Hoje Jesus lhe diz que acredita em você. Esta é a hora da graça, é a hora de conversão!
Muitas pessoas estão diante do silêncio de Deus em suas vidas. Isso não significa que Ele esteja em silêncio, mas sim que elas não O estão ouvindo devido aos barulhos internos e externos. Há o medo de silenciar e encarar a nossa realidade e a nossa vida.
Muitas vezes, a nossa prioridade tem sido o Instagram, o Facebook, WhatsApp. As redes sociais têm nos roubado do silêncio da Semana Santa, da meditação da Paixão. O mundo tem nos feito ficar superficiais.
O nosso inimigo, satanás, que também quer nos peneirar, tem nos provocado a viver na superficialidade. Tudo virou uma disputa desenfreada e, assim, muitas situações vão nos roubando de Deus, nos roubando a Palavra, vão nos tirando da presença de Deus. Desse modo tentamos preencher o vazio com coisas vazias.
Nós não paramos para escutar a Deus; e não diga que Deus está em silêncio enquanto sua Bíblia está fechada! O Senhor nunca está em silêncio, do Gênesis ao Apocalipse, Deus fala conosco.
Se ficarmos somente no plano emocional, nos esvaziaremos também. Pedro tinha duas brechas em sua vida. A primeira delas era o medo do sofrimento, contra o qual ele não se posicionou. E esse grande medo está, muitas vezes, em nós que gostamos de pregações sobre prosperidade, curas, poder de Deus, porque talvez também haja em nós o medo do padecimento.
Em Mateus 16, 21 lemos: “Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia.”
O homem espiritual sabe que a morte não é o fim, mas o começo de todas as coisas. Pedro não se posicionou diante do medo do sofrimento; e quantas obras de Deus são destruídas entre nós justamente por causa do medo da perda. Grupos vão sendo destruídos por falta de posicionamento. O medo é capaz de destruir uma obra que Deus edificou, o medo é capaz de destruir a obra de Deus em nós, por isso temos que nos posicionar e ir em frente.
“Pedro começou a dizer-lhe: “Eis que deixamos tudo e te seguimos” (Marcos 10,28 ). Satanás peneira o homem pela sua fraqueza e pela brecha que não foi fechada. Jesus tira algo do plano humano e vai para o espiritual, mas Pedro não entendeu isso e queria ser recompensado.
Se não houver a decisão da nossa parte de escutar o que Deus nos fala, nós seremos vencidos pelo ataque do mal, nós seremos vencidos por nós mesmos. Seremos vencidos pelo desejo de poder, pelo desejo de recompensa neste mundo. Contudo, a nossa glória está na força do sofrimento redentor de Cristo, que nos salvou, não na glória da riqueza e do poder.
Meus amados, Jesus falou para Pedro: “Eu orei por ti para que tua fé não desfaleça”. Você sabia que Jesus está agora orando ao Pai por você? Nós temos um Intercessor diante do Pai rezando por nós, por isso não podemos parar, precisamos buscar os sacramentos, a oração constante e a intimidade com Deus, porque só dessa maneira conseguiremos nos posicionar diante das nossas fraquezas e vencê-las. É preciso colocar nosso celular no modo “avião”, no modo “oração” para ouvirmos a Deus.
Somente na experiência da oração, na experiência do silêncio, é que vamos cair na real, é que vamos sair do plano virtual, da superficialidade e entrar naquilo que Deus, verdadeiramente, tem para nós.
“Prenderam-no então e conduziram-no à casa do príncipe dos sacerdotes. Pedro seguia-o de longe” (Lucas 22, 54). A negação de Pedro foi mais dramática que a de Judas, porque o apóstolo teve tempo para pensar enquanto Judas teve apenas uma oportunidade. No entanto, Pedro tinha medo de sofrer. Jesus não olhou para ele o acusando, olhou-o com amor e com misericórdia.
Pedro saiu arrependido, o plano emocional caiu por terra e ele se reconheceu pecador. Ele chorou amargamente porque teve consciência do que havia feito. Até então, o medo o havia deixado cego e surdo e o desejo de recompensa o havia deixado anestesiado. Mas, com o olhar de compaixão de Jesus, Pedro se arrependeu e experimentou a total libertação do medo. Onde está a brecha e a negação que você faz a Jesus em sua vida? É preciso fechar a brecha e permitir que o olhar do Senhor o alcance!
Talvez, o impacto da sua conversão gere um impacto no seu namoro, no seu noivado, no relacionamento com seus filhos. Cuidado com o medo das zombarias! Cuidado com a cegueira do medo e do desejo de querer agradar aos homens. Tudo isso nos faz negar Jesus. Cuidado com a capacidade que nós, especialmente os brasileiros, temos de negar Jesus diante de uma televisão. O Espírito Santo nos revela a verdade e abre nossos olhos para que vejamos o mistério da iniquidade ser revelado e exposto. Tomemos cuidado com o que temos vivido, precisamos nos posicionar.
Ao ver o homem cirineu carregando a cruz, Pedro deve ter pensado: “Eu é que deveria estar ali”. Deve ter sido duro para o apóstolo contemplar aquele caminho sem estar onde ele deveria estar: ao lado de Cristo.
Nós não queremos sofrimento, queremos prazer, queremos reconhecimento. No entanto, a nossa única glória precisa ser Cristo Crucificado! Portanto, diga: “Eu quero ser como o homem cirineu que ajudou Jesus a carregar a cruz. Preciso ser como São Paulo e dizer: ‘eu completo em minha carne aquilo que faltou ao sofrimento de Cristo’”. Quero ser um homem novo, totalmente transformado. Senhor, eu não quero mais traí-Lo, negá-Lo, não quero mais viver na superficialidade, quero ser um cristão de verdade, e não existe cristão sem cruz.”
Em João 21,15 lemos: “Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.”
Para a conversão acontecer é preciso contrição, é preciso chorar os nossos pecados. Não podemos perder a contrição. Deus fez a obra em Pedro porque ele se arrependeu; e é essa mesma obra que Ele quer fazer em nós. Hoje Jesus lhe diz que acredita em você. Esta é a hora da graça, é a hora de conversão. Com a graça de Deus você pode sair da brecha que o leva à condição de pecado.
Jesus fala para você agora: “Segue-me, você não vai sozinho, Eu vou com você!” Digamos não com vergonha, não com temor, mas com alegria: “Cristo morreu por mim!”. Experimentemos o arrependimento que nos faz voltar ao primeiro amor, hoje o Senhor nos confirma que nós somos eleitos por Ele. Deus nos chama a ser como o homem cirineu do Evangelho na vida uns aos outros, ajudando-nos a carregar a cruz.
Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes