Se a felicidade é resultado de um único caminho, por que não estamos todos num mesmo caminho? Por causa das possibilidades. No entanto, a liturgia nos diz que apenas um caminho nos leva à liberdade, tendo Deus como única possibilidade. Mas nós queremos escolher que tipo de seguimento fazer. Deus nos mostra que existe um único caminho, pois não há como servir a dois senhores.
“Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e teus descendentes” (Deuteronômio 30,19). Hoje, em vários campos da nossa vida estamos criando outros caminhos. Em nossa sexualidade só há dois caminhos, mas estão criando outros. Não há a possibilidade de encontra a felicidade fora desses dois caminhos.
A conversão querida para este tempo da Quaresma é a conversão do coração. “Se alguém quer me seguir, denuncie a si mesmo”. Todos nós já ouvimos isso. Estamos aqui porque escolhemos esse caminho. O convite é para que consigamos ouvir essa palavra a cada dia.
Todo mundo tem uma história para contar da grande conversão. Conte para mim a história da sua última conversão. A última experiência que você fez. Você tem que ter, na sua história, uma missão de seguir a Deus todos os dias.
Jesus falou da cruz de cada dia, porque, no capítulo 11, Ele faz uma oração que anuncia o pão nosso de cada dia para alimentar a nossa alma, a nossa esperança. Mas há muitos morrendo de fome, porque não abraçaram o seu pão de cada dia.
A Quaresma é uma vez por ano, mas Jesus não está nos falando de uma experiência anual. Ele nos fala desse alimento que, diarimente, precisamos tomar.
A cruz é sua, você a carrega todos os dias. Então, por qual caminho você vai andar, onde vai chegar? É feliz quem a Deus se confia.
O que Jesus disse quando estava na cruz? “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”.
Você está na cruz, meu irmão? Confie-se a Deus. Abrace a cruz como causa de conversão, porque cruz sem conversão é masoquismo. Sofrer por sofrer é burrice. Mas quando se aprende o sentido do sofrimento, ninguém o segura mais, pois você confia em Deus. Essa é a dimensão da cruz que fica no centro das nossas igrejas; da cruz que quiseram tirar das repartições públicas. Mas o mais preocupante é a cruz tirada da vida dos cristãos.
O mundo nos oferece possibilidades de felicidade sem esforço algum. Fugir da cruz e abraçar as facilidades parciais não mata o nosso desejo de ser feliz. Se posso ser feliz por inteiro, porque querê-la pela metade?
O Evangelho nos diz que para seguir Jesus temos de abraçar a cruz todos os dias. “Quem não carrega sua cruz e não caminha após mim, não pode ser meu discípulo”.
Cada um tem seu discípulo, mas discípulo sem cruz não se encontra com o mestre e não é digno de segui-Lo. Precisamos nos reconciliar com as exigências da vida.
Quer uma receita para ser feliz? Renuncie a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia e siga o Senhor. Qualquer Evangelho pregado fora disso é mentira.
Transcrição e adaptação: Michelle Mimoso