Meus queridos irmãos e irmãs, nós travamos um combate em nossa vida e todos nós, cristãos, somos chamados à intercessão, é Deus quem nos chama. No entanto, precisamos compreender que há pessoas ministeriadas em intercessão.
A liturgia de hoje nos revela algo muito precioso e vemos aquilo que deve ser a nossa meta, “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo.” A história da moabita Rute nos fala de uma história de amor, ela renunciou a tudo para cuidar da sua sogra. Ela teve uma atitude espetacular de um amor que cuida e isso fala de intercessão para nós, pois a intercessão é o amor que cuida, é um amor concreto, real, exigente que nos tira do egoísmo. Renunciamos ao tempo que seria dedicado a nós mesmos para dedicar aos necessitados. Intercessão é atitude de amor.
Em João 15, 13 lemos: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” Jesus nos ensinou que não há amor maior que dar a vida pelos amigos, é a atitude de consumir a vida pelo outro. Em outra passagem, João revela a essência de Deus que é amor. O amor é a força que move todas as coisas.
“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3, 16). Deus amou tanto o mundo que enviou seu filho unigênito, este é o amor que Rute conseguiu expressar por sua sogra, é o amor que faz com que possamos sair de nós mesmos para nos dedicarmos às outras pessoas.
Em Ezequiel 34, 11-16 o Senhor nos fala: “Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas. Como o pastor se inquieta por causa de seu rebanho, quando se acha no meio de suas ovelhas tresmalhadas, assim me inquietarei por causa do meu; eu o reconduzirei de todos os lugares por onde tinha sido disperso num dia de nuvens e de trevas. Eu as recolherei dentre os povos e as reunirei de diversos países, para reconduzi-las ao seu próprio solo e fazê-las pastar nos montes de Israel, nos vales e nos lugares habitados da região. Eu as apascentarei em boas pastagens, elas serão levadas a gordos campos sobre as montanhas de Israel; elas repousarão sobre as verdes relvas, terão sobre os montes de Israel abundantes pastagens. Sou eu que apascentarei minhas ovelhas, sou eu que as farei repousar – oráculo do Senhor Javé. A ovelha perdida eu a procurarei; a desgarrada, eu a reconduzirei; a ferida, eu a curarei; a doente, eu a restabelecerei, e velarei sobre a que estiver gorda e vigorosa. Apascentá-las-ei todas com justiça.” Nestas palavras o Senhor revela o amor de um Deus que não deixa suas ovelhas perdidas. E as ovelhas gordas, que não tem problemas, que não precisam de nada, esquecem de Deus, por isso Ele cuida para que elas não fujam.
O Espírito Santo foi dado a você desde o dia do seu batismo, foi dado ao seu coração e junto com Ele o amor foi derramado sobre sua vida, sobre seu coração e desde aquele dia você tem o amor dentro de você. Quem não ama não pode interceder, é preciso muito amor para se dedicar à intercessão. O ministério da intercessão exige sacrifício, renúncia, por isso é preciso amar. Precisamos dar expressão a este amor que existe em nós desde o dia do nosso batismo. Intercessão é amor dedicado a Deus e ao próximo.
O amor não é sentimento, é uma decisão da vontade. Ele já está em nós, só precisamos viver esta realidade de amar. O amor nos levará a dar a própria vida pelo outro como fez Jesus. O amor é ação, é fazer alguma coisa para mudar a vida do outro. Deus expressou Seu amor dando o Seu filho que era o melhor que Ele tinha. Amar é dar a vida. Peça a Deus que te encha de amor.
O amor é uma força, ele conquista, vence, sara, conforta, libera a paz, dá segurança, porque a força do amor é a força do próprio Deus e Ele é amor.
O amor de Deus transforma os corações, muda a vida, é algo que impacta. João diz em sua primeira carta, capítulo 4, versículo 16: “Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele.” Quem ama não descarta as pessoas só porque elas são más, porque elas ainda não estão do jeito que nós queremos. Quem ama não desiste, não fica apontando o dedo para o pecado do outro, mas dobra os joelhos e reza por aqueles que estão perdidos. Quem é combatente não luta contra o pároco, contra o coordenador do seu ministério, porque entende que a luta é contra os principados, potestades e não contra os homens.
O amor conserva os joelhos dobrados. Quem não ama, pouco se importa com o destino dos outros, é mais fácil condenar, criticar, ignorar, ser indiferente, mas isso tudo são características do reino do inimigo e não de Deus. É preciso amor para colocar os joelhos no chão, tendo esperança. Só Deus pode nos dar este amor que está disponível, sem medidas, para aqueles que querem. Só quem ama olha para o outro com os olhos de Deus e vê as necessidades das pessoas como Ele vê.
O amor não desiste até que a vitória seja alcançada. Deus não desiste de nós! É um amor incansável que não desiste até ver aqueles que estão distantes de Deus voltarem. Quem experimenta o amor de Deus não desiste até que a vitória se estabeleça.
O amor tem que ser incondicional. É preciso amar os inimigos, querer o bem daqueles que falam mal de nós, abençoar aqueles que nos amaldiçoam. Isso é intercessão.
O amor é fruto do Espírito Santo e este fruto vai amadurecendo, vai crescendo à medida que andamos no Espírito. Quanto mais eu rezo, quanto mais eu busco a Deus, mais o amor amadurece e cresce em mim. O amor é o primeiro ingrediente da intercessão. O amor é redenção, é ato de amor.
Peça ao Espírito Santo que encha você deste amor.
Transcrição e adaptação: Míriam Bernardes