“E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias.
Assim reunidos, eles o interrogavam: Senhor, é porventura agora que ides instaurar o reino de Israel? Respondeu-lhes ele: Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou em seu poder, mas descerá sobre vós o Espírito Santo e vos dará força; e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria e até os confins do mundo” (Atos 1, 4–8).
Existe um chamado específico para sermos um povo consagrado a Deus, e somos consagrados a Ele desde o nosso batismo.
“Vós, porém, sois uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis as virtudes daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa. Vós que outrora não éreis seu povo, mas agora sois povo de Deus; vós que outrora não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia. ” (1Pd 2,9-10)
Tenho me questionado sobre a realidade de tantas pessoas que tiveram uma experiência com Deus, mas, passado um, dois meses ou um ano, voltaram à vida velha. Tenho me perguntado se o que acontece com elas não é uma obra emocional. Porque não existe batismo no Espírito Santo sem mudança radical de caráter, não existe experiência com Deus que não capacite a pessoa a dar a sua vida por Jesus Cristo.
Após Sua Ressurreição, Jesus mandou os apóstolos para Jerusalém, a fim de esperar o Paráclito. Mas muitos dos apóstolos tinham defeito de caráter, pois ainda não haviam se permitido serem tocados pelo Espírito.
Veja, por exemplo, a história de Sansão. Ele era um consagrado a Deus, e a Palavra diz que o Espírito do Senhor começou a agir sobre ele. No entanto, Sansão não foi totalmente tocado pelo Senhor, por isso sua dificuldade de caráter tirou sua força. Meus irmãos, se não nos submetermos a Deus, o mundo tirará as nossas forças.
Existe também o Rei Davi, aquele menino frágil, pequeno, um jovenzinho menos vistoso entre seus irmãos. E apesar dessas características, Deus o escolheu, porque não viu o seu exterior, mas o seu coração. A partir daquele momento [em que tomou ciência da escolha do Senhor], o Espírito começou a trabalhar na vida de Davi. Mas quando ele se deparou com uma área de sua vida que ainda não havia se deixado tocar por Deus, ele teve problemas.
“Uma tarde, Davi, levantando-se da cama, passeava pelo terraço de seu palácio. Do alto do terraço avistou uma mulher que se banhava, e que era muito formosa. Informando-se Davi a respeito dela, disseram-lhe: É Betsabé, filha de Elião, mulher de Urias, o hiteu” (2Sm 11, 2-3). O Espírito Santo começou agir na vida de Davi, mas ele não deu abertura para que Deus agisse totalmente nele.
O primeiro ponto para que o Espírito aja em nós é conhecermos a nossa fraqueza. Qual a nossa fraqueza? É o nosso temperamento, a nossa preguiça? Nosso maior inimigo, que nos dá mais trabalho, somos nós mesmos; e esse inimigo só pode ser derrotado quando conhecemos as nossas fraquezas.
O segundo passo para vencermos os defeitos de caráter é nos posicionarmos. Se você, por exemplo, não consegue ficar sozinho com a sua namorada em casa, não fique! Se você fala mal dos outros, pare com isso.
Outro defeito de Davi foi dormir e não vigiar. Andando pelo terraço, ele viu a mulher de Urias, ficou com ela e depois mandou matar seu esposo. Meus irmãos, caráter é o que fazemos quando só Deus nos vê. Não podemos ter uma vida dupla. Pessoas que ficam presas no que os outros pensam sobre elas têm defeito de caráter. Não podemos querer agradar aos homens, mas a Deus.
Quando deixamos o Senhor tocar em nosso caráter, preocupamo-nos não com o que as pessoas pensam sobre nós, mas sobre o que Deus pensa.
Podemos falar de Jesus, cantar para Ele e ler sobre Ele, mas se não falarmos com Ele, nada disso valerá.
O terceiro ponto para vencermos os defeitos de caráter é cultivarmos a intimidade com Deus. Para o nosso testemunho ser verdadeiro, precisamos ser fruto de um relacionamento com o Senhor.