Quando nós olhamos para o mundo, para tudo o que este está vivendo nos blocos de carnaval, na Marquês de Sapucaí, nos clubes, nós vemos as pessoas “felizes e eufóricas” e com um sorriso nos lábios. E nós viemos aqui para viver um retiro na Canção Nova. O que temos de diferente deles? A certeza de que escolhemos a melhor parte.
Esta alegria, que nós vemos naquele povo com os abadás, correndo nos desfiles, vai acabar na Quarta-feira de Cinzas. Aquela alegria vai acabar quando as escolas passarem, os blocos desligarem os sons e os clubes fecharem as portas. A nossa alegria não, ela vai muito além daquilo que é ofertado pelo mundo, pois a nossa alegria é sobrenatural, ela vem do Senhor e permanece para sempre. Esta alegria não passa nem mesmo nos dias difíceis.
O povo de Deus, na época do profeta Isaías, era dividido em 3 grupos: os acomodados, os tristes e um pequeno grupo que acreditava na vinda do Messias e permanecia fiel à profecia dos profetas.
O primeiro grupo vivia uma fé mundana, estava na pátria dos israelitas, mas adorava outros deuses e vivia tudo o que os pagãos viviam. Hoje, encontramos católicos assim, que se dizem cristãos, mas vivem nas coisas do mundo, acham tudo normal, dizem que tudo o que está no mundo faz parte da “cultura”; as novelas, as músicas, os carnavais da vida, tudo é muito “comum” para esses católicos.
Mas daí você pode dizer que isso é palavra do padre Roger. Então, vamos pegar a palavra do Cardeal Ratzinger: “Não são os cristãos que se opõem ao mundo. É o mundo que se opõe a eles quando é proclamada a verdade sobre Deus, sobre Cristo e sobre o homem”.
Hoje, se desculpa tudo com a palavra “humano”. Pratica-se o divórcio porque “é humano”. Bebe-se porque “é humano”. Absolve-se quadrilhas porque isso “é humano”. A juventude arrisca-se no mundo porque isso “é humano”. Assim, se designa com a palavra “humano” o que é mais desprezível e mais baixo no homem. Por vezes, até esta palavra se torna sinônimo de animalesco. Que modo estranho de falar, de modo que humano é justamente o que nos distingue do animal.
Nós temos que encontrar a capacidade do não conformismo, de denunciar a cultura que nos cerca, não porque somos melhores, mas porque descobrimos a verdadeira alegria que é pertencer ao Senhor.
Nós achamos que somos muitos, mas não somos nada, pois lá fora, na cultura do carnaval, está uma multidão que procura uma alegria passageira. Nós somos uma minoria, mas um pequeno resto que encontrou a felicidade eterna. Existe uma promessa para nós, uma promessa de céu. Nós não podemos perder a esperança do céu, a esperança de que um dia o nosso sofrimento vai acabar, porque ele não é eterno. O único lugar que possui um sofrimento eterno é o inferno, e você não foi feito para esse lugar!
O céu é o motivo de estarmos no terceiro grupo que compunha o povo de Israel, aqueles que resistem, aqueles que sonham com a vinda do Messias. Nós somos a mais bela criação de Deus, os filhos deste Deus, que cuida dos pássaros e dos lírios, mas que, antes, cuida de mim e de você. Nós somos este grupo de fé e esperança, confiamos neste Deus que providencia tudo o que precisamos.
Não existe alegria que supere a de colocar Deus em primeiro lugar. Deus está dizendo “confia em Mim e Eu cuidarei de você. Retorna, volta à santidade, volta à radicalidade, volta a confiar em Mim”. Este é o grito que o Senhor está dando para nós hoje.
Eu estou falando isso aqui para vocês, porque é algo que estou vivendo. Meu pai está numa cama, com câncer e pesando 48kg. Este sorriso que eu dou a vocês não é falso não, é um sorriso de quem confia em Deus, de quem usufrui esta alegria de esperança e de céu.
Você que veio aqui “xavecar” as meninas, não percebeu que Deus está “xavecando” você não? Fique com Deus, fique com a melhor parte!
Você que faz parte do “bonde da ostentação”, entre na barca de Jesus Cristo, confie n’Ele e entregue a sua vida ao céu, à vida eterna, à salvação. Não tenha medo de mergulhar naquilo que Jesus está dizendo: “Vós valeis mais do que as aves” (Mateus 6, 26 ss).
Esta alegria é aquela que nos garante que, mesmo nos momentos difíceis, nunca estaremos sozinhos.