A família e a conjugalidade

Diácono João Carlos e Maria Luíza

Diácono João Carlos e
Maria Luíza

Foto: Paula Dizaró/cancaovova.com

A conjugalidade é um projeto de Deus para que possamos viver plenamente

Para compreendermos a conjugalidade, é primeiro necessário entendermos seus três pilares: a individualidade, a conjugalidade e a parentalidade.

Individualidade

Quando duas pessoas resolvem se casar, elas não são folhas em branco. Antes de serem casadas, elas cresceram e se desenvolveram dentro de um lar. Esse crescimento, que os embarcou de características, é a individualidade. Essas características não se perdem com o casamento.

Conjugalidade

Já a conjugalidade é a união entre os dois, mas não é a anulação deles. A conjugalidade é a soma para o crescimento mútuo, não a anulação. Gostos, aptidões e preferências, nada disso deve ser sufocado pela conjugalidade, pois a individualidade faz parte do bem-estar. É importante, portanto, que, mesmo unido, o casal respeite a individualidade um do outro.

Parentalidade

Por fim, a parentalidade caracteriza-se pelo fruto da união de duas pessoas, ou seja, uma terceira: filhos. A parentalidade, seja na maternidade ou paternidade, não deve anular a individualidade, muito menos a conjugalidade, pois não deixamos de ser indivíduos nem de viver o amor e o carinho da vida conjugal.

A importância da integração dos pilares

É importante perceber que deve haver uma integração entre esses três pilares. A parentalidade é uma forma saudável de curar as feridas que temos em nossa individualidade, talvez por uma realidade disfuncional em nossa história; assim, as características da individualidade de um pode, por meio da conjugalidade, ajudar o outro a crescer em sua própria individualidade.

Se você deseja se casar, constituir uma conjugalidade, primeiro, cuide de si mesmo, pois quando nos unimos com outra pessoa não podemos procurar ser o outro, mas ter o que acrescentar a ele. Portanto, a conjugalidade tem de ser precedida pela individualidade.

Quando vivemos a conjugalidade, mais do que as qualidades, evidenciam-se nossos defeitos, pois nós nos desnudamos diante do outro, e isso não é ruim, porque é nesse processo de convivência com os defeitos que acontece o crescimento. Você vai criando têmpera, ou seja, lapidando-se, pois não cresce sozinho, e a percepção das limitações do outro ajuda você a trabalhar as suas próprias limitações.

A conjugalidade é a oportunidade de ser instrumento de Deus

Outro ponto importante da conjugalidade é que devemos ser instrumentos de Deus para que Ele trabalhe no outro. O amor é o combustível ideal para a intercessão, e dentro da conjugalidade, mais do que qualquer outra pessoa, temos a oportunidade de perceber as carências do outro e, assim, interceder por ele.

O sacramento do casamento foi criado por Deus, e nele somos fortalecidos e recebemos uma graça sobrenatural. Dentro do sacramento da comunhão, aprendemos a amar a Deus; já no sacramento do casamento, aprendemos a amar o próximo. Esse processo exige muito mais do que nós somos capazes, de nossas limitações humanas, mas só assim o sobrenatural de Deus pode nos impulsionar e manter.

O casamento é o terreno perfeito para a criação dos filhos, pois o ponto de equilíbrio entre duas pessoas, o compromisso e o respeito cerceiam o campo ideal para que novos seres humanos possam iniciar sua trajetória. Pai sendo pai, mãe sendo mãe, cada um exercendo sua função como referência, para que os filhos possam crescer desenvolvendo a sua individualidade.

Lute pelo matrimônio

Se você tem um casamento, lute pelo matrimônio! A conjugalidade é a fórmula de Deus para que você possa crescer, curar-se e viver plenamente a sua individualidade, conjugalidade e parentalidade.

Transcrição e adaptação por Jonatas Passos

 

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