O amor de Deus por nós é maior do que a morte
Deus não criou o homem para morrer e não tem prazer no sofrimento e na morte humanada como podemos ler em Sabedoria 1, 13 e 14:
“Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma. Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funesto, e a morte não é a rainha da terra”.
Em Deus não há a contradição de ter criado a morte, foi por inveja do maligno e sobretudo consentimento da humanidade. Pela ação do próprio homem o mal se espalhou pelo mundo. A escritura nos fala sobre isso em Sabedoria 2,24:
“É por inveja do demônio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demônio prová-la-ão”.
No antigo testamento é interessante percebermos como a palavra de Deus foi sendo revelada, e Deus foi mostrando ao homem como ele poderia se livrar do julgo do pecado e da morte. Deus, entretanto, mostra que mais que a vida física, o homem deveria se resguardar de perder a vida eterna, como descrito em II Macabeus 7, 9:
“Prestes a dar o último suspiro, disse ele: Maldito, tu nos arrebatas a vida presente, mas o Rei do universo nos ressuscitará para a vida eterna, se morrermos por fidelidade às suas leis”.
:: De 1 a 3 de novembro de 2019 – Acampamento “A cura dos traumas da morte”
Somos pecadores, mas a misericórdia de Deus nos permite ter esperança na vida eterna, bastando para isso aceitá-Lo de coração sincero e crer que Ele nos sustentará além desta vida terrena. Deus fez conosco uma aliança unilateral, sem que nós déssemos nada que possa pagar por isso, Ele pagou o preço pelos nossos pecados, apenas pede a nossa sinceridade para que possamos alcançar a misericórdia d’Ele.
Na cruz está a plenitude do amor que vence e é mais forte que a morte! Um amor que não está condicionado a nossa perfeição ou aquilo que temos, um amor que transcende o tempo e as limitações. Peçamos a Deus a graça de confiar e ser fieis a este infinito amor demonstrado por Ele para conosco.
Existia entre os judeus uma confusão por parte dos judeus com relação a misericórdia de Deus, como lemos em Lucas 13, 1-5:
“Neste mesmo tempo contavam alguns o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.
Eles acreditavam que uma morte violenta era sinal de pecado ou distância de Deus, mas Jesus demonstra que esse pensamento estava errado. Sofrimento, catástrofe e acidentes não são sinal de castigo de Deus ou falta de fé, mas isso pode susceder a qualquer um. Entretanto, Jesus, conclama no evangelho a sermos conduzidos, pelo fato da morte, a reflexão, para nos convertermos.
Interessante é que Deus não deseja que nos conformemos com a nossa própria conversão, com a nossa própria salvação, mas que salvemos aqueles que amamos, aqueles que são próximos a nós. E quem tendo sido salvo não se sente impelido a levar as pessoas amadas a salvação? Não podemos cruzar os braços, nós não somos a solução para os problemas das pessoas, mas não podemos ser indiferentes, por que existe uma cultura da morte se alastrando, vamos levar a cultura da vida: o evangelho.
Os místicos da Igreja não viam a morte com terror, mas a viam como uma via de encontro com Deus como vemos quando São Francisco de Assis chama a morte de : “Irmã Morte”. Parece absurdo pensar isso, mas se Jesus não voltar rápido, pois nossa vida é efêmera, todos nos seremos conduzidos por ela para encontrar o Senhor.
Se, hoje, perdemos entes queridos para a violência e para doença, se nos dói a separação, devemos nos lembrar do que Deus nos promete em Apocalipse 14, 13:
“Eu ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Felizes os mortos que doravante morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem”.
Eles estão com Deus, com Ele para sempre, em gozo, paz e alegria, livres de todo sofrimento e dor. Aqueles que viveram no Senhor, fizeram o bem, praticaram a misericórdia receberam o justo galardão!
A sua vocação não é a morte! Ela existe, mas precisamos viver no Senhor, para que no dia em que nos encontrarmos com a morte possamos experimentar a misericórdia d’Ele. Não tenha medo deste amor, pois o amor é mais forte do que a morte.
Transcrição e adaptação: Jonatas Passos
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