Há 20 anos, fui ordenado sacerdote; os dias que antecederam essa data foram um misto de sentimentos em mim. A primeira Missa que celebrei foi na Basílica de São Pedro, no altar de Nossa Senhora, a mãe da Igreja.
Na própria Igreja, muito se discute sobre a presença de Maria na sua história, uma vez que muitos não a reconhecem como mãe.
Maria, como todos nós, é um membro da Igreja, mas, ao mesmo tempo, foi eleita pelo o próprio Deus para fazer algo que nenhuma outra criatura fez na história da salvação: gerar, neste mundo, o Verbo encarnado de Deus.
A Igreja não é uma associação de pessoas que querem seguir Jesus, não é uma congregação, mas o Corpo de Cristo. Por isso, quando ela é perseguida, é Cristo que sofre com essa perseguição.
Quando Jesus pergunta a Paulo por que este tanto O persegue, percebemos que, na verdade, Paulo não perseguia o Senhor, mas Sua Igreja, ou seja, os cristãos.
O papel de Maria é nos ajudar a gerar Jesus em nós, porque você e eu, como membros da mesma Igreja, somo gerados por ela. É por isso que o sacerdote deve ter uma especial afinidade com a Virgem, porque, assim como Nossa Senhora, ele também recebe o privilégio de gerar o Corpo de Cristo na Terra.
Nós, ao contrário de Maria, não somos imaculados; e isso começa pelos sacerdotes, os quais possuem o papel de trazer o Corpo de Cristo para os fiéis, além de ser canal da misericórdia divina por meio do sacramento da confissão.
A Igreja é tão bela que se faz igual, por meio de um pecador, para estar diante dos seus membros. Mas a eficácia do sacramento que recebemos, na verdade, depende exclusivamente de nós.
Quando Dom Bosco escolheu Nossa Senhora Auxiliadora como padroeira dos Salesianos, ele já sabia os tempos difíceis que estavam por vir. Os jovens daquela época eram "deformados" em escolas anticristãs, mas pela intercessão e auxílio de Nossa Senhora, ele conseguiu fazer a diferença no seu tempo.
Por isso, peçamos a Vigem Santíssima que venha gerar o Cristo em nós, no dia de hoje, para que, a exemplo dos apóstolos, sejamos capazes de professar nossa fé em nome da Igreja. Ela, como mãe e mestra, nos mostra o caminho para que sejamos seguidores de Cristo.