Que presente para o coração de um padre poder contemplar famílias sendo resgatadas na força e no poder do amor! Nós padres sabemos o quanto este combate é grande e quantas famílias têm sucumbidos, derrotadas, porque não tomam posse da graça que Deus lhes deu.
“Eu e minha casa serviremos ao Senhor.” Este é o tema do Acampamento para as famílias na Canção Nova e precisa ser um propósito para sua família, porque ela precisa descobrir o sentido dessa verdade bíblica. Deve ser o desejo de toda família que Jesus esteja em suas casas; é dEle que sua casa precisa.
Lembremos também de Nossa Senhora e consagremos a ela nossa casa, nossa vida, porque ela é verdadeira serva. Assim como Jesus, Maria pôde dizer: “Eis a serva do Senhor; faça-se, em mim, segundo a Sua vontade”. Num momento de silêncio, diga como Nossa Senhora: “Eu quero ser, no poder do Espírito, como Maria, serva do Senhor”.
Palavra e Eucaristia sustentam as famílias. O que Deus está pedindo a vocês, neste Acampamento, é a restauração. Então, tome posse da Palavra e torne-se amigo dela, seja íntimo da Palavra de Deus. A Sagrada Escritura é para nós cristãos e ela precisa estar no coração, registrada na alma.
“Logo que saíram da sinagoga, foram com Tiago e João para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo falaram dela a Jesus. Ele aproximou-se e, tomando-a pela mão, levantou-a; a febre a deixou, e ela se pôs a servi-los. Ao anoitecer, depois do pôr do sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que tinham demônios. A cidade inteira se ajuntou à porta da casa. Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também muitos demônios, e não lhes permitia falar, porque sabiam quem ele era” (Marcos 1,29-34).
Estamos inseridos numa sociedade, estamos em contato com o modo de vida das pessoas e isso nos traz a força de cada cultura. Dependendo do contexto onde estamos, a nossa forma de lidar com o mundo, com as pessoas é diferente. Por isso, quando lemos a Palavra de Deus, precisamos ter consciência deste contexto em que a Palavra está inserida.
Quando dizemos “eu e minha casa serviremos ao Senhor”, temos de ter consciência do contexto onde vivemos, onde estamos. Então, para você, o que significa essa Palavra? Precisamos nos lembrar das duas experiências do Antigo Testamento que mais nos chamam à atenção: a aliança que Deus faz com seu povo. Nela, está presente o contexto de andar na presença de Deus, a certeza de que Ele é fiel e por isso precisamos ser fiéis também, porque a aliança é para ser inquebrável.
A outra experiência é do serviço, pois, a partir do momento em que o homem se une a Deus em aliança, passa a servi-Lo, a ser obediente a Ele. Uma vez feita a aliança, o povo passa a obedecer, a ouvir a Palavra e saber o que ela sempre tem a revelar. Aliança e serviço afastam a idolatria.
Quem vive em aliança, obedece, serve, não vive em idolatria e afasta de sua casa todo mal. Fazer essa experiência do amor que é Jesus é fazer uma aliança de amor com o Senhor.
O grande grito do Papa Bento XVI, neste tempo, chama-se relativismo que faz com que os homens troquem valores – aliança e serviço – por contra-valores que são empurrados pelos meios de comunicação. Estes contra-valores vão fazendo com que as famílias caiam em idolatria.
No versículo 29, do capítulo 1 do Evangelho de Marcos, vemos que Pedro e André levaram Jesus para sua casa, para sua família. Chegando lá, Jesus curou a sogra de Pedro. Ela, curada, colocou-se, imediatamente, a servir o Senhor. E aquela família se tornou ponto de salvação para outras famílias. Muitos outros que Jesus curou ali, na casa de Pedro, passaram a servi-Lo também.
Jesus, hoje, está nos dizendo que nossa casa é a nova casa de Pedro, que Ele está se dispondo a fazer conosco o mesmo que fez pela família de Pedro. Jesus quer entrar na sua casa para colocá-lo de pé, para curar você.