Se tem algo que define o Bom Pastor é o amor
Neste dias de acampamento ‘Curados para amar’, a nossa disposição é perceber como Deus vai manifestando o Seu amor em nossa vida.
Quem já assistiu a um filme mais de duas vezes? A primeira vez que assistimos, ficamos tão ansiosos para ver o fim, que deixamos passar algumas partes. Na segunda vez, como você já sabemos o fim, reparamos em outros detalhes que não tínhamos visto da primeira vez.
Neste ponto, percebermos o quanto a Igreja é fantástica! Nós já sabemos o fim da história de Nosso Senhor: Ele está vivo! Ele ressuscitou! Então, a Igreja nos pede para voltarmos à história e revermos a Paixão, mas sabendo do final. Quem participa das Missas diárias sabe que vivemos de semana da Paixão à Missa da Vigília Pascal.
Nos Atos dos Apóstolos, vemos como o Espírito conduz a Igreja nascente. Hoje, de modo particular, eu começo um questionamento: estamos no Tempo Pascal? Então, para que este domingo do Bom Pastor? Não poderia ser no Tempo Comum? O segundo domingo foi o domingo da Festa da Misericórdia. Hoje, do Bom Pastor. Por quê?
Existem várias chaves de leitura importantíssimas a partir da aparição de Nosso Senhor. É tão forte a Ressurreição de Jesus, que a Igreja celebra a oitava da Páscoa. O sentido das aparições é para que os discípulos sejam confirmados na fé, e nós precisamos também ser confirmados nela. Devemos repensar e crer no Ressuscitado; todo o tempo da Páscoa é para isso. Ninguém será missionário e evangelizador se não fizer a experiência com O Ressuscitado. Por isso, a Igreja estende 50 dias de Páscoa para que possamos fazer essa experiência.
Qual é a pior fase para os noivos se decidirem a casar? E dos seminarista para serem padres? É tomar a decisão! Quando tomamos a decisão, as coisas andam. O mesmo é na evangelização. O mais difícil é você se convencer de que Jesus está vivo. Por que você acha que Jesus precisou aparecer tantas vezes? Ele apareceu primeiro para Maria Madalena, na madrugada; depois, para os discípulos de Emaús e aos apóstolos, por último para Tomé. Jesus fez tudo isso para confirmá-los na fé. Ele é paciente e não tem pressa conosco.
Hoje, o Ressuscitado está nos dizendo: “Eu sou o Bom Pastor!”. Jesus diz que conhece as Suas ovelhas, Ele tem paciência com as nossas dúvidas. Nas aparições de Nosso Senhor, Ele não só aparece aos apóstolos reunidos como também a Tomé, que não presenciou essa experiência. Jesus é caprichoso, porque se importou com Tomé. O Senhor não diz no Evangelho: “Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?” (Lucas 15,4).
Jesus hoje nos diz: “Meu filho, se você tem dúvidas de que Eu posso restaurá-lo, do que precisa para ter certeza? Quer tocar nas Minha chagas? Então, toque-as! Se isso é preciso para você ter fé, venha, Eu estou aqui!”.
Jesus vem ao encontro da nossa fraqueza por amor e por ser o Bom Pastor. Ele cura nossas feridas. O Senhor, que cuida das ovelhas, está vivo! Deixe-O ajudá-lo, deixe-O chegar na sua vida e lhe dizer: “Eu o ajudo!”.
O que hoje o impede de tocar Jesus? Para Tomé era muito claro: ele tinha de ver para crer. Para Pedro, Ele curou o remorso. Você precisa resolver a sua questão com o Senhor! Ele é o Bom Pastor que não só foi atrás de São Tomé, mas também daquele que desistiu antes de hora: Judas. Eu acredito que o Senhor iria perdoar Judas, mas este não confiou na misericórdia do Senhor.
Toda comparação é limitada. Às vezes, você está diante do Santíssimo e as coisas se evidenciam. Há momentos em que você vai à Missa e nada o toca, mas, em outras momentos, você se depara com sua pequenez diante de Deus. Pentecostes logo estará aí, e Jesus vai atender as crises de cada um. O que você precisa para saber que o Senhor o ama? O que ainda você precisa deixar para entregar-se ao amor d’Ele? Se há algo que define o Bom Pastor é o amor.
Hoje, o Papa Francisco ordenou dezenove sacerdotes e disse: “Cristo é o Pastor verdadeiro, pois, ao oferecer livremente a própria vida, realiza o modelo mais alto de amor pelo rebanho”.
O meu desejo é que você perceba que talvez ainda não tenha experimentado o amor de Deus. A dinâmica de Jesus é de resgate, de não se contentar com os salvos, mas ir ao encontro daqueles que ainda não foram resgatados.
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.