Muitas pessoas falam de alegria no tempo de carnaval, relacionam alegria a bebidas e a tantas outras coisas. Vemos muitos modelos de alegria que nos são apresentados pela mídia, pelo marketing das grandes marcas, com a transmissão das festas nas grandes cidades, que nos apontam um tipo de alegria. Aqui, estamos propondo um outro tipo de alegria, que é sinônimo de um encontro.
Orígines, um dos padres dos primeiros séculos, já falava que a alegria é fruto de um encontro indizível com Jesus Cristo. Santo Agostinho disse que procurava fora uma felicidade que estava dentro dele. Esta busca de Santo Agostinho mostra o que as pessoas estão buscando lá fora, uma felicidade que está dentro de nós.
Deus quer se revelar em seu interior. A alegria, que a sociedade propõe, é uma alegria que sempre está fora. O que muitas pessoas fazem nestes dias de carnaval se não procurarem uma alegria externa para fugirem de si mesmas? Quantas pessoas buscam fugir das feridas internas, fogem da própria história, fogem dos medos interiores? Pessoas que não se reconciliaram com elas mesmas e por isso vivem sempre procurando esta felicidade passageira.
Só ao nos encontrarmos com nós mesmos e com Deus, que repousa dentro de nós, é que poderemos encontrar a verdadeira felicidade. A verdadeira felicidade começa dentro de você, num encontro com o nosso interior.
Filho, não fuja de você mesmo, porque a verdadeira felicidade está à sua disposição! É só você olhar para dentro de si.
Na primeira leitura, São Paulo reconhece e agradece a Deus pela ressurreição de Cristo. Nosso nascimento pela fé é fruto da ressurreição de Cristo, porque “Ele nos fez nascer de novo, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, que não estraga, que não se mancha nem murcha, e que é reservada para vós nos céus”. Nascemos de uma alegria que não é de momento, de uma alegria que aconteceu a partir de um ato concreto: a ressurreição de Cristo.
São Paulo ainda usa a figura do ouro, que passa pelo fogo, para nos falar da fé: “Deste modo, a vossa fé será provada como sendo verdadeira — mais preciosa que o ouro perecível, que é provado no fogo — e alcançará louvor, honra e glória, no dia da manifestação de Jesus Cristo”.
Veja, “uma alegria indizível e gloriosa”, é esta alegria que nós queremos e pedimos a Deus. Esta é a alegria que Deus reservou para mim e para você, que é maior do que eu posso pedir, pensar ou imaginar. Lá fora existem muitos querendo esta alegria, mas a estão buscando em lugar errado. Não existe maturidade sem fogo da provação.
Muita gente gosta de pregar sobre os milagres, as curas e libertações, mas não existe ressurreição se a pessoa não passa pela provação. É a provação que nos torna ouro de verdade, que purifica o nosso coração.
Você, que está enfrentando uma provação na sua família, no seu trabalho e até na igreja, não desanime! Não permita que o seu terreno seja duro e pedregoso a ponto de rejeitar a semente da Palavra. Aproveite esta terra remexida e provada para fazer dela uma terra fértil.
Este processo de provação, que todos nós vivemos, pode ser encontrado na encíclica do Papa Francisco e Bento XVI Lumem Fidei:
“O cristão sabe que o sofrimento não pode ser eliminado, mas pode adquirir um sentido: pode tornar-se acto de amor, entrega nas mãos de Deus que não nos abandona e, deste modo, ser uma etapa de crescimento na fé e no amor. Contemplando a união de Cristo com o Pai, mesmo no momento de maior sofrimento na cruz”.
O Evangelho de hoje é belíssimo e também fala de provação. Este jovem rico passou por uma prova. Jesus o provou para que ele percebesse o que, de fato, era importante na vida dele. Mas não nos enganemos, este jovem sou eu e é você.
Jesus está perguntando para você que está aqui: qual é a sua fonte de alegria? Onde você tem colocado o seu coração? Qual a sua riqueza?
Veja que a relação de Jesus com aquele jovem não se deu, em sua profundidade, por meio das palavras, mas pelo olhar. Jesus o olhou e o amou, mas ele não se deixou cativar por aquele olhar. As riquezas daquele jovem não deixaram que ele fosse seduzido por Jessus. O que o prende que ainda não o deixou entregar a sua vida para Jesus? É uma amzade? O uso abusivo da internet? Não sei, é você quem sabe.
A pergunta do jovem “o que devo fazer para ganhar a vida eterna?”, é, na verdade, a pergunta da alma de todo ser humano. No fundo, todos nós queremos a vida eterna e a liberdade; e Jesus revela que só tem tudo quem dá tudo. Qual o tudo que você precisa entregar para Deus hoje? Você jovem, que está aqui e que fica arranjando desculpas para si mesmo, o que é prioridade na sua vida? Se Deus realmente for prioridade na sua vida você arrumará tempo e dará um jeito e não ficará nem um dia sequer sem falar com Ele. É preciso fazer uma opção. Jesus tem uma vida nova para lhe dar.
Transcrição e adaptação: Daniel Machado