Antes de falar de amor conjugal quero saber qual é o entendimento que temos sobre o que é o amor. Então vamos ler a passagem que esta em I João capitulo 4, versículo 7 e 8:
Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.
O que é o amor? Deus é amor. Hoje há uma banalização sobre o amor que fragiliza o amor conjugal e amor de nossas famílias, pois nós dizemos amar muitas coisas, o time de futebol, o cachorro, chocolate, etc. A Igreja é mestra em explicar e orientar os casais e as famílias a serem santas, o Evangelho é o nosso manual que nos ensina isso e nos deveríamos ter vergonha de dizer que somos infelizes em nossos casamentos. O Papa Bento XVI vem nos explicar sobre o amor “Eros” e o amor “Ágape” em sua encíclica “Deus Caritas Est”, ou seja, “Deus é amor”. O amor Eros quer nos levar à felicidade e quando nós nos achegamos ao outro, no Eros se insere o amor Ágape que consiste na busca em fazer o outro feliz. Nós precisamos ver que a unidade entre o amor Eros e o amor Ágape é a base do amor conjugal. Estes dois tipos devem caminhar juntos, não podem se separar numa relação conjugal.
Muitas pessoas vão ao casamento sem se prepararem, sem verificarem se esse amor que existe entre os dois é um amor forte como a morte. Em I Coríntios capitulo 13, versículos de 4 a 8 diz assim:
A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
Esta Palavra nos levar a refletir a seguinte questão: Será que amo mesmo? Com certeza num relacionamento conjugal existem coisas que um ou outro precisam se converter. Então para que vivamos este amor conjugal diante disso que São Paulo nos traz nesta passagem, precisamos saber que a pessoa que esta ao nosso lado não é perfeita, não está pronta, ela precisa ser construída. A consciência de que o esposo ou esposa não está pronto é essencial para nós.
O Monsenhor diz que nós temos casais na Canção Nova com realidades diferentes para que sejamos amostras para a sociedade que mesmo na diferença conseguimos viver um casamento e alcançar a felicidade. A família é uma linda escola de amor! Quero falar sobre alguns pontos, a primeira coisa é que nossas famílias devem ser uma escola de amor, o mestre desta escola é Deus e para entrar nesta escola de amor nós temos que nos preparar. Se já entramos nesta escola e não estamos tão bem, precisaremos de aulas de reforço, de aulas de recuperação e precisamos reconhecer que precisamos destas aulas, pois senão não mudaremos.
Na Canção Nova temos um tempo chamado de caminho de namoro, onde aqueles que pretendem namorar vivem uma preparação e isso é vivido em etapas. Este caminho de namoro nos dá a base para vivermos um relacionamento de amor tão forte como a morte, pois é um processo de conhecimento de mim mesmo e do outro e dos sentimentos que temos dentro de nós.
Devemos recarregar a bateria do nosso amor em um relacionamento conjugal, por exemplo, se não recarregamos o nosso aparelho celular, iremos comprometer o nosso trabalho, pois nós precisamos do aparelho com a bateria carregada em nossos trabalhos, no amor conjugal funciona da mesma forma, temos que recarregar a bateria do amor que temos pelo esposo(a).
Nós temos que nos converter, indo diariamente na fonte de Deus, que é amor. Para isso precisamos de sangue, suor e lágrimas, pois o amor é construído no dia a dia, o amor é uma decisão, onde eu me decido perdoar, decido por deixar os meus desejos. É preciso que todos os dias nesta escola que é nossa família eu me decida por amar. As diferenças precisam nos completar em um relacionamento conjugal.
Em uma relação conjugal temos que ter também respeito por aqueles que são nossos familiares, devemos amar e respeitar nossos sogros. A convivência com os nossos familiares partirá da convivência que temos como esposos, devemos também assumir o Sacramento do Matrimônio com alegria.
Nós temos que criar vergonha em nossas caras, principalmente nós que somos católicos, que temos os documentos da Igreja e precisamos ensinar as nossas famílias, pois hoje não sabemos criar nossos filhos, hoje eles já não nos pedem benção a nós, acham que tudo isso é bobagem. Devemos ter coragem de nadar contra a correnteza. A minha família é minha escola de amor e com ela eu vou morrer, somos tentados, mas queremos dar uma resposta diferente diante das contrariedades do mundo.
Eu acredito na família e Nossa Senhora é uma grande mestra para nós homens e mulheres e que ela nos ajude a sermos famílias santas!
Transcrição: Flávio Pinheiro