Jesus não desiste do incrédulo

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Padre Roger Luís. Foto: Arquivo/cancaonova.com

Ao celebrarmos esta festa, somos convocados a ser colocados diante da realidade deste mundo em que vivemos, no qual, na era pós-moderna, temos que ver para crer. No qual a sociedade é marcada pelo seguinte comportamento: só se acredita naquilo que pode ser provado e testado cientificamente. Muitas vezes, a nossa sociedade vive distante do sobrenatural se formos entrar naquilo que a doutrina da Igreja fala, como a Encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’, que mostra a criação como uma grande revelação. A própria realidade da perfeição do corpo humano, que tem ligações com tudo aquilo que vemos, e concluímos que esta revelação só pode ser a criação de Deus.

Estou voltando do retiro dos sacerdotes, e de lá, onde estávamos, podíamos ver uma serra linda! São tantas circunstâncias que vão nos mostrando as revelações de Deus.

Vamos olhar para esta figura histórica, este homem que, ao longo da história, foi escolhido por Deus. Deus escolhe a quem Ele quer sem excluir ninguém. São Tomé foi um dos escolhidos a estar mais próximo do Senhor, podia ver os milagres de Jesus e escutar grandes ensinamentos do Mestre. Tomé tocava na dimensão grandiosa da revelação do Filho de Deus naquele tempo.

Quando vemos esta Primeira Leitura, parece que Tomé se resume somente ao questionamento feito por ele, mas não é somente isso. No Evangelho de João, em outra passagem, vemos que ele [Tomé] estava fazendo o caminho de seguimento do Senhor.

Nós estamos celebrando o martírio de alguém que teve a vida transformada por Deus. Nós olhamos para Tomé e vemos, por intermédio da atitude dele, uma coisa muito importante: “Eu jamais quero me separar de Ti, Jesus!”. Quem encontra Jesus tem esta disposição também de jamais querer se separar d’Ele. Seguir e viver o Evangelho quer dizer: “Eu vou aonde o Senhor for”. O discípulo de Jesus deve acolher Jesus e ir aonde Ele for. A nossa vida de cristão é definida como uma vida com Jesus Cristo.

Na sua vida de cristão, de consagrado, de sacerdote, você tem vivido com Jesus? Temos visto, na sociedade, muitas nações que tramam contra o Cristo, o Evangelho e a Palavra. Encontrar o Cristo significa ficar com Ele e permanecer com Ele. Este era o desejo do coração de Tomé.

A segunda coisa que quero destacar de Tomé é que, na Última Ceia, Jesus fala que vai preparar um lugar para eles e ele diz: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14, 5.) E Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14, 6). A imaturidade dele fez com que Jesus revelasse quem Ele era. Tomé acaba sendo para nós um modelo para que compreendamos que seguir Jesus comporta a possibilidade de questioná-Lo e esperar uma resposta d’Ele. Vemos um Tomé incrédulo devido à ausência de Jesus naquele momento, existia um vazio existencial no coração daqueles homens e de Tomé.

O bonito é que Jesus não desiste do incrédulo. Jesus também quer encontrar-se com você como Ele se encontrou com o incrédulo Tomé. Jesus vai supreender você como supreendeu São Tomé. As portas estavam fechadas e Jesus se colocou no meio deles para que fosse tocado por aquele que não acreditava [que Ele havia ressuscitado].

Jesus surpreende Tomé. A Palavra não diz que Tomé colocou a mão no lado aberto e nas chagas de Cristo, mas a Palavra diz que Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).

Mais feliz é aquele que crê sem ter visto! Nós estamos em um tempo tão complicado no qual a fé tem sido traduzida em coisas materiais. Esta fé materializada está mais para superstição do que para fé. Uma fé supersticiosa. É feliz quem acredita naquilo que a Igreja lhe dá como plenitude de salvação. A Igreja tem todos os meios para a nossa salvação: a Santíssima Trindade, a Palavra de Deus, os sacramentos, a Virgem Maria.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio.

Adquira esta pregação pelo telefone (012) 3186-2600

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