Na festa da Exaltação da Santa Cruz vimos como Jesus nasceu para morrer, e morrer na cruz, porque desta forma Ele traria salvação e vida em plenitude ao homem.
Hoje vamos falar de uma mulher que nasceu para o sofrimento, por isso o título de Maria como Nossa Senhora das Dores.
Se Jesus é o homem compassivo, Maria também é compassiva. Ela passou por todos os sofrimentos que uma mulher pode passar. Ela completou nos seus sofrimentos aquilo que faltou nos sofrimentos de Cristo.
Deus também enviou o Anjo Gabriel para anunciar que ela seria a mãe do Salvador, por isso ela foi chamada a completar os sofrimentos de Jesus.
O Pai precisava de uma mulher para sofrer. Não quer dizer que faltou algum sofrimento a Jesus, esta é só uma maneira de dizer.
Por isso Jesus disse aos discípulos que eles nada poderiam fazer sem Ele e sem Maria.
Mas isso só poderá ‘dar frutos’ se nós seguirmos a Jesus.
Por isso eu quero dizer a vocês que Jesus convidou Maria para fazer parte deste sofrimento, não porque faltava mas para que se tivesse uma idéia maior dos sofrimentos da mulher.
Maria a mulher da palavra, mas ela também é a mulher da cruz.
Vocês podem acreditar ou não, mas se estudamos as Escrituras podemos ver que Ela é a Mulher da Palavra, por isso Isabel disse a Maria: ‘Bendita és por ter acreditado na Palavra’.
Maria disse poucas palavras, mas uma das palavras mais lindas foi : ‘Fazei tudo o que Ele vos disser’. Ela é a mulher do Espírito. Vemos Maria comunicando o Espírito Santo.
Hoje eu quero apresentar hoje Maria com um outro titulo: a mulher da cruz, a mulher do coração transpassado.
Quando Maria ficou em pé aos pés da cruz, sabemos que aquela mesma flecha que atingiu Jesus era a mesma que falava a profecia de Simeão.
Imagine o sofrimento que Maria passou quando se tornou suspeita diante do homem que ela amava, José, e que a amava também. Por isso podemos imaginar o quanto as mulheres sofrem. Por quanto tempo Maria passou por estes sofrimentos eu não sei…
Até que o anjo aparecesse para São Jose e dissesse que ele a tomasse por esposa.
Outro sofrimento foi quando ela não achou lugar onde pudesse dar a luz ao seu Filho.
Alguém aqui já deu a luz ao seu filho num estábulo? Eu conheço uma mulher, é Maria.
O sofrimento de não ter um lar, de não ter um teto é um sofrimento muito grande, e não havia nenhum lugar para ela.
Depois também sofreu a ameaça do filho poder ser morto por Herodes.
A mulher que tem o filho seqüestrado é um sofrimento imenso, e foi isso que Maria passou quando eles se perderam e Jesus estava no templo. O sofrimento de mãe de ver um filho em perigo, sendo atacado pelo inimigo.
Não esquecendo a viagem às pressas para o Egito. Pode ter certeza que foi uma experiência dolorosa!
Ela sofria muito quando as pessoas diziam a ela que Jesus não respeitava as leis,
mas principalmente quando ela estava com Jesus a caminho do calvário.
O Papa diz para não olharmos Maria apenas como uma devoção, não somente como a mulher da Palavra ou do Espírito Santo, mas olhar para Ela como a Mulher da Cruz. Aquela que nos lembra que devemos fazer o que Jesus fez.
Quero também contar algo que aconteceu no Haiti, e que vai mostrar que Maria é mulher da Palavra, mulher do Espírito Santo, mulher da Cruz, mas ela também é Mãe.
Em 1997 houve um programa internacional da Renovação Carismática Católica para a Terra Santa, e dois mil peregrinos vieram de todo o mundo para participar, e o conselho da Renovação me chamou para rezar pela cura.
Eu estava fazendo aquela oração de cura de dentro de um barco no mar da Galiléia.
Então eu dizia Jesus como posso estar no seu lugar? E o responsável da Renovação me pediu para que eu fosse a uma convenção no país dele e fazer a mesma oração no país. Em 1998 recebi a carta com essa solicitação, e somente aío eu acreditei no que ele estava me pedindo. Perguntei se eu teria que fazer mais alguma pregação, então, ele me disse que não, que era somente a oração que eu tinha feito no barco no mar da Galiléia.
No aeroporto veio uma mulher na minha direção, e ela se apresentou como sendo a mulher do primeiro ministro do Haiti. Ela me levou para a Missa. Depois da Missa, o bispo do Haiti me pediu para fazer uma oração de libertação, e assim também me levou para uma montanha para orar pela Igreja e pelo país dele. Tinham mais jovens do que adultos. Era um palco grande como este, penso que este é o maior que eu já vi na minha vida! ( refere-se ao Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes, na Canção Nova – Cachoeira Paulista-SP). Então o padre colocou o Santíssimo Sacramento no altar, e então eu disse ao Senhor: ‘Se eu vim de Bombaim, me ajude a fazer uma boa oração’, e fiz uma oração longa, mas eu vi que o povo não estava olhando para frente, e eu perguntei o que estava acontecendo, e o ministro veio me dizer que eles estavam dizendo que estavam vedo uma luz, e aquela luz era Maria.
Nós sabemos que seis pessoas já viram a face de Maria em Medjugorje, mas nesse encontro eram sessenta mil pessoas olhando para aquela luz.
Eu particularmente não acredito muito em visões. Então eu disse: ‘Maria eu vou te ver no céu’, mas quando eu olhei para o pé daquela árvore, então eu vi flash de luz durante mais ou menos uma hora.
O ministro me contou que uma criança era cega e a mãe levou o filho lá naquela árvore e ele ficou curado depois que viu o flash de luz.
No dia seguinte, domingo, o povo continuava olhando para a árvore, e eu disse: ‘Senhor, hoje é o seu dia! Ontem foi sábado, era o dia de Maria, mas hoje, Senhor, é domingo, o seu dia!’, e naquele dia eu entendi que Maria é também a Mãe da Divina misericórdia!
No dia seguinte eu estaria voltando para Bombaim, então eu pedi a esposa do primeiro ministro que me levasse até aquela árvore, quando chegamos lá a árvore estava toda desfolhada porque o povo havia arrancado todas as folhas.
Então levei um pedacinho da árvore.
O que Maria fez na casa de Isabel ela está fazendo hoje aqui também: aparecendo para o povo. O mesmo que ela disse nas bodas de Caná, ela está dizendo agora a cada um de vocês: “Fazei tudo o que o meu filho lhes mandar.”
Eu gostaria que vocês olhassem para as palavras do Papa em sua Encíclica que diz para olharmos para Jesus transpassado pela lança, mas não podemos esquecer que lá tem mais duas pessoas Maria e João nos recordando que aos pés da cruz também vamos experimentar a vida plena e a ressurreição.
Transcrição: Célia Grego