Devemos sempre nos apresentar a Deus com humildade, sem deixar a presunção tomar conta de nós
O Evangelho de Lucas 18 nos mostra uma parábola que é endereçada aos presunçosos que acreditavam ser justos e julgavam os outros.Eram pessoas que nutriam uma excessiva estima de si mesmo e, por consequência, um desprezo pelos outros.
Jesus coloca como exemplo um fariseu que entra no templo para rezar, mas quando começa a rezar, a se vangloriar, mostra que adora seu próprio coração, e se esquece de uma palavra muito importante que é o “tu”, pensa somente no “eu”.
A oração daquele homem não tem nada de culto a Deus, apenas de desprezo pelos outros e vanglórias de si mesmo. Ele se esqueceu que a fonte de todas as nossas ações é Deus, e não ele. e agradece ao seu próprio umbigo e não a Deus. Sua oração é uma farsa, uma mentira.
A conclusão desta atitude é que o fariseu retorna para casa de mão vazias, porque Jesus diz que quem se exalta será humilhado. Assim também, o Papa Francisco nos diz que a falta de um reconhecimento sincero e orante dos nossos limites impede que a graça de Deus atue melhor em nós.
Em contrapartida, Jesus nos apresenta o publicano, um exemplo de humildade, de pessoa que se coloca nas mãos de Deus e confia n’Ele. Mesmo não sendo bem visto naquela época, esse homem não se compara com ninguém e implora a Deus seu perdão.
A disposição interior de se colocar diante de Deus com humildade, é que o faz sair do templo reabilitado. Porque como Jesus disse: “Quem se humilha será exaltado!”.
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A Igreja nos ensina que não somos justificados por nossos esforços e obras, e sim pelo Senhor e por sua iniciativa. Nós devemos sim fazer o bem, mas não pararmos nos nossos próprios atos.
O publicano representa uma consciência penitente, consciente de sua fragilidade e de seu ser pecador, e vê a necessidade da redenção por parte de Deus. Ao contrário do fariseu que mostra uma consciência satisfeita consigo mesma, que se ilude e se engana achando que não erra.
Por isso, temos que ficar atentos, uma grande vigilância para que não caiamos num pensamento igual ao do fariseu, o de nos tornarmos autossuficientes e julgadores da realidade dos outros. Além disso, nos apresenta o remédio a soberba que é a humildade.
Transcrição e adaptação: João Paulo dos Santos