Padre Joãozinho. Foto: Arquivo/cancaonova.com
São cinco leis que nos libertam e cinco remédios que nos curam
Quem não quer ter uma vida saudável, ter uma vida feliz? O Papa Emérito Bento XVI definiu Santidade como sendo Felicidade. E qual é a senha para acessar essa felicidade? Já chegaremos lá, agora vamos refletir: os primeiros livros da Bíblia são cinco, o Pentateuco.
Para vencer o gigante Golias, Davi utilizou cinco pedrinhas. Nossa Senhora, em uma de suas aparições, fala das cinco pedrinhas para vencermos os gigantes da nossa vida: Rosário, Eucaristia, Jejum, Palavra de Deus e Confissão. Estamos, portanto, chegando à conclusão de que, para nos conectarmos à rede da felicidade, é necessário usarmos cinco caracteres. São cinco leis que nos libertam e cinco remédios que nos curam.
Na criação, lá no jardim do Éden, tudo era perfeito, tudo era felicidade, até que Adão e Eva ouviram a voz errada, seguiram outra direção, e o pecado entrou no mundo. Entender o que é o pecado original é simples: levante o seu pé direito. Depois, dê uma inclinada no seu tronco. Agora, nesta posição, levante o pé esquerdo! Não dá? Realmente não dá, senão nós nos desequilibramos. O pecado é isso, é um desequilíbrio vital que temos em nós. Pecado é fechamento, idolatria, desequilíbrio, doença. Pecado fede, cheira mal, pecado é ruim, é infelicidade. Por isso, por hoje não vou mais pecar!
Da mesma forma como nossas características físicas são passadas para nós de geração em geração através do DNA, assim é o pecado em nós: já nascemos com esse desequilíbrio. Mas há uma solução! Se eu deixar um livro cair, como é que sabemos que ele vai descer e não subir? Através da lei da gravidade. Conosco é a mesma coisa, há leis que nos norteiam.
Leis que nos libertam
Há cinco leis de atração que nos reintegram, que nos levam para o céu. Há no nosso coração um desejo profundo do céu: buscai as coisas do alto! Mesmo aquele jovem que está nas drogas está procurando a felicidade (ele está encontrando a morte, mas seu coração está buscando a felicidade). Então há uma lei da espiritualidade, uma lei para a nossa gravidade. E esse conjunto de leis para nós, basicamente, são cinco:
Lei da espiritualidade: amar a Deus sobre todas as coisas:
Lei da gravidade (natural): amar ao próximo como a si mesmo:
Lei da proximidade: amar aquele que está mais perto; Há em nós um magnetismo que nos puxa para o irmão, um senso para a solidariedade. Mas é preciso exercer essa lei.
Lei da interioridade: há uma força que me atrai para mim mesmo. Se eu me deixar atrair por essa força da interioridade, ela vai me fazer ir cada vez mais profundo, até me encontrar com o criador. Isso me faz me conectar com toda a criação. A Trindade habita em mim e em você, ela passeia pelo paraíso da nossa alma.
Lei da integridade: juntar os nossos cacos. Amar é me tornar íntegro: amar a Deus (me encontro com o Criador e me ligo a toda a criação), amar ao próximo como a mim mesmo (me encontro com Jesus que está no outro), mergulhar nas profundezas da minha própria alma (me encontro com o Espírito Santo que está em mim).
Essas coisas não são aprendidas de uma hora para outra, se leva uma vida inteira para entendê-las. São coisas tão simples e óbvias, mas parece que a gente não as compreende. Há, portanto, um caminho, uma a senha para essa felicidade, mas é preciso que a gente exercite essas leis, esse caminho, para podermos compreendê-la.
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E quais são os 5 remédios?
Oração: Nós só aprendemos a rezar, rezando! É simples assim. E uma das formas de oração é a contemplação. O primeiro remédio, portanto, para reequilibrar nossa relação com Deus é a oração.
Jejum e abstinência: O diabo é sedutor, bonito, ele não é feio e nem se encontra numa situação que nos daria nojo. Para que ele possa nos atrair, ele se reveste de beleza, de sedução. Ele quer primeiro te seduzir para depois te acusar, então não seja besta! Viva o jejum para combatê–lo. Liberte-se, também, daquilo que te aprisiona através da abstinência. Tem gente que precisa se abster de falar, que fala compulsivamente. Tem gente que não sai da TV, do celular, da internet. Tudo que é demais, em desequilíbrio, é um veneno. Então, para reequilibrar nossa relação com as coisas, o jejum;
Caridade / Esmola: A caridade transformada em esmola, em gestos de afeto, em elogio, em solidariedade com os pobres. Para reequilibrar a minha relação com o outro, a caridade;
Silêncio: Esse remédio é o da intimidade, da solidão acompanhada, um tempo para você mesmo! Isso cura, isso reintegra! Há momentos que é preciso parar, fazer silencio, ter Intimidade. Você tem direito a sua gaveta das cuecas na qual ninguém mexe. Desta forma, para reequilibrar minha relação comigo mesmo, o silêncio:
Verdade: Para nos reintegrar no amor, nós precisamos do remédio da verdade. O Papa Francisco vem nos falando do encontro com Jesus através da verdade. Santo Inácio de Loyola diz que a verdade é a luz que vence o pai das trevas. Um dos maiores exorcismos é a verdade e um dos altares da verdade é a confissão. Para reequilibrar meus fragmentos, proporcionando minha integração, a verdade.
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Essas são as cinco leis que nos libertam e os cinco remédios que nos curam. Há 25 anos eu compus uma música e eu nem fazia ideia de que ela falava desses passos para a nossa reintegração:
“Toca Senhor, toca Senhor com Teu amor . Tira todo medo, angústia e aflição. Toca nesta alma e cura o coração. Cura da doença que faz o irmão sofrer, toca neste corpo, Jesus, com teu poder. Tira toda mágoa que faz alguém chorar, tira todo ódio, ensina a perdoar. Cura do pecado e lava com o perdão, faz das nossas pedras um novo coração. Toca nossos lábios e o nosso interior, vamos te louvar, Jesus, com muito amor!”
Transcrição e adaptação: Aline Carbonari
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