visão e, partir disso, pude mostrar a meus filhos o Deus, que é amor.
Nosso grupo intercedeu pelo filho de uma das moças do nosso grupo de oração, a Carol. O bebê dela foi desenganado ainda no ventre, ele tinha um problema renal e não sobreviveria, de acordo com os médicos. As mães começaram a interceder pelo bebê, inclusive aprenderam a fazer jejum e novenas para interceder pelo Mateus, o filho da Carol. Ele nasceu e precisava de um rim infantil compatível, o que era muito difícil, mas, com a graça de Deus, o rim veio e o bebê está ótimo e com saúde.
Na obra existem outros testemunhos de mães que oraram pelos seus filhos e ocorreu tudo bem. Mas também há relatos de mães que perderam os filhos e, apesar disso, não perderam a fé em Deus e hoje ajudam e aconselham outras mães na mesma situação.
Em nosso grupo aprendemos que Deus não cura apenas nossos filhos, Ele cura os nossos corações. Já há uma movimentação de alguns pais que querem começar a rezar pelos filhos, querem ser “Os pais que oram pelos filhos”.
Quero falar das mães do coração, muitas das nossas mães do grupo têm filhos adotivos, a partir delas começamos a rezar pelos filhos que não têm uma mãe que ora por eles. No nosso grupo temos as "madrastas intercessoras", se existe uma imagem negativa da palavra "madrasta" isso não é verdade. Temos madrastas conosco e elas oram pelos enteados.
Ser intercessor é se colocar dentro das situações do outro. Como mães intercessoras, nós nos colocamos entre nossos filhos e o inimigo de Deus dizendo: “Não, no meu filho você não toca!”. É preciso assumirmos nossa autoridade espiritual de joelhos no chão, para que os nossos filhos caminhem eretos pela vida.
Neste Dia das Mães eu peço que vocês deem o presente da oração a seus filhos. Ser mãe é a vocação daquelas que estão dispostas a sair de si para dar a outro. Precisamos assumir nossa vocação de mães e intercessoras.
No Evangelho de Marcos encontramos a passagem em que Jesus se pôs a caminho e entrou numa casa, e não queria que ninguém soubesse onde ele estava.
A mãe dessa passagem era pagã e sabia que não havia cura para a filha doente em sua religião. Ela foi à procura de Jesus, que estava escondido, e quando chega o Senhor lhe responde pedindo que deixasse os filhos se saciarem primeiro. Podemos pensar até que Jesus não queria curar aquela criança, mas não! Ele queria exaltar a fé daquela mulher que respondeu a Ele que os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa. O Senhor se compadece daquela mãe e ordena que ela volte para casa, pois sua filha estava curada. A mãe, num ato de fé, não questiona o Senhor, ela volta para casa e vê que sua filha estava salva.
Há no livro "Mães que oram pelos filhos" um capítulo dedicado a Virgem Maria, porque não há dor ou alegria que as mães vivem que Nossa Senhora não as tenha vivido. Pedimos à Mãe de Deus por todas as mães, por você, em qualquer que seja sua condição, que você seja encontrada também pelo Espírito Santo em suas necessidades.
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair